No meio de tanta emoção, há palavras atentas que se destacam.
Aqui no PÚBLICO, Sofia Lorena fala-nos da vida banal em Paris como em cidades árabes, de gente que não quer morrer e que vive a vida com prazer.
Teixeira Fernandes alerta para as simplificações que ajudam a matar e Teresa de Sousa discute os perigos de se repetirem os erros que já conhecemos.
Em França, no Le Monde, nota-se como o discurso de Hollande replica o de Bush e vem à memória o que se passou depois.
Mas é talvez o texto de Luísa Meireles, no Expresso, que mais nos ajuda a olhar para os factos. Ela mostra-nos um vídeo que regista a história recente da Síria, para percebermos de onde vêm tantos dos problemas actuais.
Se ainda não viu, devia ver (locução em castelhano)
Excelentes e elucidativas referências divulgadas por Francisco Louçã.
Entretanto, entre muitas dúvidas e inquietações, gostaria de colocar outras tantas questões – procurando desta feita recentrar o tema, se me é permitida tal ousadia, nas opções políticas que se abrem, ou fecham, a Portugal face ao conflito:
A França solicitou já o apoio militar da União Europeia, invocando o artigo 42.7, que impõe a ajuda mútua entre os estados-membros em caso de agressão.
– Tal significa que Portugal terá de estar preparado para intervir militarmente na Síria e Iraque, a reboque da França?
Depois, recordemos que a União Europeia não dispõe [ainda] de um Exército Comum Europeu (não obstante as reclamações de Juncker, há alguns meses atrás, no braço-de-ferro que quis erguer contra a Rússia)… O que significa que se as altas instâncias da União Europeia decidirem intervir militarmente naquela região, na organização de uma força conjunta, tal posição poderá implicar a afectação das Forças Armadas de Estados soberanos.
– Em que condições poderá Portugal aceitar ou recusar tal participação na “guerra”, tendo em conta a fidelidade aos compromissos assumidos junto da UE?
– Quais a consequências para o país, em termos de “segurança interna” (ex. ameaça real de atentado terrorista), que daí poderão advir?
– E, quais os custos de tal participação militar. Quem pagará a factura? Para mais, no contexto da participação da NATO, recordemos que esta organização definiu como meta que o conjunto de membros elevem as despesas militares acima dos 2% do PIB. Sabendo-se que Portugal gasta actualmente cerca o equivalente a 1.1%, que outros “cortes” na despesa pública serão necessário para satisfazer novos requisitos em termos de armamento e equipamento militar?…
Finalmente, importa ainda considerar a aparente “inaptidão” das Forças Armadas (vocacionada para a Defesa externa, sobretudo em cenários de guerra regular entre Estados e/ou exércitos convencionais) para intervir em áreas de «segurança interna» – nomeadamente na prevenção e combate ao terrorismo (pois, a «segurança interna» é, como sabemos, competência das forças policiais e serviços se segurança, sendo apenas chamadas as FA em contextos excepcionais e/ou “estado de sítio”). Ora, face a ameaças e conflitos de novo tipo – comprometedoras da Paz, ordem pública e segurança interna – isto deve-nos levar a questionar o actual desempenho das FA, motivando o debate público sobre a necessidade de “reformar” esta instituição, redefinindo as suas funções e competências.
– De que modo a reafectação das despesas militares poderá melhor servir a preparação e reforço operacional das forças policiais e serviços de segurança, nomeadamente na formação de forças de operações especiais? É outra questão pertinente…
Em suma, poderá o estimado Francisco Louçã ajudar-nos a melhor compreender o enquadramento de Portugal face ao hipotético envolvimento na “guerra” – e de que modo se combinam, ou sobrepõem, os interessa da União Europeia com a posição soberana dos estados-membros? O que pensa da proposta para formação de um Exército Europeu – e em que moldes? Que outras “reformas” é preciso implementar nas Forças Armadas – e de que modo melhor articular os meios e recursos militares com as forças policiais e serviços de segurança, sempre na salvaguarda do bem-estar, da liberdade e da Paz, dos portugueses e de Portugal?
Grato pela excelente qualidade das suas publicações neste blog. Abraço fraterno.
