Tudo Menos Economia

Por

Bagão Félix, Francisco Louçã e Ricardo Cabral

Ricardo Cabral

2 de Julho de 2015, 13:00

Por

“Os fins não justificam os meios”

A Eurocracia tende a seleccionar muitos dos seus entre os mais brilhantes cidadãos europeus. Serão homens e mulheres, certamente honestos, extremamente trabalhadores e competitivos, que querem ganhar batalhas negociais. Mas parece que demasiadas vezes se esquecem do “provérbio” acima.

Começo por referir que a diferença da posição negocial das instituições de governo da União Europeia e o governo grego, que era a 21.6.2015 de 910 milhões de euros, representava apenas 0,009% do PIB da zona euro. E embora seja difícil seguir o fio à meada, parece que a divergência final entre as duas partes, resulta da composição das medidas para atingir essas poupanças, que os credores insistem deveria passar por aumentos dos cortes das pensões e aumento de IVA nas ilhas gregas, contra a vontade do governo grego.

O referendo proposto pelo governo grego pareceu ser uma boa jogada negocial. E, acima de tudo, respeitava um princípio fundamental da Democracia: o Povo é Soberano e deve ser ouvido em decisões que determinam o seu presente e futuro.

Mas, dados os eventos entretanto ocorridos, parece que o governo grego cometeu um erro. Foi demasiado “naïve”. Acreditou no “fair play” dos seus parceiros europeus ao propor um referendo acerca de uma questão que, em princípio, se arriscava a perder, mesmo se esses parceiros não tivessem tomado quaisquer medidas. Senão vejamos:

1. O governo de Tsipras foi eleito com 36% dos votos, embora conte com o apoio de um segundo partido (ANEL) com 4,8 % dos votos (o Syriza é uma coligação de” movimentos” não um partido convencional);

2. As dificuldades negociais enfrentadas pelo governo grego ao longo dos últimos meses, bem como alguns erros nessa negociação, provavelmente já desencantaram parte do eleitorado que votou no Syriza;

3. O actual governo grego tem sido “diabolizado” pelos parceiros da União Europeia. No Eurogrupo (essencialmente ministros das finanças), em particular, o governo grego está sozinho contra os representantes dos governos dos restantes 18 países membros e, no Conselho Europeu (chefe de estado ou de governo), o ambiente não é certamente muito melhor;

4. Os eleitores iriam às urnas referendar uma questão em que o resultado da opção “Sim” era conhecido: “mais austeridade”, um definhar constante mas indefinido ao longo de décadas; mas, a opção “Não” traduzia-se num enorme salto no desconhecido, sem que os eleitores pudessem aferir o que ocorreria depois, à banca, ao euro, aos seus salários, às suas pensões…

Portanto, afigura-se que a probabilidade do governo grego perder o referendo era, à partida, muito elevada.

Mas ser muito elevada à partida, aparentemente não era suficiente para as instituições de governo da União Europeia. Face ao sucedido nos últimos dias, nomeadamente a forma pronta e sem hesitações da resposta das instituições de governo da União Europeia à proposta de referendo por Tsipras, parece que a convocação do referendo pelo governo grego era uma contingência possível, já antecipada e até desejada pelas instituições de governo da União Europeia (algumas, pelo menos). E que a resposta prevista por essas instituições era esta que foi dada: congelar o financiamento à banca grega, obrigando a uma semana de feriados bancários e a cenas de reformados em pânico sem saber como levantar o dinheiro das suas reformas; não prorrogar a proposta de acordo por mais uma semana e, em resultado, tornar o acto democrático puro num referendo simbólico e sem sentido (porque relativo a uma proposta das instituições de governo da União Europeia que deixou de existir).

Pânico Grécia

Fonte: AFP Photo/Angelos Tzortzinis, via Yahoo News.

O povo grego recebe ao longo da semana que precede o referendo uma mensagem subliminal clara: se votarem “Não”, ficam sem os vossos depósitos (para alguns, amealhados ao longo da vida), arriscam-se a não receber as vossas pensões e salários e continuará o caos que viveram nesta semana; se votarem “Sim”, volta a “normalidade” e poderão reaver o vosso dinheiro.[1]

O pânico sentido nos mercados financeiros, na segunda-feira, com contágio a dívidas soberanas e aos preços das acções da banca dos países do sul, provavelmente levou alguns decisores europeus a ter dúvidas sobre a resposta adoptada e outros a ensaiar o reatar das negociações. Tsipras aparentemente caiu na “esparrela” (como argumenta Francisco Louçã) diminuindo muito a sua força negocial e pondo em causa o próprio referendo.

