Tudo Menos Economia

Por

Bagão Félix, Francisco Louçã e Ricardo Cabral

António Bagão Félix

5 de Abril de 2015, 09:56

Por

Três grandes portugueses

Herberto Hélder, Manoel de Oliveira, José Silva Lopes. Poesia, cinema, economia, envolvidos pelas mais sublimes expressões de cultura, liberdade e independência. Num curto espaço de tempo, Portugal perdeu três proeminentes vultos. Vidas que terminaram, obras e exemplos que irão perdurar. Já todas as palavras foram ditas, mesmo quando as palavras faltam. Curvo-me perante três grandes compatriotas que me reforçaram o orgulho de ser português.

Comentários

  1. Compreendo o Dr. Bagão mas quanto a ter orgulho em ser Português, a mim não me aquece nem arrefece. Aliás, lá por fora, faço questão de não ter a iniciativa de dizer de onde venho.

  2. “o orgulho de ser português.”

    Isto é uma coisa que eu não percebo, fizemos alguma coisa para serem grandes ou foram eles que fizeram? Então de onde vem o orgulho em algo que não foi da nossa responsabilidade?
    A seguir a isso bem o nacionalismo e o patriotismo, como se as linhas geográficas artificiais tivessem algum valor intrínseco.

  3. Parabéns pelo seu post, Bagão Félix.

    Simples.

    A simplicidade ás vezes quer dizer muita coisa.

    Eu também sou simples e digo que não entendo nada de Helberto Helder e muito menos de Manoel de Oliveira. Mas se outras pessoas simples gostam deles, e eles são reconhecidos por tanta gente, então eu também gosto.

    Em relação a Silva Lopes é diferente, principalmente depois da crise de 2007. Comecei a amar o homem pela sua sabedoria, e a ter consciência do que é ser português e ter real sentido de sobrevivência como tal.

    É único. Uma grande perda.

  4. Será que “tempo”e “espaço” poderão ser interpretados, ao preciosismo da letra, como duas dimensões mutuamente excludentes – podendo dessa forma incriminar, como uma trave entreposta aos olhos dos puritanos da moral linguística, o estilo literário de quem use de tal expressão: “espaço de tempo”? Reflictamos:
    Não existe “espaço” sem “tempo” – pois o “espaço” entre dois pontos é sempre uma medida do tempo que demoramos a ir de A para B. E se 1000 metros são – “metricamente” falando, enquanto unidade de medida convencional – o mesmo “espaço,” quer se vá a pé, a cavalo ou de automóvel – a percepção que temos do “espaço”, essa muda radicalmente em função da percepção que temos do tempo gasto, ou ganho, a percorrer essa distância. Mais, não deixa de ser surpreendente que embora as cidades de Lisboa e Porto mantenham a mesma distância geográfica entre o “Terreiro do Paço”, ou, corrijo, a Praça do Comércio”, e a “Ribeira do Porto”, a distância percorrida essa tenha encolhido, literalmente, ao longo do “tempo” e do “espaço”. É claro que aqui, na definição de “espaço”, será pertinente distinguir entre distância “real”, métrica, geodésica, com uma latitude e longitude, da distância “estimada” no caminho a percorrer entre dois pontos… Porém, o que é a “realidade” e o que é a “estimativa” – o mundo “real” no tempo dos Império Romano, definia Roma como centro do mundo conhecido, enquanto Lisboa se tornaria no centro de um Império Marítimo para lá dos mares desconhecidos… a percepção “espacial” do mundo mudou então radicalmente no “tempo” dos Descobrimentos, e muito por mérito dos portugueses. E hoje, Portugal o que é? Centro do Atlântico ou ultra-periferia europeia? Mudam-se os tempos, muda-se a vontade, e, invariavelmente, muda-se o espaço – e, porém, se nada é imutável, nada se perde, tudo se transforma ou transmuta e tudo permanece: o espaço permanece (- ou será que afinal o universo se expande e retrai?) e o tempo não é necessariamente uma evolução positiva da humanidade (- e o que é o tempo se não o espaço da distância percorrida pela luz nesse mesmo universo? E a luz viva que olhamos na escuridão da noite pode, afinal, ser uma representação tardia da uma “estrela morta”… e, até sem o sabermos, poderemos já estarmos todos mortos, ainda que vivamos!)
    Voltando ao artigo… pois bem, eu acho muito apropriada expressão “espaço de tempo” – “tempo” significa aqui “vida”, ou a distância percorrida entre o nascimento e a morte (que em tempo real se mede em horas, dias, meses e anos… e, em tempo estimado, em tudo aquilo que se fez, ou não fez, em vida – pois, pode um homem viver 100 anos sem nunca ter saído da sua aldeia, que é o centro do seu universo e da sua existência, e pode outro homem ter vivido 50 e percorrido todo o mundo, tal como pode um homem ter nascido com a única finalidade de ver passar o tempo: nascer, procriar e morrer… e pode outro homem ter vivido muitas vidas, heterónimas ou não, dentro de uma mesma vida, ou até morrer na convicção de que a vida afinal sempre será uma passagem para outra vida, um outro tempo e outro espaço… e um ou Reino ou V Império!); já “espaço” se aqui refere a uma existência tópica – que neste caso, resume a vida das 3 figuras a um espaço definido: Portugal! Daí que o autor oportunamente acrescente ao tempo das suas mortes, o seguinte epitáfio: de se tratarem de “três grandes compatriotas que me reforçaram o orgulho de ser português”. Perfeita combinação de «Tempo e Espaço». Está tudo dito!

  5. Julgo que a expressão “espaço de tempo” deve ser substituída por “intervalo de tempo”.Expresso a minha total concordância com o teor da cronica do autor,que,de resto,tem sido,como cronista,uma agradavel surpresa.

  6. Portugueses de outros tempos e com outros valores! E que falta nos fazem nuns tempos em que a mediocridade anda à solta!

  7. Agradeço a leitura do “post” e os seus comentários que me fizeram pensar na expressão “espaço de tempo”. Muitas vezes usamos expressões que, de tão ditas ou escritas, já não paramos nelas.
    No entanto, creio que se pode legitimamente defender aquela expressão, ainda que tal opinião não seja unânime. Como exemplo, envio-lhe um excerto do Ciberdúvidas com as duas posições (http://www.ciberduvidas.com/pergunta.php?id=13222).
    E quanto ao “período de tempo” pode afirmar-se que é um, pleonasmo ou, pelo menos, um quase pleonasmo.
    Para evitar dúvidas, talvez devesse ter escrito “num curto tempo”.
    Com toda a cordialidade
    abf

  8. Caro A.Bagão Félix, felicito-o pelo seu “post”, que subscrevo. Permito-me, no entanto, um reparo: uma das várias coisas em que me identifico consigo é o seu rigor com a língua e o esforço “militante” que denota amiúde. Daí o desgosto por vê-lo usar a expressão “espaço de tempo”, que é uma contradição nos termos e um lamentável pseudo-eruditismo (que julgo ter nascido com a crescente representação gráfica de coisas que antes não o eram…). Porque não a correcta frase “período de tempo”, que é válida, explica-se a si mesma e não induz em erro?
    Já agora, sugiro-lhe este tema para uma sua próxima referência na SIC Notícias…
    Com o maior apreço e simpatia,
    Jorge Santos
    Lisboa

Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Tópicos

Pesquisa

Arquivo