Passos Coelho e Paulo Portas ouviram constitucionalistas sobre a grave crise que assola a Pátria.
A lista dos notáveis é a seguinte: Carlos Blanco de Morais e Gonçalo Matias, ex-conselheiros do Presidente; os juristas Assunção Esteves, Catarina Santos Botelho (Universidade Católica do Porto), Gonçalo Almeida Ribeiro, Jorge Pereira da Silva (Universidade Católica de Lisboa), Miguel Nogueira de Brito (Faculdade de Direito de Lisboa), Ricardo Leite Pinto (Universidade Lusíada), Afonso Oliveira Martins (Universidade Lusíada), Tiago Duarte e Joaquim Pedro Cardoso da Costa; Joaquim Aguiar, analista; e ainda os deputados Teresa Leal Coelho, José Matos Correia, Miguel Morgado e Carlos Abreu Amorim, PSD; Telmo Correia, CDS; o eurodeputado do PSD Paulo Rangel e o ex-eurodeputado do CDS Diogo Feio, e os ministros e Secretários de Estado Luís Marques Guedes, Carlos Costa Neves, Luís Pedro Mota Soares, Rui Medeiros e Pedro Lomba e, finalmente, o ex-ministro Miguel Poiares Maduro.
Foram devidamente ouvidos.
Cavaco Silva, regressado da Madeira, onde descobriu que as bananas estão maiores (mas são “mais saborosas”, condescendeu o presidente do Governo Regional), vai hoje ouvir os banqueiros sobre a grave crise que assola a Pátria. Todos, não sei se ao molho, mas todos. A lista será oportunamente divulgada, mas decerto que são todos.
Serão devidamente ouvidos.
Nesta hora de grave crise, a Pátria está bem entregue a quem tem a virtude de ouvir muito. Não há pressa, só Bruxelas é que multiplica os recados, pois lá não descortinam que, aqui em Portugal, somos nós que mandamos.
Ou que ouvimos.
Ou que, pelo menos, esperamos que sejam ouvidas as personalidades pátrias pelas devidas autoridades.
Uma das coisas que mais preocupa Cavaco é que o Partido Comunista Português venha a ter quase tanto poder em Portugal como o Partido Comunista Chinês…
Ligeiro exagero de um ou de outro.
O que mais preocupa o presidente é a inexistência de qualquer “acordo” entre a esquerda, mas sim, e apenas, três “declarações” que não garantem sequer a aprovação do orçamento para 2016, quanto mais uma legislatura completa.
Ao contrário do que se pretende fazer crer, a nossa Constituição não é parlamentarista, é semi-presidencialista e perante os factos qualquer decisão deve ser bem ponderada independentemente do tempo necessário.
Caro dr. Loução, penso que o Presidente fez muito bem em falar da banana (que estão maiores).
Ele só quiz dizer que a escorregadela do PS , na casca das ditas bananas, que o PCP e BE irão espalhar nos corredores de S.Bento será enorme!
Tem dúvidas, caro dr. Loução?
Cordiais cumprimentos,
João Albuquerque
Sofisticado, senhor Albuquerquão.
Da vasta lista destaco os dois últimos, verdadeiros “engenheiros constitucionais”. Aliás, e na minha modesta perspetiva, Passos levou-os para o Governo na ilusão de que pudessem influenciar, com o seu suposto prestígio, dois ou três juízes do tribunal Constitucional para que passassem algumas medidas orçamentais e laborais em que insistia. Mas não teve sorte nenhuma. Fora isto, foi um “flop”. Principalmente Lomba, o homem que inventou os “briefings” diários com a imprensa dos quais se realizaram um e meio: terminaram quando Lomba queria impor as perguntas que os jornalistas haveriam de fazer…
Quanto a Cavaco, não acredito que a decisão esteja para breve. Veja-se que ainda está a descer na sua escala: ontem ouviu os banqueiros, hoje os “economistas”, amanhã os políticos, ainda terá de passar por muita gente: bispos, futebolistas, merceeeiros, padeiros, picheleiros, agentes funerários…
Mais uma excelente intervenção de Catarina Príncipe, desta vez sobre a actual crise política portuguesa, genial na análise e pelos horizontes de futuro e de luta que propõe — em entrevista com o magnífico Tariq Ali: https://www.youtube.com/watch?v=E21anV9WZ4w
Obrigado por me chamar a atenção para esta entrevista, com dois bons amigos.
