Tudo Menos Economia

Por

Bagão Félix, Francisco Louçã e Ricardo Cabral

António Bagão Félix

10 de Outubro de 2015, 10:21

Por

Contas e descontas

Um amigo (socialista) mandou-me um SMS com um intrigante título: “Última hora: Portugal está fora do Euro”. Não se tratava, porém, da moeda única, mas do Euro de futebol e do jogo em que, no dia anterior, Portugal derrotou a Dinamarca e ficou apurado para o Europeu 2016. E, desta vez, sem calculadora na mão e sem necessidade de recurso ao “play-off”.

Captura de tela 2015-10-10 10.09.00Voltei ao SMS e à explicação que faltava: “Apesar de Portugal ter ficado classificado em primeiro lugar (18 pontos), a Albânia, a Sérvia e a Dinamarca somadas (ou seja, coligadas) têm mais pontos (27) do que Portugal. Como tal devem ser estes outros países a disputar o Europeu em França!

Sorri e fiquei a pensar, sabe-se lá porquê, no próximo Governo de Portugal e na zona euro.

Comentários

  1. Ao contrário do que pensam a maior parte dos portugueses, isto não é um jogo de futebol em que se apoiam clubes, é algo muito importante para 9 milhões de portugueses, embora, seja qual for o resultado, pouco possa mudar.
    Mas, já agora, parafraseando o Rui Santos, o pluralismo [de quem o apregoa] é uma treta.

  2. Quem diria que o meu amigo usando uma broca tão fininha ia desta acertar no cano dos comentários deste blog. Como está a ver tem mais leitores do que provavelmente suporia.

    A ideia nestas situações é como nas bulhas em frente ao portão da escola. Não mostrar medo.
    – Quantos são? Quantos são? Que avance quem quer conhecer a minha mão?

    Agora mais a sério, não deixei de ficar preocupado por não ter tachos? Então o meu amigo não frita um Joaquim e acompanha com um arroz de tomate ou uma migazinha feita de um molete velho? Uma sopinha? Estufar um pito? Não podemos ficar dependentes dos restaurantes constantemente; os mínimos (o antigo “trivial”) na cozinha honra sempre qualquer homem ou mulher adultos. Estou a ver que quem lhe vai oferecer um tacho sou eu. Nunca é tarde! Não se acanhe a dar uso aos tachos e de retirar disso o melhor proveito!

    1. Sou absolutamente inapto no manejo dos tais tachos e caçarolas. Também não sou especialmente dedicado aos prazeres da comida. Cumpro os mínimos…

  3. Caro António Bagão Félix, muita gente por aqui mostra ser desprovida de sentido de humor. Quem os arrumou já há 40 anos atrás foi Sophia de Mello Breyner, chamou-lhes “os fascistas da palavra”. Cumprimentos.

  4. Tão parvo é o que mandou o SMS como irresponsável e preguiçoso é quem edita este artigo; ganha dinheiro à boa vida plagiando os amigos.
    Pobre Portugal que, nos meios editoriais só tem teleguiados e plagiadores.

    1. No meio de tanta parvoíce, irresponsabilidade e preguiça, o país está à sua espera. Aproveite a oportunidade.em vez de pura e simplesmente caluniar sobre a opinião alheia. Ou será que a sua é superior?
      Já agora saiba que o conceito de plágio, é quando se repete um texto como se fosse próprio.

    2. Ainda por cima este hipócrita é falacioso, pois a equipa portuguesa jogou sózinha, não foi a jogo coligada com outra selecção.

    3. Não faço o favor de devolver a “lj” a hipocrisia de que me acusa, a propósito de uma “estória” para sorrir. É que prefiro mesmo sorrir, creia.

  5. Fico aguardando outros argumentos . Sei que o articulista tem capacidade para ser menos demagógico, tendo em conta que já demonstrou conhecer a nossa constituição e as regras do apuramento para o campeonato parlamentar.

