Um livro que é uma festa. Pelas cores, pela história, pela imaginação do motivo da diferença e pela brincadeira feliz com as palavras. “Andava certo dia em passeio, de mão dada com a avó, o Paulinho, na aldeia, mais o Ari, a Luísa e, ohhh, eis que, de repente, avistou, surpreendido, numa manada de toiros, um toiro mais colorido.”
O animal era azul. Seria feitiço? Seria por ter comido hortênsias? Seria dos mergulhos no mar? Da desorientação do arco-íris? “Anil, azul e lilás andaram às voltas, às voltas, e zás: sete cambalhotas, setenta e sete risotas, e, já todas tortas, foram dar de caras, pim catrapim, com o toiro Serafim, que sem tus nem mus, de azul se banhou, pum catrapum.”
Quase que se pode cantar o texto que Manuela Costa Ribeiro escreveu. Percebe-se a experiência de convívio com crianças da também autora de Rosa e os Feitiços do Mar (Trinta por Uma Linha), que é sobretudo conhecida no mundo das letras por organizar o encontro literário Correntes d’Escritas, na Póvoa de Varzim.
Em O Toiro Azul, dança-se com as palavras e com as imagens; se aquelas têm ritmo, estas têm movimento. Qualquer criança ficará com vontade de encontrar algures o toiro Serafim. No livro, o animal chega a aparecer no noticiário por causa dos seus superpoderes. No fim, pim!
O Toiro Azul
Texto: Manuela Costa Ribeiro
Ilustração: Gonçalo Viana
Edição Tcharan
20 págs., 12€
(Texto divulgado na edição do Público de 6 de Fevereiro, página Crianças.)
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A página completa no Público, em tempo de Carnaval.