Tudo Menos Economia

Por

Bagão Félix, Francisco Louçã e Ricardo Cabral

Francisco Louçã

23 de Março de 2016, 10:55

Por

O horror é uma estratégia política

Os atentados de Bruxelas, como os que os antecederam em Paris, em Madrid, em Londres, em Istambul e noutros lugares, têm uma função política precisa, como muita gente assinalou. Querem impor uma cultura de medo, que desagrega as sociedades porque estimula o ódio religioso, a discriminação social, a desconfiança como modo de ser. Querem banalizar o massacre como afirmação de uma retaliação ou como a regra do ataque militar. O horror é uma política suja, mas é uma política.

As consequências desta estratégia são imensas e todas desejadas pelos seus fautores. Cresce a extrema-direita e a política xenófoba invade o sistema partidário, acumulam-se medidas que relativizam as liberdades e normalizam o estado de excepção, fragilizando as democracias porque as marcam com a tutela do segredo, dos jogos de informações, das lógicas repressivas, da vigilância intrusiva. Os refugiados, vítimas desta guerra na sua terra, serão agora atingidos pela segunda vez pelo braço longo do horror, que transforma as vítimas em suspeitos aos olhos das autoridades europeias. A cor de pele ou a religião passam a ser uma culpa, como se a sociedade do século XXI mergulhasse no seu passado esquecido, no meio de uma cacofonia sobre crenças e histórias purificadas de identidades exclusivas.

Mas há ainda outras consequências. Aquela a que menos a opinião pública europeia parece estar atenta é à deslocação dos sistemas de alianças no Médio Oriente, dada a simpatia de meios governantes da Arábia Saudita e outros pelo “Estado Islâmico”, o Daesh, e o envolvimento (limitado) do Irão no combate contra essas milícias. Entretanto, o governo da Turquia, beneficiado pela cedência da União Europeia, prossegue o seu desígnio de atacar os exércitos curdos e de facilitar o caminho do Daesh. A impotência e a cumplicidade da União facilitam este caminho certo para o desastre.

Finalmente, esta estratégia de terror reforça o pior que a União Europeia tem, que é o seu fechamento. Os governantes sentem-se mais fortes em momento de pânico, sentem-se mais poderosos em regras de excepção, apreciam mais a coordenação se ela tem a pompa da emergência. Veremos muito disso nos próximos dias. Mas podemos estar certos de uma conclusão: quanto mais Hollande, e Merkel, e Rajoy, e Renzi jurarem pela força, menos farão para proteger as populações, para liquidar as bases dos terroristas, para integrar os refugiados, para abrir as soluções sociais que respeitem a democracia como respiração de todos quantos vivem e chegam à Europa.

Comentários

    1. Fica aqui ainda a referência a este importante site de informação dos nossos irmãos curdos — desprezados por todas as potências e grandes interesses em conflito, eles constituem certamente o mais importante e porventura o único movimento para a resolução democrática do conflito: https://rojavareport.wordpress.com

  1. A extrema esquerda nunca quis discutir politicas de emigração. Percebe-se que os ataques terroristas estão ligados à falta de integração de algumas pessoas em determinadas comunidades. Tudo tem sido desculpado e tolerado.
    A popularidade dos partidos de extrema direita é culpa directa dos partidos (tipo bloco de esquerda) que deixaram as coisas andar .

  2. A vida é simples e o dr. Loucá já me carimbou, afirmando que Mitterand não era da esquerda, nem Mauroy, Cresson, Rocard, Jospin, nem o PS de Bruxelas que dominou esta aglomeração durante décadas. E é mesmo uma habilidade intelectual não querer admitir que muitas imigrações funcionaram corretamente – a maior parte – exceto uma, a islâmica. Porquê? Mas sugerir que existe uma religião menos adaptada á nossa sociedade de hoje será provavelmente também uma ideia reacionária…

    1. Religiao é um assunto individual, excepto se se tratarem de Testemunhas de Jehovah ou de Mormons.
      Nao sei onde é que o Islao nao se adapta, ou TEM QUE se adaptar, à nossa vida.