Dois Prémios Nobel da Economia Paul Krugman e Joseph Stiglitz e peritos internacionais como Martin Wolf, Karl Whelan, Philippe Legrain criticaram a posição das instituições de governo europeias (embora alguns também critiquem o governo grego) e afirmam abertamente que, se fossem gregos, votariam “Não” ou, pelo menos, dão a entender que favorecem tal posição.

As instituições de governo da União Europeia tudo fizeram para “assegurar” esta semana um aliado  – o povo grego, com medo e sem dinheiro. As sondagens feitas antes e depois do anúncio do BCE são disso reveladoras.

referendo grécia

Fonte: Spiegel.

O gráfico da esquerda, acima, revela que antes de saberem que a banca iria ser encerrada, os gregos votariam maioritariamente “Não” (57%). Após (um ou dois dias) de encerramento da banca e da introdução dos controlos de capitais (gráfico da direita) o “Não”, ainda lidera, mas com “46%”, onze pontos percentuais abaixo das intenções de voto antes do anúncio do Banco Central Europeu de domingo.

É muito provável que ganhe o “Sim” mas a Europa fica mais pobre porque “os fins não justificam os meios”.

 

 

 

 

 

[1] Poder-se-ia argumentar que o Conselho do BCE não poderia continuar a permitir aumentos de liquidez sem restrições perante a perspectiva do referendo, mas era possível, por exemplo, assegurar liquidez suficiente para que a maioria da população não fosse afectada e não fosse necessário declarar o controlo de capitais e uma semana de feriados bancários.

Comentários

  1. «Os Fins não justificam os meios»
    A mentira, «fim de austeridade, manutenção no euro», não é justificavel, quaisquer que sejam os fins ( continuamos sem saber realmente quais os fins ).

  2. Realmente, os fins não justificam os meios:

    ” Varoufakis diz que as negociações não pararam. E que o “acordo está mais ou menos selado”. (…) “Um acordo está em vista seja a resposta ‘sim’ ou ‘não'” no referendo”, declarou o ministro do partido de esquerda radical Syriza à rádio pública irlandesa RTÉ. ”
    http://www.dn.pt/inicio/globo/interior.aspx?content_id=4659421

    Se as negociações não pararam, para que serve o referendo? No mesmo artigo:

    Jean-Claude Juncker: “O programa expirou, não há negociações em curso.”
    http://www.dn.pt/inicio/globo/interior.aspx?content_id=4659421

    Afinal, talvez Varoufakis tenha delirado e o referendo ainda sirva para alguma coisa.

    A tragédia grega tem um lado cómico, ou será a comédia grega que tem um lado trágico?

  3. Realmente, os fins não justificam os meios:

    ” Líder dos Gregos Independentes, partido nacionalista que está coligado com o Syriza, está a causar controvérsia por ter dito que, independentemente do que acontecer domingo, as Forças Armadas “podem sempre garantir a estabilidade interna, a soberania nacional e integridade territorial, e a estabilidade na relação com as alianças do Estado“.
    Muitos observadores estão a ver nestas declarações uma ameaça implícita de golpe de Estado, num país que há pouco mais de 40 anos vivia sob ditadura.
    Citado pelo The Guardian, Fofi Genimmatas, do partido socialista PASOK, diz que “esta linguagem é perigosa para a democracia. É uma ameaça aberta contra os direitos e liberdades do povo grego e de cada cidadão individualmente”. O presidente da câmara de Atenas, que tem feito campanha pelo “sim”, George Kaminis, também perguntou: “O que é que este cavalheiro quer dizer com isto? Que está a preparar um golpe de Estado?” ”
    http://observador.pt/2015/07/03/sondagem-da-bloomberg-da-empate-no-referendo-425-pelo-sim-e-43-pelo-nao/

  4. Realmente, os fins não justificam os meios!

    ” Líder do lado grego na negociações com os credores, Euclid Tsakalotos, reconheceu em entrevista à Skai TV que o referendo foi lançado não para o governo se legitimar perante os credores mas porque, tivesse Alexis Tsipras aceitado o acordo, este chumbaria no Parlamento e o governo cairia.
    “O governo cairia e teríamos três semanas até às eleições que seriam muito mais difíceis de gerir do que os oito dias até ao referendo”, disse Tsakalotos, citado pela imprensa grega. ”
    http://observador.pt/2015/07/03/sondagem-da-bloomberg-da-empate-no-referendo-425-pelo-sim-e-43-pelo-nao/