Que há para saber? Pode-se andar com muitos rodriguinhos, mas a conclusão final é que Portugal é um pau mandado pela Europa dos neolibs e em caso de guerra só serve para disponibilizar carne para canhão.
provavelmente não se descobre a origem e o trajecto das fontes de financiamento do DAESH, pelo mesmo motivo que não se quer investigar a fonte de financiamento de muito crime e actividade ilícita, desde as mais clássicas, fontes de corrupção, como a droga, a prostituição, e o trafico de armas, até às fontes de financiamento de campanhas politicas para presidentes senadores e deputados, passando pela origem, trajecto, e destino final da descapitalização criminosa de empresas e de Países, que alimenta a especulação bolsista, e a manipulação dos mercados. Nos Estados Unidos da América, até se preocupam com estes últimos aspectos na medida em que quem não cumpre as regras, faz concorrência desleal, mas lá acabar com os Paraísos Fiscais, é que já é demais
as recentes intervenções do Bush filho, bem acompanhado pelo Blair que já se arrependeu, e pelo Durão Barroso completamente irresponsável, no Iraque, no Afeganistão, na Líbia etc não deixam pedra sobre pedra em muitas povoações desses territórios, e além de matarem as lideranças, fazem muito dano colateral, como causar a destruição completa de habitações de residência de famílias, acompanhada da morte das crianças e das suas mães e pais. Como é possível não admitir, que a partir daí se gerem sentimentos de vingança, e que haja em todo o lado, alguém com fé suficiente, para protagonizar uma vingança tão cega, como a cegueira que lhe deu origem?
Caro professor Francisco Louçã,
Louvo a pertinência das notas que deixou, especialmente o vídeo explicativo que já tinha tido oportunidade de visualizar. A este respeito, deixo alguns tópicos para reflexão.
Lamentavelmente, as televisões portugueses privilegiam as notícias repetitivas e sensacionalistas. Excepção feita a um ou outro debate sobre o tema «Síria», e «Estado Islâmico», o deserto de ideias é apanágio – fraca substância histórica na maioria das intervenções.
Um desabafo: se não fosse a vivacidade democrática das redes sociais (embora não seja de menosprezar outras fontes de conhecimento, como literatura relacionada), o risco dos principais meios de comunicação formatarem a consciência individual ainda seria superior. Adiante.
No seguimento, há (de facto) imensas questões sem resposta. A mais fundamental, principalmente em grande parte da opinião pública, desemboca no seguinte: como proteger os cidadãos europeus e terminar com o radicalismo do ISIS?
Porém, prefiro não partilhar de uma visão belicista que está a crescer. Importa, pois, voltar ao início: a história.
A região é fértil em recursos (gás natural, petróleo) e as grandes potências mundiais correm atrás do controlo e domínio dessa riqueza. O que leva a outras questões, quiçá mais relevantes:
1. Que Estados (ou empresas multinacionais) financiam o ISIS e outros grupos extremistas?
2. Quais os interesses privados que beneficiam com a venda de armas e o tráfico ilegal de petróleo?
3. Qual o verdadeiro alcance da estratégia geopolítica das grandes potências como os EUA e a Rússia?
Basta observar alguns participantes do G20 para entender a hipocrisia mundial nesta ambição imperialista de constante ingerência nos assuntos internos de outras nações. Enquanto esta sede pelos bens energéticos não for reconhecida e assimilada pela maioria das populações europeias (e não só), o problema naquela região nunca ficará inteiramente resolvido.
No imediato, poder-se-á reduzir, ou eliminar (sabe-se lá com que consequências no número de vítimas inocentes e vidas perdidas), a força do «Estado Islâmico» no terreno – Síria e Iraque.
E na Europa? Como é que os líderes europeus pensam lidar com perto de 7 mil indivíduos afectos à causa do ISIS? E para quando um estudo sério, de âmbito sociológico, cultural, sobre o porquê de imensos jovens que habitam em zonas urbanas de grandes cidades (Paris, Bruxelas, outras) embarcarem nesta “aventura”?
São estas as respostas que faltam. E que importam levar para um debate público mais alargado e disponível para as pessoas.
Cumprimentos.
Caro professor Francisco Louçã,
Louvo a pertinência das notas que deixou, especialmente o vídeo explicativo que já tinha tido oportunidade de visualizar. A este respeito, deixo alguns tópicos para reflexão.