  3. Por vezes tenho a impressão que esta violência reflete mais a assimetria do conflito do que as suas causas. A verdade é que o “Ocidente” invadiu nuns casos e intreferiu em guerras civis em curso noutros, sem justificação clara ou beneplácio da ONU. Compreendo perfeitamente a sua argumentação que há outro conflito, o de uma “União” Europeia cada vez mais dos bancos e menos dos povos que se vai aproveitar desta acha para os seus próprios fins pouco democráticos. Uma europa dos mecados não será uma europa de contratos sociais justos que representem uma alternativa às regras de violência que normalmente se desvaneceriam. Esta combinação não augura nem uma europa justa nem sequer uma europa produtiva. No passado o país soube escluir-se destes problemas que não são nossos e seguir em frente virado para o mundo. Desta vez a coisa parece mal encaminhada. A minha maior esperança é que entre o nosso novo governo e a nova presidência parecemos estar a recuperar alguma capacidade de acção colectiva, com contributos da esquerda à direita. Tudo isto para dizer que não acho que o que se passou em Bruxelas nos diga grande respeito. São coisas “da Europa” como se dizia antigamente :-).

  4. Caro Louçã, desde que a teologia Abraâmica (judeus, cristãos e islâmicos) se instalou a população passou a infernizar os outros para lhe impor as suas vontades, seguindo o exemplo dado pelo deus Abraâmico.

    Fazer um inferno aos outros para os obrigar a obedecer é o exemplo ensinado como divino a todos os crentes Abraâmicos.

    Não admira que depois se observe a prática infernal produzida por todos eles (judeus, cristãos e islâmicos). Não é?

    Na universidade não dizem que o que acontece na europa desde o século IV se chama a idade da barbárie Abraâmica, pois não?

    Também nunca dizem que é a teologia Abraâmica a impulsionadora do comportamento de infernizar os outros. Porque isso colocava em causa os donos da universidade que são judeus e cristãos, e todas as tradições universitárias. Afinal a universidade é uma criação cristã.

    É por isso normal que os universitários, no alto da sua ignorância, nunca relacionem a causa-efeito que determina a continuidade da delinquência durante todos estes séculos na europa. Não é caro universitário?

    Se o caro Louçã não fosse universitário, saberia que o terrorismo, o infernizar os outros, é um comportamento cultural característico de todos os crentes Abraâmicos, a começar pelos cristãos. E que desde que a barbárie Abraâmica se instalou na europa no século IV, os massacres passaram a ser uma prática corrente, a começar pelo massacre de Tessalonica em que os cristãos executaram milhares de “infiéis” mal tomaram o poder em 388.

    Obviamente que a prática da barbárie Abraâmica não vai desaparecer enquanto a sua causa se mantiver. O Wahhabismo é apenas mais um exemplo do efeito da mesma teologia base. E continua a confirmar a tradição Abraâmica de criar o inferno para se impor, tal como aparece no cadastro das demais seitas Abraâmicas.

    “como se a sociedade do século XXI mergulhasse no seu passado esquecido” caro Louçã, a barbárie Abraâmica não vive em sociedade, nunca viveu, nem nunca vai viver porque a sociedade é uma organização contra o princípio e a hierarquia do deus único. Não sabe nem isso?

    Não sabe da incompatibilidade cultural entre a teologia e cultura Abraâmica, e as estruturas da vida civilizada?

    Na universidade não dizem porque é que todas as tentativas de fazerem estados falharam na europa da barbárie Abraâmica? Fizeram oligarquias partidárias em função das feiras, e nenhum estado. Não sabem ler os factos na universidade, pois não?

    Que ensinam na universidade afinal? Só dogmas de servilismo? São tão analfabetos e ignorantes nas universidades, coitadinhos, não percebem sequer quem manda neles nem como são formatados.

    Caro Louçã não me diga que acredita que vive numa civilização com crentes Abraâmicos.