  5. O melhor artigo que li até ao momento sobre os episódios mais recentes da crise grega!
    Entretanto, gostaria de colocar à reflexão do estimado Ricardo Cabral algumas questões sobre o putativo futuro do euro e o possível desfecho para a crise grega – e que é também do interesse dos portugueses:
    – Deve a Grécia sair ou permanecer no euro?
    Na minha opinião a permanência é, teoricamente, preferível à saída. A saída acarreta o risco acrescido da incerteza, mais a instabilidade da zona monetária e o estigma a pesar sobre o futuro dos gregos. Depois, há a considerar os efeitos negativos imediatos da desvalorização cambial, ainda que a médio prazo a economia pudesse recuperar a competitividade, o emprego, a procura interna e o novo ímpeto das exportações.
    Porém, alguns economistas argumentam que um “euro forte”, numa economia frágil ou debilitada, tem como consequência o desvirtuamento da estrutura produtiva – e se a isto se somar o acesso desregulado ao crédito no passado, eis a receita para o defice e o endividamento. Logo, o reajuste da estrutura produtiva tem de ser feito pela recuperação de soberania monetária. A menos que as economias mais fortes da União estejam disponíveis para financiar de forma continuada os défices das economias periféricas, a partir das transferências de um orçamento comum; ou, inversamente, que se queira admitir o êxodo e o empobrecimento da periferia como uma fatalidade. Dito de outro modo, são estas duas posições antagonicas que estão por detrás do diferendo grego – bem patente, de resto, na radicalização da opinião pública, na divisão do discurso entre aqueles que acham que os gregos querem viver às custos dos outros europeus, e de aqueloutros que não aceitam a discriminação negativa feita sobre o empobrecimento dos gregos e da periferia europeia!
    Então, o eventual benefício saída só deve ser considerado numa perspectiva de médio/longo prazo. Contudo, os efeitos negativos imediatos poderão ser amenizados se a saída for concertada com outros estados-membros – além disso, sempre devem ser evitadas políticas isolacionistas; pelo que, qualquer que seja o cenário de saída, não deve, em todo caso, estar comprometida a participação na UE!
    – Considerando o cenário de saída da Grécia, aparentemente o elo mais fraco desestabilizador, então a zona monetária deveria ficar mais coesa e forte, não é verdade?
    Os receios de contágio a outros países denunciam desde logo a vulnerabilidade da moeda única. Em boa verdade, o problema não é da Grécia, ou de qualquer outro estado-membro, antes da má concepção da moeda europeia, que não serve a maioria das economias da eurozona. Repare na contradição, a moeda única tem um cariz federalista (similar ao dólar), porém, as dívidas são ditas soberanas, onde já não há soberania monetária!
    – Devemos então defender o fim do euro?
    Não há mal algum que exista uma “moeda comum” europeia, pelo contrário – o problema é ela ser “moeda única”. Então, em vez de se andar às voltas com as dívidas soberanas, impondo mais austeridade e exigindo reformas sem fim aos gregos, o que os decisores europeus deveriam estar a debater, além da reestruturação da dívida, era a reforma do próprio euro. Porém, não o fazem porque a moeda única, mais do que um espartilho económico, tornou-se num instrumento político centralizador de poder, contra os fundamentados de solidariedade e cooperação que inspiraram a integração europeia!
    – E como seria essa possível reforma do euro?
    Tem-se falado em “reformar” a partir do maior aprofundamento da centralização burocrática, tendencialmente federalista, através da criação de fundo de assistência e orçamento comuns, unidade bancária, fiscal, etc. – mas da moeda propriamente dita, pouco ou nada! É preciso passar da “moeda única” a um novo conceito de “moeda comum”. Na prática seria como retornar a uma versão melhorada do “Ecu” – cada Estado-membro poderia emitir a sua moeda, para uso interno, porém a convergência à moeda comum funcionaria através de cambios fixos, ajustaveis no tempo, por forma a melhor atender às especificidades das diferentes economias. O novo euro serviria de unidade de conta, e garantia de lastro, nas transações dentro da zona monetária. O comércio com o exterior seria contado na moeda comum… Na tese de Jacques Sapir, a moeda comum, a concorrer no mercado global, seria composta de um “cabaz” das respectivas moedas nacionais.
    – Como seria coordenada a política monetária comum e a afixação da paridade/câmbio entre moedas?
    Através da concertação entre o BE e os bancos centrais dos estados-membros… pois, ao invés da via estritamente federalista, a concertação permanente entre membros é a unica forma de prosseguir a convergência europeia, numa União de Estados soberanos que se pretende verdadeiramente solidária e cooperante!
    – Então, por que não se avança para uma verdadeira reforma da zona monetária?
    Além da participação do FMI, do centralismo burocrático das instituições europeias, da hegemonia alemã, do egoísmo das economias mais desenvolvidas, junta-se ainda a divisão e cobardia política de outros países periféricos – na forma como todos tentam isolar e condenar a Grécia.
    – Quais são as opções agora para os gregos?
    O ideal poderia ser uma saída negociada… (embora qualquer cenário de saída seja à partida rejeitado pelo Governo grego). Isto na expectativa até de um posterior reenquadramento grego numa eurozona renovada. Mas se a concertação política hoje é difícil, a reforma do euro, embora urgente e necessária, afigura-se irrealista.
    Então, sem quase nada a perder, o que parece restar mesmo aos gregos fazer é votar: Sim – e “resignar” às políticas que tem por fim a austeridade; ou, Não – e “resistir” nos meios que ainda possam justificar para Tsipras a “reestruturação da dívida” e a oposição à saída involuntária, empurrada, para fora do euro… Talvez seja essa ainda a utilidade final do referendo… E Resistir, pode ainda ter de implicar a emissão imediata de moeda ou outros meios complementares de pagamento, com o fim de garantir o fluxo monetário interno, face à escassez de euros.
    Em súmula, Resistir, como meio pacífico de protesto, com que se justifica a desobediência às potestades, que têm por fim mais austeridade, o empobrecimento, o desencorajamento e a submissão final dos gregos (e outros).

