O autor começa por agradecer a quem lhe ensinou a pescar, “o tio José Filipe”, e logo nos leva mar adentro. Um livro cheio de peixes, sal, mas também ritmo, humor e conhecimento de palavras e espécies. Marinhas, claro.
Brincadeiras com o “carapau de corrida” convivem com os mistérios que as estrelas-do-mar suscitam a uma menina curiosa. Há um cachalote faminto, chocos apaixonados, um atum a precisar de asas, uma alforreca a dançar, um caboz que vai parar ao Oceanário e um cardume de sardinhas que acaba no prato. “(…) Saltam às centenas/ perto de um milhar/ nas ondas pequenas sempre a mergulhar// Chega o pescador/ da rede cercada/ acaba o cardume numa sardinhada!” Uma pobre guitarra terminará os seus dias “no bucho de um tubarão”.
Diz o autor e ilustrador sobre Rimas Salgadas: “Achei que seria possível fazer um livro em que as ilustrações se aproximassem da realidade sem a frieza da ilustração científica. É possível escrever de uma forma simples sobre a biologia. Alguns poemas são cantáveis, outros convocam ritmos urbanos, testemunho da mediação leitora que venho fazendo nos mais diversos contextos.”
Na próxima quarta-feira, dia 3 de Junho, Miguel Horta irá apresentar o livro na Fundação José Saramago (Casa dos Bicos, Lisboa), às 18h30. Por uma vez, podemos exagerar no sal.
Rimas Salgadas
Texto e ilustração Miguel Horta
Edição Grácio Editor
38 págs., 12€
(Texto divulgado na edição do PÚBLICO de 30 de Maio, na página Crianças.)
Aqui está um carapau de corrida…
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