  5. Caro Louçã, desde que a teologia Abraâmica (judeus, cristãos e islâmicos) se instalou a população passou a infernizar os outros para lhe impor as suas vontades, seguindo o exemplo dado pelo deus Abraâmico.

    Fazer um inferno aos outros para os obrigar a obedecer é o exemplo ensinado como divino a todos os crentes Abraâmicos.

    Não admira que depois se observe a prática infernal produzida por todos eles (judeus, cristãos e islâmicos). Não é?

    Na universidade não dizem que o que acontece na europa desde o século IV se chama a idade da barbárie Abraâmica, pois não?

    Também nunca dizem que é a teologia Abraâmica a impulsionadora do comportamento de infernizar os outros. Porque isso colocava em causa os donos da universidade que são judeus e cristãos, e todas as tradições universitárias. Afinal a universidade é uma criação cristã.

    É por isso normal que os universitários, no alto da sua ignorância, nunca relacionem a causa-efeito que determina a continuidade da delinquência durante todos estes séculos na europa. Não é caro universitário?

    Se o caro Louçã não fosse universitário, saberia que o terrorismo, o infernizar os outros, é um comportamento cultural característico de todos os crentes Abraâmicos, a começar pelos cristãos. E que desde que a barbárie Abraâmica se instalou na europa no século IV, os massacres passaram a ser uma prática corrente, a começar pelo massacre de Tessalonica em que os cristãos executaram milhares de “infiéis” mal tomaram o poder em 388.

    Obviamente que a prática da barbárie Abraâmica não vai desaparecer enquanto a sua causa se mantiver. O Wahhabismo é apenas mais um exemplo do efeito da mesma teologia base. E continua a confirmar a tradição Abraâmica de criar o inferno para se impor, tal como aparece no cadastro das demais seitas Abraâmicas.

    “como se a sociedade do século XXI mergulhasse no seu passado esquecido” caro Louçã, a barbárie Abraâmica não vive em sociedade, nunca viveu, nem nunca vai viver porque a sociedade é uma organização contra o princípio e a hierarquia do deus único. Não sabe nem isso?

    Não sabe da incompatibilidade cultural entre a teologia e cultura Abraâmica, e as estruturas da vida civilizada?

    Na universidade não dizem porque é que todas as tentativas de fazerem estados falharam na europa da barbárie Abraâmica? Fizeram oligarquias partidárias em função das feiras, e nenhum estado. Não sabem ler os factos na universidade, pois não?

    Que ensinam na universidade afinal? Só dogmas de servilismo? São tão analfabetos e ignorantes nas universidades, coitadinhos, não percebem sequer quem manda neles nem como são formatados.

    Caro Louçã não me diga que acredita que vive numa civilização com crentes Abraâmicos.

  6. Caro Francisco Louçã, um dos mais lúcidos artigos que já vi escritos, na nossa imprensa. A situação é de guerra e o horror é instrumentalizado ao serviço de vários interesses. Não me admiraria que uma visita aos bastidores destes “poderes” nos mostrassem conluios insuspeitados, tal a forma como o horror se concatena para legitimar uma mudança radical da Europa e do mundo. As consequências estão à vista e vamos aguardar as reacções (a Polónia já reagiu recusando a entrada dos refugiados) dos líderes como Marine le Pen, Viktor Órban e os meninos de extrema-direita dos países nórdicos e da Alemanha. Não há dinheiro para integrar os refugiados nem para integrar populações mais carenciadas, mas há dinheiro para o orçamento dos ministérios da defesa e para irem destruir países de origem, há o consentimento da destruição da Palestina, todos os factores causais se manterão e agravarão, em função das retaliações. Dizia ontem a alguém que o rosto da guerra mudou, é globalizada, instrumentaliza o horror, não precisa de porta-aviões nem de aviões para bombardear, mas é feita de “lavagem cerebral”, de técnicas artesanais que são de uma eficácia medonha (a atentar no que aconteceu em Bruxelas, que atacaram o coração da cidade). Obrigada pela sua visão e preparemo-nos para o pior.

