Os serviços de meteorologia e de protecção civil cumpriram o seu ofício, a propósito da passagem do furacão Alex por algumas ilhas açorianas. A população precaveu-se para o pior. Felizmente, o Alex resolveu passar uns quilómetros distante da costa e as suas maléficas consequências foram relativamente escassas.
Os meios de informação puseram-se a postos, como é óbvio. Com enviados especiais, para além dos profissionais que lá trabalham. Muita chuva, vento forte, mar agitado que, porém, por aí ficou. Os meios televisivos tabloidizados deixaram de ter matéria para agitar o país e aumentar as audiências. Desconsolados, tudo fizeram para repetir imagens (algumas de arquivo) e multiplicar artificiosamente o enredo. Jornalistas desfizeram-se em relatos despenteados para acicatar a emoção, entre chuva e vento. Vinte e quatro horas depois – e certamente para “amortizar” o custo da operação montada – havia canais que continuavam a repetir o que não aconteceu, quase implorando o regresso do Alex, entretanto em viagem turística para a Groenlândia.
O antes. E o depois sem que houvesse o durante. Que pena, pensarão!
Este texto é muito bom!
Ah a atmosfera. É verdade, uma Tragédia. Mas só o facto de o cata-vento – produto desse mesmo jornalismo manipulador e controlado artificialmente – pretender a todo custo dissimular a sua afiliação e descomprometer-se não é só por si um mau prenuncio? Um país a divergir das médias de riqueza e bem-estar europeias há mais de uma década não será a melhor prova da sua incompetência em escolhas eleitorais?
Em um país sério todos do serviço de previsão meteorológica deveriam pedir demissão por incompetência. Uma vergonha! Fizeram alarde de que seria uma catástrofe e o que se viu foi um peido. Ainda entrevistaram o responsável pelas previsões apocalíticas que respondeu: “Não faz mal! É melhor alertar para o pior do que o contrário!” Não se trata disso seu incompetente. Pessoas que tinham suas programações tiveram que reformular. Aereonaves tiveram cancelamentos de pouso e partidas. Prejuízos no comércio, turismo etc. Não foi a comunicação social que se lançou como abutre esperando mostrar tragédias, foram os incompetentes (como é o nome da senhora que mostrava mapas do ALEX saindo de Miami, distante 4.000 KM dos Açores?) que disseram que uma tragédia estava por vir. O peido nem passou perto! E disseram que o peido viajava aos 40 km/h. Medíocres. Não sabem nada!
O seu comentário demonstra que não sabe, de todo, do que está a falar. Na verdade a meteorologia só funciona em termos de previsão, ela não antecipa cenários, apenas os anuncia como possíveis. A certeza em meteorologia não vai além dos 5 dias e mesmo assim pode ser contrariada por um minúsculo fenómeno que acontece a 4000 Km de distância, alterando essa previsibilidade por completo. Desde a descoberta do “atractor estranho de Lorenz” que se conhece essa incompatibilidade da meteorologia com o a certeza. O que Bagão Félix descreve aqui é apenas a usurpação de um serviço “público” que para promover a debilidade do espectáculo televisivo, se apropria de um aviso à sensatez dos cidadãos para promover exactamente o contrário do que seria sensato fazer-se: precaver os seus haveres expondo-se o mínimo possível perante a força da natureza.
Caro Bagão Felix, já considerou desligar o aparelho? Pela minha experiência, é a estratégia mais eficaz para conter o lixo.
Faço-o muitas vezes por razões profilácticas.
Um post pertinente. o ALEX é sintomático do que a protecçao civil faz melhor: Chamar a comunicaçao social Para mostrar os seus blusoes vistosos. Como terá sido possivel aos açorianos sobreviverem 500 anos a vulcoes, terramotos, maremotos, à caça da baleia, sem a santa protecçao civil?! Deve ser um esforço medonho fazer reportagem aosALEXs evitando enquadrar ima chusma de valentes açorianos à gargalhada.
Não deixo de estar de acordo consigo, há uma certa dose de jactância na actuação dos serviços de protecção civil, mas não posso deixar de considerar que essa vaidade provem apenas dos homens e mulheres que compõem esses serviços, sendo por isso uma veleidade individual e não uma vacuidade dos serviços em si. É comum constatar que quando se chama uma ambulância e ela não está ali num tempo que ninguém consegue definir como útil, se deita o serviço pelas ruas da amargura. Ora, se nos Açores ele estava presente, só pode acautelar que os serviços sejam prestados prontamente, independentemente da vaidade dos homens que os integram.