A lista de “exigências” do Presidente ao secretário-geral do PS são o cândido retrato da telenovela em que Cavaco Silva mergulhou o país. Não esclarecem nada, não ilustram o poder do Presidente, não condicionam o futuro governo, não resolvem um único problema de Portugal. São desastradas e limitam-se a exigir uma repetição ritual de afirmações anteriores. Foram simplesmente a forma de avançarmos até ao 51º dia da crise, que é hoje. Cumprida essa missão relevante de perder mais um dia, talvez agora Cavaco Silva indigite Costa, o que já todos sabem que será o destino final desta procissão.
Houve entretanto duas críticas à lista do Presidente, talvez excessivas. A primeira é de que não pediu a Passos Coelho que lhe assegurasse que tinha maioria para aprovar moções de confiança (a primeira de todas as condições) ou o Orçamento para 2016 (a segunda condição). Essa maioria faltava evidentemente ao indigitado Passos Coelho, não falta a Costa, mas é a Costa que exige papel passado a assegurar o que nunca pediu ao anterior primeiro-ministro.
Deixo de lado o mantra da Nato, que só comove Belém. Mas regista-se igualmente a condição curiosa mas firme de um esclarecimento sobre “o papel do Conselho Permanente de Concertação Social, dada a relevância do seu contributo para a coesão social e o desenvolvimento do País”, tendo em conta que Cavaco Silva indigitou há semanas um primeiro-ministro que usou o dito Conselho Permanente como notário para a certificação de medidas que viriam a ser regularmente chumbadas pelo Tribunal Constitucional. Portanto, o Presidente tem mesmo dois pesos e duas medidas e a sua medida é a do seu partido.
A segunda crítica foi formulada até por Marcelo Rebelo de Sousa: o Presidente exige a António Costa a garantia do “estabilidade do sistema financeiro, dado o seu papel fulcral no financiamento da economia portuguesa”. Desculpe? O Banif não tem dinheiro e anda de mão estendida na Guiné Equatorial, o Novo Banco tem um buraco colossal, os outros bancos já passaram todos pelo mesmo e ninguém tem a certeza sobre os seus balanços e solidez, do Montepio pouco se sabe e o Presidente exige ao futuro governo a “estabilidade do sistema financeiro”? Os principais bancos perdoaram em Angola a desconhecidos muito reconhecidos algumas dívidas que somam milhares de milhões de euros, e é o futuro governo que tem que penhorar a “estabilidade do sistema financeiro”?
A coisa não tem trambelho. Por isso, as duas críticas são exageradas. O problema de Cavaco Silva não é condições a mais, é isto fazer dele e da sua Presidência a exibição do esvaziamento do seu próprio poder. Se o PS lhe mandar um cartão de boas festas, acompanhado da cópia do programa que vai apresentar à Assembleia da República, o homem fica embatucado.
E tudo isto porquê? O Presidente chegou aqui sem alternativa. Não pode criar um governo seu, que chumbaria no parlamento e seria de constitucionalidade duvidosa. Não pode manter Passos em gestão, que seria de constitucionalidade evidentemente nula, além de que Passos nem quer ouvir falar no assunto. Não pode convocar eleições. E só lhe resta Costa. Depois disto, já só se pode ir embora, e dentro de dois meses estará eleito o seu sucessor ou sucessora.
Pode então tomar a decisão que todos sabem que ele vai tomar, e poderia escolher o 50º dia ou o 51º dia. O que só faz diferença ao próprio Cavaco Silva. É assim que ele se despede das suas funções, é assim que nos lembraremos dele. Depois de dez anos a cuidar do que diriam os livros de história, arrisca agora na sua última crise a leviandade com as necessidades do Estado, com o cuidado institucional que lhe cabe e até com o mínimo de tino que se esperaria.
Não havia necessidade e não lhe serve para nada.
NB- Como seria de esperar, o Presidente “indicou” hoje Costa como Primeiro-Ministro. Supõe-se que queria dizer “indigitado”. Assim vai a presidência.
mas que rico enterro que levam esses três, Cavaco, Passos Coelho & Companhia Lda.