Lamentavelmente, as televisões portugueses privilegiam as notícias repetitivas e sensacionalistas. Excepção feita a um ou outro debate sobre o tema «Síria», e «Estado Islâmico», o deserto de ideias é apanágio – fraca substância histórica na maioria das intervenções.
Um desabafo: se não fosse a vivacidade democrática das redes sociais (embora não seja de menosprezar outras fontes de conhecimento, como literatura relacionada), o risco dos principais meios de comunicação formatarem a consciência individual ainda seria superior. Adiante.
No seguimento, há (de facto) imensas questões sem resposta. A mais fundamental, principalmente em grande parte da opinião pública, desemboca no seguinte: como proteger os cidadãos europeus e terminar com o radicalismo do ISIS?
Porém, prefiro não partilhar de uma visão belicista que está a crescer. Importa, pois, voltar ao início: a história.
A região é fértil em recursos (gás natural, petróleo) e as grandes potências mundiais correm atrás do controlo e domínio dessa riqueza. O que leva a outras questões, quiçá mais relevantes:
1. Que Estados (ou empresas multinacionais) financiam o ISIS e outros grupos extremistas?
2. Quais os interesses privados que beneficiam com a venda de armas e o tráfico ilegal de petróleo?
3. Qual o verdadeiro alcance da estratégia geopolítica das grandes potências como os EUA e a Rússia?
Basta observar alguns participantes do G20 para entender a hipocrisia mundial nesta ambição imperialista de constante ingerência nos assuntos internos de outras nações. Enquanto esta sede pelos bens energéticos não for reconhecida e assimilada pela maioria das populações europeias (e não só), o problema naquela região nunca ficará inteiramente resolvido.
No imediato, poder-se-á reduzir, ou eliminar (sabe-se lá com que consequências no número de vítimas inocentes e vidas perdidas), a força do «Estado Islâmico» no terreno – Síria e Iraque.
E na Europa? Como é que os líderes europeus pensam lidar com perto de 7 mil indivíduos afectos à causa do ISIS? E para quando um estudo sério, de âmbito sociológico, cultural, sobre o porquê de imensos jovens que habitam em zonas urbanas de grandes cidades (Paris, Bruxelas, outras) embarcarem nesta “aventura”?
São estas as respostas que faltam. E que importam levar para um debate público mais alargado e disponível para as pessoas.
Cumprimentos.
O mapa da Síria até está bem explicado mas o da Espanha não… O Dr. Louçã não tem culpa mas já deixei recado na fonte do Vídeo.
A anti europa é o tempo da barbárie germânica. É esta coisa que temos hoje controlada pelo trio do costume: alemães, ingleses e franceses. São sempre os mesmos que aparecem sempre com a mesma história: a história da barbárie.
O trio da barbárie caracteriza-se pela delinquência contínua desde que apareceu no século IV, vindos dos confins da sua pré-história retardada. Não se podem consideram europeus porque a europa é um conceito grego que não contêm, nem nunca conteve, o trio da barbárie.
Alemães, ingleses e franceses são os germânicos (os francos aprenderam rudimentos de latim, mas não eliminaram o atraso cultural milenar que apresentam), são a barbárie, a anti europa que nunca viveu em sociedade, viveu sempre em matilha de guerra e agora matilha de feira (chamado de mercado por esta chusma de pré-históricos analfabetos).
O problema da Síria é apenas mais um vindo da barbárie germânica. A máfia germânica contém também as ex-colónias deles, como os USA (a colónia dos assassinos) que ampliam ainda mais a delinquência dessas hordas de atrasados culturais.
A civilização europeia desapareceu com o cristianismo, os pré-históricos das trevas chegaram, instalaram-se e mantêm as trevas que os caracterizam.
O problema do mundo é o domínio da barbárie germânica. O atraso cultural e a delinquência mundial, a que assistimos no comportamento dessas hordas, são a demonstração da amplitude desse problema.
A humanidade necessita da civilização, e para isso tem de erradicar o atraso cultural milenar dos germânicos. Isto é, tem de conseguir passar a fase da barbárie germânica que empesta o presente.
toma o comprimido, toma o comprimido, toma o comprimido que isso passa….
Ó manuel gonçalves, com tanta repetição, dá-me a impressão que quem precisa do comprimido é você…