    1. Citação do economista e sociólogo francês, Frédéric LORDON:
      «Nestas condições, ou se abandona qualquer esperança de transformação e se aceita a submissão à Europa “à alemã”, ou se espera que a própria crise se encarregue de fazer tábua rasa da situação. Seria um grande erro subestimar as possibilidades de isto acontecer. Esta tábua rasa pode vir do lado político se um dos países, por exemplo a Itália, se encontrar num estado de bloqueio institucional e se vir incapaz de avançar na purga austeritária, podendo gerar rivais e grande pânico nos mercados financeiros. E pode vir também do lado do sistema bancário, sempre podre por dentro, e cada vez mais, à medida que cresce o fluxo de créditos duvidosos canalizados pela recessão.
      Ou então toma-se a dianteira e abre-se o jogo, endereçando uma proposta a todos os povos da Europa: “Queremos fazer uma moeda comum europeia que restitua à política económica todas as suas possibilidades. Antes de podermos fazer, vai ser preciso desfazer. A construção institucional de uma moeda comum não será feita nas costas dos povos; só pode ser legitimada por aprovação referendária, o que significa que não acontecerá num fim-de-semana obscuro, mas às claras e demorando o tempo que for necessário. Em consequência, devemos sair do euro e regressar às respectivas moedas nacionais, como base de um novo avanço europeu.»
      Em «O que fazer com este euro?» – Le Monde Diplomatique, 2013.

  6. A democracia é uma coisa bonita, mas se não votarem como eu quero, é porque foram pressionados, ameaçados, ou coisa que o valha.

  7. Não compreendo como é que pode dizer que:
    1. o referendo ter sido uma boa ideia, quando surge como resultado dum impasse numa das posições durante uma negociação (um referendo, organiza-se, discute-se, analisa-se, pondera-se e escolhe uma determinada opção – os suíços são os tipos que mais referendos fazem). Os referendo não se impõem. Promovem-se. Pelo menos em democracia.
    Este referendo é uma charada e os gregos não o mereciam.
    2. os erros que menciona cometidos pelo Syriza nas negociações forma cometidos por quem não tinha margem de erro, nem tempo para errar. Ou seja, o que se prometeu em eleições não dava para errar (em Portugal ainda deu para prometer uma coisa e fazer outra, na Grécia não havia espaço). Ou seja, falharam e deviam assumi-lo a tempo, mais coisa menos coisa no principio de maio deste ano. Os gregos mereciam um pouco mais de honestidade.
    3. não entendo a nota de rodapé. Ou seja, como era possível garantir parte da liquidez necessária, num período em que ninguém sabe como vai acabar esta história. Os gregos não precisam de mais ilusões.
    Compreendo a simpatia que possa merecer o Syriza pelo esforço que fez em dignificar o seu povo. Mas os gregos precisam de quem possa fazer as coisas, não de quem tenha vontade de tentar.

    E já agora sobre o euro (isto vindo de quem não é da área e fala por sentimento). O euro é uma parte da europa que pode e quer ter uma moeda conjunta. A comunidade europeia e a europa ainda é composta por outros países com moeda própria que não querem ou ainda não podem estar no euro e não há mal nenhum no mundo com isso. É a regra do euro e foi assim que percebi quando aderimos ao euro. Não estava à espera doutra coisa. É muito bom estar no euro, mas dá trabalho.