Estalou o verniz, a figuras de tanta pose, e descobriu-se uma boçalidade inaudita, que no caso de Cavaco e mesmo de certas passagens de Passos Coelho roçam a demência. A direita, se não se afastar, da selvajaria liberal, não vai ressuscitar
O tipo de perseguição feita ao cavaco é conhecida nas escolas por bullying. Começa por uns poucos a embirrar com um catraio e às tantas não é bom conviva quem não se juntar à pancadaria. Numa circunstância idêntica com posições invertidas, em que o PR fosse de esquerda e a geringonça de direita, o PR ouviria o PAN e de seguida todos os animais do zoológico, os protozoários e as protozoárias e a Natureza por inteiro.
Os portugueses que deixam de chamar doutores à todos esses palhacos de politicos n’a Europa ninguem chama doutores à ninguem so quando se vai ao medico , os portugueses ao chama.l’os doutores estao.se à mostrar.se inferiores à esses palhacos
Até a Argentina já se fartou de políticas de esquerda socialistas, mudando para gente responsável e que sabe gerir dinheiro, ou seja para a direita. Só Portugal é que regride para dar o poder a irresponsáveis e à esquerda radical.
4ª falência da esquerda socialista a caminho. Agora com o apoio do be e do pcp.
capitalista, se as coisas fossem assim de simples, se deixasemos aos capitalistas governar tudo iria para melhor , acredito que si, mas entretanto vou-lhe esclarecer uma coisa, o governo argentino actual, recebeu o pais na maior das crisis de Argentina, consiguou endereitar o pais, é um governo de uma das tendências peronista, eu qualificar-la-ia como mais nacionalista, com sensibiidade para as questões socias, que se deriva do facto que o peronismo tem na sua base de apoio nos sindicatos, que tem em Argentina um poder corporativo e institucional,a outra base de apoio forte é o empresariado com ligações ao mercado interno. A fernandez ,mulher de nestor kirschner, fez uma política nacionalista, recuperou um conjunto de empresas para o Estado, a mais significativa foi a do petróleo e gas, YPF. pagou a indemnização `Repsol , que obviamente não gostou, porque perdeu a empresa e a expansão que estava a ser construida sem pagar a renta respectiva. Essa uma medida de esquerda? Ha algo que me escapa, porque a esquerda tem que defender uma riqueza nacional sozinha, porque a direita vende um patrimonio que foi construido com dinheiro público, porque em nome de uma filosofia de discutível verdade, como a que defende a direita, que so o privado garante a eficiencia no uso dos recursos, no caso do YPF isso não foi verdade, repatriar lucros sem assegurar o investimento necessário para assegurar a expansão. Porque perdeu o governo da Cristina Fernandez?, que tem uma taxa de popularidade elevada, porque perdeu o seu candidato, porque politíca tem a sua autonomia, o tercer candidato Massa ,tambem peronista teve 16 % dos votos, no passado esse eleitorado votaria o Schioli, o kirscheriano, mas não , uma parte votou o candidato da direita, Macri. O que ira acontecer, o Macri fara, como é tradicional um programa neoliberal, conservador, mas o fara com as vacas magras, o preço das commodities esta a descer, o crescimento económico baseado fortemente nas exportações sera ao ralenti. Um dos problemas dos governos de sensibilidade social é que não tem um politica fiscal adecuada, logo as sus politicas públicas ficam sem base estavel mal os preços das exprotações baixam. Como a amigo capitalista aprendeu con certeza, que nos negócios nunca se ponem os ovos todos no mesmo cesto, no caso argentino, os ovos foram todos para a soja, a Cristina cometeu um erro, que foi colocar um imposto especial sobre as exportações da soja, e comprou uma guerra com todos os agricultores, como ha problemas de pagos, tomou a medida de restringir a circulaçaõ de divisas, o que perturba a classe media alta argentina. O problema destes governos que tem que agradar a gregos e troianos, e isso não sempre é ppssível, esse tem sido sempre um problema dos peronistas, mas e so um intervalo, de aqui a cinco anos estao de regresso, Argentina é peronista, que é uma categoria que não deixa ver muito bem aos olhos deste canto mundo. Mas ha uma coisa que muito aprecei no seu governo, que não deixa-se os ditadores a morrer as suas casas, que procura-se lançar luz sobre a barbarie que deatram as forças armadas argentinas. É que o capitalismo a veces precisa deles e eles exageram a missão,
oh joao lopes empresta me dinheiro para comprar uma casa? qual o spread?
