Ana Bola sem filtro: O que nos sobra servido numa bandeja de prata

O que dá a Ana Bola sem filtro uma estrutura que se aproxima da auto-ficção, tem mais a ver com um aproveitamento tácito da cumplicidade evidente com o público e como a actriz vai deixando de lado as personagens que vai fazendo na televisão para traçar a fronteira que a separa da efemeridade humorística dessas mesmas personagens. A possibilidade de fazer humor a partir de situações reais é o modo encontrado para denunciar uma sociedade transformada em programa de televisão, com risos controlados, banalidades transformadas em grandes feitos, e dramas (económicos, sociais, políticos) em narrativas que nos parecem ficcionais.