    1. Como terá percebido, limitei-me a transcrever uma piada, sem até tomar opinião. Quem achou isso, enfiou um barrete….

  6. Esta comparação, futebol, formação do governo, faz-me lembrar aquelas situações em que tentamos explicar alguma coisa a alguém, e de repente dizemos algo fora do contexto, e perante a surpresa, atrapalhação do ouvinte, dizemos: – Esquece, era só para ver se estavas atento!

  7. Estes amigos do PSD / CDS, entre os quais se incluí o Bagão Felix e o Marques Mendes, parece que agora lhes convém utilizar comparações futebolísticas. Sim, porque a democracia se rege pelas mesmas regras de um campeonato organizado pela FIFA. por falar nisso, o Blatter, já foi preso?

    Este medo de perder os tachos e tachinhos

    1. Fosse a piada no sentido que legitimamente pensa e já achava interessante a comparação.
      Quanto aos tachos e tachinhos – o argumento sempre invocado e, claro está, por um “anónimo” – ofereço-lhe todos os meus. Ficaria com as mãos a abanar.

  8. Desde já, saliento a sua persistência em manter anonimato, o que diz bem do seu carácter. Convicção que reforço quando não é capaz de se manter no estrito caminho do respeito pelas opiniões contrárias, apodando – me de ignorante. Já estou habituado a que os militantes da direita sejam arrogantes e soezes, por isso não perco mais tempo com este assunto.
    Mas não posso deixar de notar que o seu conceito de democracia passa por proibir quem não lhe preenche as simpatias. Já passaram 41 anos sobre esse tempo mas admito que lhe veio a nostalgia.
    Fica agora claro o intuito e o fundamento do discurso sobre a legitimidade da coligação e da direita. Agradeço – lhe por ter tornado este ponto tão transparente. E não voltarei a responder – lhe.

    1. Certamente que não me referi a si, António Bagão Félix, mas a um anónimo que escreve sob o pseudónimo de Liberal.

  9. Deixemos as nossa cores políticas de lado e tentemos ser objectivos. O sistema político português baseia-se num conjunto de regras. Os políticos, limitados por esse conjunto de regras, tentam fazer o melhor possível para maximizar o seu próprio benefício. Não há mal nenhum nisso, é assim que todos nós funcionamos.

    Na situação política actual, apenas o Presidente da República pode impedir os partidos de esquerda de formarem governo caso seja essa a sua intenção.

    Resta-nos a nós, meros observadores, perceber se a formação de um governo de esquerda serve de facto os interesses individuais dos agentes políticos que assim o decidirem. Podemos também, mais ousadamente, tentar antecipar se essa eventualidade serve os interesses do país.

    A ousadia extrema seria então concluir que os interesses individuais poderão dar origem à formação de um governo de esquerda, que esse governo de esquerda poderá ser prejudicial ao país, e que existem alterações às regras do nosso sistema que poderão corrigir este agora descoberto desalinhamento entre os interesses individuais e os interesses globais do país.

    1. “Os políticos, limitados por esse conjunto de regras, tentam fazer o melhor possível para maximizar o seu próprio benefício. Não há mal nenhum nisso, é assim que todos nós funcionamos.” – Então o Sócrates, o Dias Loureiro, o Isaltino Morais… é tudo malta porreira, porque só estão a corresponder aos instintos naturais de todos nós que é a vontade de gamar… Muito bem, assim se percebe porque Portugal não passa da cepa torta.

  10. António Bagão Felix, apoiante da coligação, é incapaz de fazer um comentário imparcial sobre este tema.
    Jorge Espirito Santo, apoiante da esquerda, é incapaz de fazer um comentário imparcial sobre este tema.
    Liberal, apoiante da coligação, é incapaz de fazer um comentário imparcial sobre este tema.

    Deixemos as nossa cores políticas de lado e tentemos ser objectivos. O sistema político português baseia-se num conjunto de regras. Os políticos, limitados por esse conjunto de regras, tentam fazer o melhor possível para maximizar o seu próprio benefício. Não há mal nenhum nisso, é assim que todos nós funcionamos.

    Na situação política actual, apenas o Presidente da República pode impedir os partidos de esquerda de formarem governo caso seja essa a sua intenção.