  7. Claro que foi a esquerda laxista, permissiva e multi-culturista que facilitou e propagou a aberração demográfica que possibilitou o clima de terror que vivemos hoje: assim estes atentados não têm função política mas são a consequência de políticas erradas. Não houve integração, ao contrário, houve o surgimento de sociedades paralelas, uma delas totalmente fora de controlo. O facto é que milhares de jovens com BI francês, belga, holandês, alemão, etc. odeiam o país que os recebeu, que deu trabalho aos seus pais e que generosamente os subsidiou por tudo e mais uma coisa.

    1. Marc Ryon é a magnífica expressão da radicalização da extrema-direita: pois havia de se lembrar que as políticas de integração de imigrantes, por exemplo em França, foram desenvolvidas por governos de Miterrand ou de Chirac e que não foram “governos de esquerda” que inventaram a necessidade de integração, foi uma coisa chamada democracia.

    2. Pronto, já estou carimbado e o PS de Mitterand não era da esquerda, nem os governos de Mauroy, Rocard, Cresson, Jospin: assim a vida é simples. E em Bruxelas o PS que domina a política naquela cidade há décadas também era da direita. Pois existe a subtil omissão do facto que muitas imigrações funcionaram corretamente – a maior parte – mas que a islâmica falhou. Mas isto deve ser também um discurso reacionário…

    3. A vida é simples: já estou carimbado e Mitterand não era da esquerda, nem Mauroy, Cresson, Rocard, Jospin, nem o PS de Bruxelas que dominou esta aglomeração durante décadas. E é mesmo uma habilidade intelectual não querer admitir que muitas imigrações funcionaram corretamente – a maior parte – exceto uma, a islâmica. Porquê? Mas sugerir que existe uma religião menos adaptada á nossa sociedade de hoje será provavelmente também uma ideia reacionária…

    4. Suponho que sabe ler. Não encontrará nenhuma frase na minha nota que sugira ou deixe de sugerir que Mitterrand era isto ou aquilo. É o que se chama perder tempo. O que escrevi é que diversos governos tiveram a mesma política. O seu ódio ao islamismo é a marca cultural da extrema-direita e é uma forma de aceitar a justificação dos terroristas. Eu não aceito que as bombas tenham a justificação religiosa, isso é uma fraude.

    5. É duvidoso definir o ódio ao islamismo como uma marca da extrema-direita (de certeza conhece a relação entre o Grande Mufti de Jerusalém e o IIIº Reich); para além disso, da minha parte recuso definir como “ódio” a ideia de rejeitar que esta (ou qualquer outra religião) condicione a minha vida e a da nossa sociedade, ainda muito menos de forma violenta. Não será isto laicidade? Mas como o Dr. Louçá defende que não existem justificações religiosas para as bombas…Última informação: sim, sei ler , já há 65 anos. Obrigado pela interesse demonstrada.

  8. Misturar coisas para melhor confundir as mentes desatentas…
    Sobretudo, ser rápido a apontar culpados de modo a ocultar a responsabilidade daqueles que promoveram a instalação de regimes de partido único na maioria dos países de norte de áfrica e do médio oriente (alguns após as independências em meados do séc. XX), regimes que, como era expectável, se dedicaram a destruir as oposições democráticas internas, se tornaram corruptos e, em vez dos “amanhãs que cantam”, trouxeram miséria e morte às suas populações, levando-as a emigrar (imagine-se) para as terras dos antigos “colonialistas”. E não só agora mas bem desde o início, como é bem fácil de comprovar. Alguns vão já na segunda e terceira gerações nascidas nos países que os acolheram.
    Regimes assim, infelizmente mais tarde do que cedo, acabam por entrar em colapso. Não foram os capitalistas, foram vocês!
    Mas a falta de vergonha não acaba aqui. São os filhos desses emigrantes, vítimas da chamada política do “multiculturalismo”, outra das vossas pérolas, que os levou para um beco sem perspetiva de vida, nutrindo o rancor e vulneráveis à doutrinação de fundamentalistas, se fazem agora explodir em Paris e em Bruxelas. Quase todos cidadãos franceses e belgas!
    Estão desorientados quanto à solução? Claro que sim. Como diz o nosso PM, “será um combate longo”, já que não é possível, à maneira do que faria Koba, enviá-los a todos para a Sibéria.
    Contudo, e seguramente, o primeiro passo para encontrar uma solução para um problema é reconhecer as respetivas causas. não escondê-las.
    Saúde!