    1. O referendo faz todo o sentido neste caso, pois é uma decisão fundamental que afecta particularmente a vida das pessoas. É a decisão entre a escravatura de um Povo/Estado, através da dívida, com sacrifícios pesados e consequências negativas a nível social, e a liberdade de retomar a soberania em mãos o ser dono do seu próprio destino. O Siryza não podia fazer de outra maneira, pois o povo, imaturo, quer o melhor de dois mundos – não passar sacrifícios e fazê-lo com o dinheiro dos outros – Como diz o velho ditado: “querem chuva na eira e sol no nabal” e assim vão ter que se decidir.

  8. o governo do siryza tem sido “diabolizado” por 18 paises da UE,e os dirigentes da BCE,UE e FMI.já para não falar dos media,blogs,redes sociais e todos os que “opinam” neste mundo.Depois da queda deste governo e das consequentes medidas “austeritarias”(mistura de austeridade com autoritário,ou dizendo de outra forma,não há alternativa para a austeridade) serem implantadas,com a consequente limpeza de divida “privada” para divida publica(dos contribuintes),poderemos tirar conclusões sobre quais os verdadeiros motivos dos dirigentes europeus para humilharem um povo.E isso vai ter consequencias nas eleições de Portugal e Espanha.De qualquer forma como diz o outro;”há realmente uma luta de classes,e neste momento ganham…os ricos”

  9. Não é nada muito provável que ganhe o sim. Apesar de todas as pressões, manipulações e ingerências é provável, embora evidentemente não seja nada certo, que ganhe o Não. As vacilações do Tsipras – e da maioria da direção do Syriza, que, a propósito, apesar da sua origem peculiar, desde 2012 é um “partido convencional” – também não ajudaram nada, bem como o miserável apelo, ao que será contabilizado como um voto nulo, do KKE (de que felizmente se distanciaram os comunistas portugueses, que não perderam a perspetiva política do que está em jogo). Apesar de tudo, ainda é provável que ganhe um corajoso e honroso Não. Há alturas em que os povos têm que saber dizer Não.

  10. Já ninguém aguenta estes mentirosos compulsivos, estes hipócritas profissionais.

    Os discursos totalmente opostos ás imposições vergonhosas, cruéis e absurdas, dos funcionários tecnocratas do FMI e da UE nas negociações com a Grécia.

    Estas criaturas vendidas aos interesses dos agiotas são o protótipo da hipocrisia, da astucia mais abjecta a que o poder financeiro está a sujeitar os cidadãos da Europa.

    São os “génios” da ilusão, do ”parece mas não é”…

    Aproveitam-se da Insustentabilidade dos Estados, provocado pelas crises financeiras e esta indiscutível deformação do Sistema Monetário Europeu, para impor a submissão total aos interesses do Neoliberalismo Selvagem do Capitalismo mais abjecto…Privatizar até ao osso, reduzir o valor do trabalho.

    Aliás é essa a função do sinistro organismo, o FMI …. Não é por acaso que foi Angela Merkel a impôr a presença do FMI na Troika… Não é por acaso que tivemos o não menos sinistro Goldman sachs a manipular as contas Gregas em conivência com os governantes corruptos da Grécia de então. Que veio a despoletar da crise das dívidas públicas…

    Nada disto é inocente…

    … E é assim que os assassinos de países continuam na devastação dos interesses das Populações, na submissão total dos Estados aos “donos disto tudo”.

  11. Basicamente diz que:
    i) Vários economistas defendem solidariedade com o dinheiro dos outros, logo só pode ser este o caminho;
    ii) Enquanto o syriza continua a submeter os restantes europeus à escravatura do “continuam a pagar os meus vícios”, os europeus devem esperar, pagar e não reclamar.

    A Europa precisa urgentemente de expulsar gregos e todos os que não queiram cumprir as regras. Os gregos que façam uma união com a venezuela, cuba, rússia e argentina.

    1. A parte da divida que foi criada através da Europa industrializada, emprestando para vender, terá algum peso moral quantificável? Durão Barroso perdoou divida a Angola não há muitos anos. Portugal se exercesse o direito sobre a sua dívida hoje poderíamos controlar o petróleo angolano através da Galp. Portugal, segundo a sua perspectiva, é uma bosta que não percebe nada de como se fazem as coisas, na altura na pessoa de Durão Barroso. Vai estudar Oliveira!!!

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