O Presidente Cavaco Silva de há muito se afastou do papel para o qual foi eleito, que era criar consensos e ser um promotor da estabilidade. O Consenso é qualquer coisa que se adquire por convergência de ideias ou cedências de duas ou mais partes, em torno de uma solução razoável para o bem coletivo. Não esperemos pois dali boas notícias. Ainda tenho sérias reservas que dê posse a António Costa, mesmo depois de ouvir tanta personalidade.
Quem deixa entrar em vigor pelo menos dois OE feridos de inconstitucionalidades várias, com o pretexto de que o País não podia ficar sem essa ferramenta para o seu governo, jamais conseguirá explicar ao comum mortal porque não toma agora uma decisão em definitivo, garantindo a aprovação de um OE para 2016.
O conceito de democracia da extrema-esquerda é colocar o presidente república a fazer o que eles querem, e na hora que eles querem. E ainda insultá-lo no processo. Ora aí está o que aí vem com um governo do ps+be+pcp… votaram na extrema esquerda agora mais uma falência!!!!
Está enganado. Eu gostaria que Sua Excelência ouvisse toda a gente. O “Capitalista” também. E os outros todos. E ainda, como sugere, um comentador, que não se esquecesse dos jogadores de futebol e de críquete. E os autarcas. E os emigrados. É preciso ouvir toda a gente, até, se perder a cabeça, o Conselho de Estado.
Cá estaremos para lutar até onde for necessário contra a ditadura de esquerda. Não se preocupe.
Ditadura. É de gente de cabeça perdida à direita que António Costa precisa, para se afirmar como alternativa.
Confesso que tudo isto me está a dar cada vez mais vontade de rir. Até Jerónimo de Sousa já ameaça com greves gerais e sabe-se lá que mais…
Depois do nervosismo da uma Direita que lhe viu fugir o poder debaixo dos pés, assiste-se agora ao nervosismo da Esquerda que já teme, por ação de Cavaco, que as coisas não lhe possam correr como ela deseja.
Nem a queda do Governo de Costa foi um ato inconstitucional, nem tão pouco o será uma eventual não indigitação de Costa, ou a possível exigência de Cavaco para um acordo mais sólido. Quer Costa quer Cavaco agem dentro dos limites possibilitados pela legalidade, pela Constituição.
Sejamos justos e objetivos. A queda do governo não foi um golpe de Estado, como certa Direita parece sugerir, nem tão pouco a eventual negação de Cavaco em dar posse a Cavaco é um atentado à Democracia como a Esquerda, com a demora de Cavaco, parece já estar pronta para afirmar.
Se a Direi tem de se conformar com a queda do governo Passos, a Esquerda terá de fazer o mesmo, caso Cavaco não dê posse a Costa. Conformem-se e sejamos todos razoáveis.
Caro professor…
… estas últimas “peças” que tem publicado fizeram-me recordar a velha música do saudoso Zeca Afonso…”O que faz falta!”.
Diz o refrão que “o que faz falta”… é avisar a malta / é animar a malta / é acordar a malta / é empurrar a malta / é agitar a malta / é libertar a malta / é dar poder a malta…
Diria que, pela insistência (ou será persistência), “o que faz falta”… é distrair a malta / é anestesiar a malta / é entorpecer a malta / é adormecer a malta.
De repente fiquei confundido no meio das “graves crises” e “Pátrias”. pingpongueei entre julgar que estava lendo um discurso do Hollande e pensar se não teria rebentado uma bomba nos Jerónimos. Consultei os jornais online, fui à janela, e suspirei de alívio. Afinal era apenas mais uma bombarda ao Cavaco. É só fumaça.
Todos sabemos que este governo e Cavaco Silva não respeitaram a Constituição dezenas e dezenas de vezes nos últimos 4 anos, e principalmente depois das eleições, agora que a Direita perdeu a maioria no Parlamento.
Ou seja, e por anulação de hipóteses, esta reunião não foi para discutir a Constituição de 1975.
Ele estiveram a discutir a constituição fascista de 1933, adaptando-a aos novos tempos e á sua imagem.
O próprio preâmbulo foi também discutido:
“… abrir caminho para uma sociedade fascista, tendencialmente gratuita e desumana…”
Ou então não escrever nada. Uma Constituição sem preambulo nem com temas políticos (a política não é para ser discutida em publico, e muito menos no Publico).
Nos primeiros tempos da nossa democracia, crianças e jóvens “brincavam aos Parlamentos”. Fazia-se pedagogia política.
Parece, no entanto, que muitos daqueles “parlamentares” não aprenderam a lição.
Hoje, há adultos (supostamente responsáveis) que brincam perigosamente aos parlamentos e demais instituições. Portugal, por causa deles, está infantilizado.