    1. Ainda bem que escreve “colonialistas” entre aspas. Eram somente cidadãos preocupados com a educação primária dos povos a que se dedicavam, que injustiça falar de “colonialismo” ou até de “escravatura”, tudo fantasias desorientadas.

  9. Estes dirigentes europeus que tanto nos envergonham, acabaram de capitular perante a Turquia, rubricando um acordo que lhes fornece meios que irão ser utilizados para dizimar os Curdos, única força no terreno que defrontou e parou o EI. Esta Corja faz lembrar a decadência do Império Romano que, quando passou a pagar a povos bárbaros para defender as suas fronteiras, caíu nas suas mãos. Convém lembrar a esta Choldra que lidera a Europa e que tanto lutou para humilhar e fazer ajoelhar os Gregos que, agora que vendem refugiados à Turquia comprados à Grécia, têm que arranjar outro negócio para os que estão a chegar da Líbia. E ..cuidado, grande parte destes regressam da Síria e de ramificações da DAESH africana e …já não há a Grécia no caminho e a Itália é ali já em frente…USA/UE ao destruírem Saddam e Kadhafi semearam os ventos, agora…. estão a chegar as tempestades….

  10. Se continuarmos a deixar entrar “refugiados” sem sequer saber quem eles são (mais de 60% das pessoas que entram pela Grécia não são controladas, segundo o artigo publicado no Publico com dados da Europol e da própria Grécia – “Metade dos imigrantes e refugiados entra na Europa sem ser registada”), acha mesmo que podemos “respirar”…? …E os que já cá estão???

  11. Se não há mais ninguém que nos salve, então que venha o papão da extrema-direita e nos livre dos terroristas e desta esquerda regressiva que só contribui para agravar a situação

    1. Infelizmente, estes actos só servem para fortalecer os populistas da extrema direita. Até dá vontade de apoiar o D. Trump.

    2. deixou-me a pensar, estes comentários. De facto a obcessão com o eixo esquerda direita que dominou a política do últimos anos não nos dá mais soluções, claridade de pensamento, ou sequer sossego.

  12. Francisco Louça: sempre fui um admirador seu. Desta vez não posso concordar inteiramente com este artigo.
    As consequências que aponta estão certas, já as causas discordo, na raiz do problema e na insinuação que há interesses obscuros na politica internacional. A minha interpretação da raiz do problema é muito clara e simples e resume-se em duas palavras: injustiça e ignorância. São estes os grandes motivos que estão presentes nas cabeças destes sanguinários tresloucados. A injustiça sentida manifesta-se como revolta, mas é difícil de resolver porque é generalizada na natureza e é intrínseca à imperfeição da mesma. Sempre há-de haver infelizmente, que o digam todos os animais mais fracos que são devorados todos os dias pelos mais fortes. A ignorância é mais fácil de combater e as armas chamam-se informação, civilização, ciência. E estas são inversamente proporcionais à religião, à qual estes jovens vão buscar a segunda parte da motivação e sobretudo a força que lhes permite matarem-se. Esta religião completamente destituída de sentido à luz de qualquer pessoa bem informada pela ciência, é fulcral neste problema dos jiiadismo e não é falada nem pela esquerda nem pela direita, porque não é politicamente correta, nem popular.
    O mundo será definitivamente melhor no dia em que as pessoas tiverem cultura suficiente para varrer com a fantasia da religião, mesmo a religião moderada. Esta é altamente perniciosa porque ao aceitar-se simplesmente o dogma da fé, essa coisa terrível que é acreditar sem provas, abre o precedente que leva a justificar todas as atrocidades em nome de deus, que é a motivação principal desses jovens ao matarem-se, algo completamente que vai contra todas as regras da genética.
    Por isso não faz sentido essas efabulações de conspirações obscuras internacionais. Para mim a origem do problema é tão simples como o procurei explicar aqui.