É este o Presidente da Repúblico do nosso descontentamento! … e diria ainda mais que Ernest Hemingway…: é este o Presidente da nossa vergonha colectiva!
Acho que confundiu animais literários: a baleia skakesperiana com o mosquito hemingwaynesco.
No actual normativo constitucional o Governo é políticamente responsável apenas perante a AR, estando desta dependente não só na votação do respectivo Programa como de eventuais votos de confiança ou de moções de censura. O PR não pode exercer qualquer tutela sobre o Governo ou sobre a AR, no respeito pela separação de poderes, e apenas lhe cabe cumprir e fazer cumprir a CR e dissolver a AR no caso de “anormal” funcionamento das instituições democráticas. Exigir “papéis” e “compromissos” para indigitar um qualquer Governo – seja qual for – como fez Cavaco é um abuso de poder, exorbitância de funções e “menorização ” da AR. Em todo este processo o PR nem sequer se dignou ouvir o Conselho de Estado mas apenas ouviu a “Câmara Corporativa”, para desconcerto social.
Em geral, a política portuguesa não tem trambelho. A da direita e a da esquerda. Como é habitual, Louçã só se apercebe da falta de trambelho da direita. É como os portistas que só se apercebem da falta de trambelho dos benfiquistas.
A coisa (ou geringonça ou lá o que é) que está a ser preparada para se parecer com um governo de frente popular é particularmente destrambelhada. Tudo começa com a vaidade de Costa que não imagina não ser primeiro-ministro.
Se Costa tivesse vencido por maioria absoluta apresentaria um programa de governo que respeitaria a permanência no euro, o pagamento da dívida, o Tratado Orçamental e a participação na NATO. O BE e o PCP seriam ferozmente contra e, em particular, o PCP e os camaradas da CGTP mobilizariam “o povo e os trabalhadores” contra “a austeridade e o grande capital”. A direita abstinha-se.
Se Costa tivesse vencido por maioria relativa apresentaria um programa de governo que respeitaria a permanência no euro, o pagamento da dívida, o Tratado Orçamental e a participação na NATO. O BE e o PCP seriam ferozmente contra e, em particular, o PCP e os camaradas da CGTP mobilizariam “o povo e os trabalhadores” contra “a austeridade e o grande capital”. A direita votaria a favor.
Como Costa perdeu, e não foi por poucochinho, só lhe resta acolher-se nos braços da extrema-esquerda para ser primeiro-ministro. Apresentará um programa de governo que respeitará a permanência no euro, o pagamento da dívida, o Tratado Orçamental e a participação na NATO. O BE e o PCP apoiarão relutantemente e a direita votará contra. A diferença principal é que as contas de Centeno ficarão mais destrambelhadas e a bancarrota, a troika, o quarto resgate e ainda mais austeridade ao virar da esquina. Lembremos a experiência grega do Syriza.
O que é que ganha o PCP? O PCP quer que a CGTP controle as empresas de transportes públicos para poder paralizar o país quando o comité central assim determinar, seja o governo de direita ou de esquerda. Mesmo que seja o governo de Costa.
O que ganha o BE? Votos do PS. O BE vai reclamar os louros dos aumentos de salários e pensões e dos outros aumentos da despesa e deixar para o PS os ossos da austeridade que se seguirá.
O que ganha o PS? A satisfação da vaidade de Costa.
recomendo que siga teoria do nariz de Cleopatra, que diz essa teoria, que se o nariz de Cleopatra fosse torto Marco Antonio não se teria paixonado por ela e assim o imperio romano ainda existiria. Faço a seguinte recomendação, imagine que Costa tivesse ganho por maioria absoluta, o Imperio romano ainda existiria, certo!
O sr.cavaco chama banqueiros,patrões,economistas,”figuras publicas”…e já agora,porque não chamar desempregados,ou trabalhadores de 510 euros com 12 horas de turno e sem direito a compensação em tempo ou dinheiro,e gente posta fora de casa por não pagar a tempo a bancos agiotas…pelo menos ja se podia justificar para 50 dias a fazer como a avestruz(não é preciso desenho,pois não?)
fui eu que lhe ensinei tudo o que sabe …