É claro que em Bruxelas sabem (e o Louçã também sabe que eles sabem) que, aqui em Portugal, somos nós que mandamos. E que, na Grécia, quem manda são os gregos. O problema que os gregos descobriram, e que nós vamos descobrir em breve, é que não mandamos no dinheiro que Bruxelas controla, nem no dinheiro que a Alemanha controla, nem no dinheiro que a Rússia controla, nem no dinheiro que o FMI controla. Em resumo, ao contrário do conto de fadas que nos querem impingir, não mandamos no dinheiro dos outros. E sem o dinheiro dos outros vamos ter uma vida mesmo muito miserável. Na Grécia, o Syriza já entendeu isso. Por cá, os nossos syrizas ainda fingem que não perceberam.
O dinheiro dos outros ou o NOSSO dinheiro, é que há quem se encha à custa do empobrecimento da maioria do povo português. E há países mais iguais que outros, a França acaba de declarar que não vai cumprir as metas e as imposições do Tratado Orçamental. Só o governo do PSD e do CDS está sempre disposto a comer e calar, desde que possam comer os amigos, os conhecidos, e algum governante que precise de pagar a casa ao banco…….
Senhor Augusto, e qual é a solução? Mandamos as Forças Armadas invadirem os países onde o Senhor Augusto acha que está o NOSSO dinheiro?
O Tratado Orçamental não é uma imposição. Foi negociado e aprovado democraticamente pelos orgãos de soberania competentes da República Portuguesa. Naturalmente, os novos titulares dos orgãos de soberania podem deliberar, também democraticamente, abandonar o Tratado Orçamental, o euro, a UE e, já agora, a NATO, para grande felicidade dos nossos leninistas. Na Grécia, depois de muita gabarolice, o Syriza decidiu que era melhor não ir por aí.
Se a França não cumprir as metas, terá de compensar no futuro. Em Portugal, o estado das finanças públicas é muito mais frágil e não cumprir as metas pode desencadear uma desconfiança externa que impossibilite Portugal de se financiar sem recorrer ao regresso da troika e a um novo resgate. Vimos isso acontecer recentemente na Grécia, onde a austeridade foi substancialmente agravada e as previsões económicas para o futuro próximo são muito cinzentas.
Os portugueses votarem 2 vezes en Cavaco para présidente da republica nao virement que esse tipo foi sempre um palhaco cheio de tolice destrui à pesca à agricultua , e agora que esse tipo que se vai embora e que abrem os olhos , agora que metem outro palhaco paloeiro que e o Marcelo , o nosso problema e que os politicos todos nao prestem vivem todos à custa dos dinheiro que veem d’à Europa e 80 pour cento dos portugueses nao conhecem nada de politica
Não creio que o seu argumento ganhe com o insulto a Cavaco Silva ou a Marcelo Rebelo de Sousa. O debate político deveria bastar, porque é o que interessa.
Não sei bem qual o efeito que terão no eleitorado as serôdeas manobras dilatórias de auscultação e os tiros de bombarda de Pedro & Paulo. Por alguma razão deixaram de publicar “sondagens” sobre o Estado da Nação. Mas a telenovela já começa a enfastiar e não se vislumbra como pôr fim a isto. Até há quem defenda a “evolução na continuidade” e queira que o próximo Presidente da República seja apenas um tosco e mal amanhado moço de fretes, em permanente conclave eleitoral.
Neste espaco passam muitas pessoas que gostarao de ler ou entrar em contacto com algumas ideias ”revolucionarias” do pensamento economico – de facto as ideias nao sao revolucionarias, mas a partir dos anos 70 tornaram-se taboo – e outras que tomam por dever vigiar a disseminacao de estas ideias perigosas. Para os dois queria deixar estas quatro execelentes referencias acerca da forma como os governos se financiam e como se poderiam financiar:
http://goo.gl/aR2vrN (Takahashi Korekiyo was before Keynes and saved Japan from the Great Depression)
http://goo.gl/GyLeUs (The Case for Monetary Finance – An Essentially Political Issue)
http://goo.gl/MPwzk8 (Overt Monetary Financing)
O grande falho da esquerda tem sido o seu pensamento economico, sempre agrilhoado aos pressupostos neo-liberais da direita. Sera que algum dia se vai libertar deste grilhao? Nao sera com Costa nem Centeno de certeza…..
http://money.cnn.com/2015/11/15/news/economy/japan-economy-recession/
So falta acrescentar que so Japao tem seguido o conselho do FMI e da OCDE e reduzido o estimulo fiscal a situacao seria muito pior. O Japao foi dos primeiros paises a recuperar da crise de 2008 mas retirou o estimulo fiscal muito cedo em 2010 e o resultado esta a vista….
, lol