    1. Obrigado pelo comentário. Mas não encontra no meu artigo uma discussão sobre causas, creio que seria ocioso. Falo de consequências e impactos políticos.

    2. Eu pelo contrário concordo inteiramente. Essa é a minha de pensamento, mesmo antes de ter lido o artigo. Quero continuar a sonhar uma Europa da solidariedade, do bem estar e da paz. Mas não podemos fazer isso isolados do mundo. Os acontecimentos dos últimos meses provam isso.

  13. Quando li o título pensei logo que o professor tinha enlouquecido e dedicaria esta posta ao Liberal, mas não, foi uma síntese daquilo que os media dizem que é o mundo. De como está o mundo. É de reparar que à medida que a reificação do estúpido fascismo acelera menos se fala de dinheiro. Deve vir aí, para breve, guerra.

  14. Há um certo padrão. O artigo menciona os casos na Europa. Mas talvez valha incluir (com adaptaçoes) o caso americano, com o Patriotic Act (e os pequenos patriotic acts estaduais e locais, porque os houve). De certo modo, parecia uma comédia mórbida: cada vez que a direita americana e Bush, em especial, estavam em dificuldade, aparecia uma das aventuras ou videos de Bin Laden. Se esse Laden não era pago pela CIA, bem que poderia reclamar pelos serviços.

  15. As consequências dos atentados que o FL enuncia, podem resumir-se à conclusão de que a globalização dos efeitos do terror serão o objectivo último, não sòmente dos que são, directamente, responsàveis ,como os suicidas que perpretam os atentados e o Daesh que se apressa a reivindicar a autoria mas, ainda o conjunto de interesses representado na europa, pelos movimentos anti-emigração e anti-refugiados arregimentados em grupos em que o extremismo de direita é a idealogia dominante e as monarquias e emiratos vários dos países do golfo pérsico e península arábica, que apoiam mais ou menos, às claras, a Sharia e a Jihad, para alcançarem a supremacia sunita que almejam.Porém, caso o combate ao horror e o cerrar fileiras dos países europeus para a prevenção e eliminação dos atentados no território da UE , não fôr acompanhada por uma política de rigor e denúncia, seguida de uma clara política restritiva na área financeira e na aplicação de regras e normas europeias aos negócios com aqueles países, serão de efeito limitado ou nulo, todas as medidas e proclamações de circunstância contra o terrorismo.A UE tem diversos problemas que afectam a sua coesão, mas o menor não será o da falta de alinhamento das políticas dos países membros e a tendência generalizada para decisões cosméticas que são, geralmente, cedências aos interesses de terceiros, como ficou bem patente no acordo com a Turquia.

  16. Quando o católico al capone matava gente,tambem se falava de religião? Ontem,tres gangters atacam gente indiscriminadamente(incluindo muçulmanos) e fala-se do islão porquê? pelo odio,pois claro e pela propagação do odio…indiscriminadamente.

  17. Iraque – 1.500.000 mortos http://www.justforeignpolicy.org/iraq/iraqdeaths_pg.html

    Síria – 500.000 mortos

    Afganistão – 26.000 mortos

    Palestina – 2.000.000 mortos

    Refugiados e deslocados dezenas de milhões.

    Estamos chocados e indignados… rezemos pela Bélgica…Certo…

    Hipocrisia? Cínismo? Estupidez crónica?

    O Mundo Ocidental vive numa realidade virtual regida pelo Capital e sua propaganda.

    É o que dá deixar-se Governar por marionetas de Plutocratas cínicos, psicopatas por convicção Tribal.

  18. De acordo com a sua análise (já dialogámos sobre o assunto). O principal problema deste expediente, na minha óptica, não é tanto os danos físicos e psicológicos que causa na sociedade, mas o aproveitamento que dele fazem os governantes. Parafraseando B. Franlin, «Those who sacrifice liberty for security deserve neither.»

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