    Resta-nos a nós, meros observadores, perceber se a formação de um governo de esquerda serve de facto os interesses individuais dos agentes políticos que assim o decidirem. Podemos também, mais ousadamente, tentar antecipar se essa eventualidade serve os interesses do país.

    A ousadia extrema seria então concluir que os interesses individuais poderão dar origem à formação de um governo de esquerda, que esse governo de esquerda poderá ser prejudicial ao país, e que existem alterações às regras do nosso sistema que poderão corrigir este agora descoberto desalinhamento entre os interesses individuais e os interesses globais do país.

    1. Parabéns pelo seu comentário. Sem quaisquer dúvidas, o único absolutamente imparcial.

  11. Basta olhar para a Europa e ver que em muitos paises governam partidos que foram por vezes os terceiros mais votados, sem que isso coloque qualquer problema de legitimidade e sem que os agora arautos de uma certa democracia se tivessem indignado por isso. Parece – me, isso sim, que esta posição é apenas uma forma de manifestar uma profunda convicção antidemocrática, ao pretender que as forças que representam a direita e que tanta desgraça causaram a este pais devem governar em qualquer circunstancia.
    O que acontece é que os programas com que os partidos concorreram as eleições e mediante os quais os eleitores fizeram escolhas são incompatíveis, ou seja, de um lado esta a coligação de direita com um programa escondido e que pretende manter o caminho seguido durante mais de 4 anos ( e aqui não vou falar de outra estranha concepção de democracia que permitiu a esta gente ocupar os cargos governativos por mais de 4 anos, porque as eleições deveriam ter tido lugar em Abril ou Maio) e do outro todos os restantes partidos que, não obstante as suas diferenças, propuseram aos eleitores uma mudança na politica seguida pelo governo.
    Essa é que é a maioria actual. E seria trágico que os eleitores portugueses voltassem a ser de novo enganados pelos seus politicos. Penso, assim, que o respeito pela democracia representativa tera que implicar uma mudança de governo, tenha ela a forma quer tiver.
    Não aceito também que 20 % dos eleitores possam ser considerados de segunda, descartaveis ou menos merecedores de respeito pela suas escolhas politicas. Esse é outro vicio grave da democracia e uma perigosa forma de favorecer extremismos e movimentos de revolta.
    Em suma, a coligação de direita ficou em minoria e não pode nem tem legitimidade para governar com as propostas que apresentou ao eleitorado se a maioria o quiser fazer. É a democracia.

    1. Todo o ignorante confunde democracia representativa com proporcionalidade. Em Inglaterra o PCP provavelmente nem teria um só deputado com 8%, e na Alemanha nem existiria, pois foi proibido nos anos cinquenta. É a democracia, mas melhor do que a nossa.

    2. Creio que está errado, Liberal, ao afirmar que o Partido Comunista na Alemanha está proibido. Recordo-lhe a existência do SED que se converteu no Partido do Socialismo Democrático da Alemanha (PDS), depois chamado Partido da Esquerda, que continua sendo uma força política relevante na Alemanha, especialmente no leste. Mas corrija-me se estou errado.

    3. Diz que a Coligação ficou em minoria mas esquece-se de referir que:

      – 67% do eleitorado votou contra os socialistas;
      – 89% votou contra os bloquistas;
      – 91% votou contra os comunistas.

  12. A tradição em Portugal é há muito que governa a força política mais votada, e isso mesmo aconteceu com o PS por diversas vezes. Não sendo eu conservador, não posso aceitar que se ponha em causa essa tradição política à socapa e sem aviso prévio. Supondo que os eleitores tivessem sido informados de que só com maioria absoluta no parlamento poderia haver governo, as escolhas teriam sido necessariamente outras. Isto é ainda mais grave porque a maioria relativa do PSD e CDS está perto de ser uma maioria absoluta. Não se vislumbra em nome de quê o presidente da república não reconduziu o primeiro-ministro.

    1. As oposições do contra pagam com língua de palmo os seus bloqueios. Veja-se o que aconteceu ao PRD.

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