(Último livro em atraso. Divulgado na edição do Público de 13 de Agosto, quando ainda estávamos de férias.)
Tudo se pode coleccionar. Esta é uma das conclusões a que chega o pequeno Tiago, protagonista da história que aqui se traz. Mas foi-lhe difícil descobrir a colecção certa.
Entre as plantas do tio, com uma sala feita herbário, as bengalas do avô, que se recusava a usá-las, os elefantes da tia, que acreditava darem-lhe sorte, e a estranha colecção de beijinhos que a mãe dizia gravar no rosto, o rapaz não parecia identificar-se com qualquer delas.
Depois de uma conversa com a mãe, lá foi definindo o seu caminho: “As mães têm sempre as respostas mais acertadas para todas as perguntas, ainda que às vezes não as deem da forma mais clara. Gostam se ser misteriosas, as mães.” A verdade é que o rapaz resolveu fazer uso do seu maior “defeito”, ser um cabeça no ar.
“Se colecionar é reunir o que é especial para nós, então ele também era um colecionador! A sua cabeça-quase-nuvem tinha tantas ilusões, tantas imaginações e tantos sonhos lá dentro que era uma coleção.”
Numa escrita competente e sensível, esta história ganhou o Prémio Branquinho da Fonseca Expresso/Gulbenkian 2015. Seria depois ilustrada, e bem, por Marta Madureira. O resultado é um livro terno e bonito.
Ali se lembra que “amuar” e “amar” são palavras que andam quase sempre juntas. É “apenas” uma questão de se pôr ou tirar o “u”.
Tiago, o Colecionador-quase-Nuvem
Texto: Vanessa Mendes Martins
Ilustração Marta Madureira
Edição Arranha-Céus
46 págs. + separata 16 págs., 13,5€(Perfil de Marta Madureira no Facebook.)
Aqui fica a página completa. Algumas das actividades propostas já “caducaram”, mas podem sempre actualizar-se no Guia do Lazer.