Já se conhece a execução orçamental de Janeiro de 2015. Um mês apenas, o que, naturalmente, não permite nem tirar quaisquer conclusões, nem extrapolar tendências quanto às contas do Estado.
Mas, ontem, logo uns minutos depois de divulgada a execução do OE pela Direcção-Geral do Orçamento, assistiu-se à correria dos partidos pronunciando-se peremptoriamente, depois de fulminantes e aceleradas leituras. Uns, para encontrar o que lhes terá parecido mais negativo numa espécie de inferno orçamental; outros, para enfatizar o que descobriram como as boas consequências de uma política orçamental imaculada.
Sinceramente, acho que a política no seu mais genuíno e nobre sentido perde com esta voracidade opinativa para os telejornais. E acaba por desvalorizar as bem preparadas e reflectidas análises que os partidos e organizações sociais devem fazer periodicamente.
Reportando-me aos dados de Janeiro, também poderia aqui falar da evolução do IVA, das contribuições sociais (talvez os dois pontos tentativamente mais positivos do ponto de vista de eficácia fiscal) ou da aparente rigidificação da despesa, em particular da rubrica “aquisição de bens e serviços”. Mas, honestamente, 1/12 de observação de um ano é muito pouco para conclusões irrevogáveis… Temos de aguardar.