Ninguém é de ninguém, mesmo o amigo mais inseparável de cada um de nós. Mas Guilherme não sabia disso. Quando um dia lhe apareceu um alce, convenceu-se de que este haveria de lhe pertencer. Deu-lhe um nome, Marcel, e uma série de instruções, “as regras que um bom animal de estimação deve conhecer”. Por exemplo, a regra n.º 7: “Ir com o Guilherme onde ele quiser ir.” Ou a n.º4: “Não fazer muito barulho quando o Guilherme está a ouvir os seus discos.”
Marcel às vezes cumpria as normas, outras vezes não. O que o rapaz jamais imaginara era que houvesse mais quem achasse que o alce lhe pertencia, como uma velhinha que lhe pusera o nome de Rodrigo. E Guilherme sofreu. O alce acabaria por lhe mostrar que também gostava de estar com outras pessoas. Mas não era por isso que o esquecia.
Criou-se então uma nova regra: “O alce cumpriria todas as regras do Guilherme… quando estivesse para aí virado.” Foi assim que o rapaz aprendeu que não há amigos exclusivos e que as regras na amizade devem servir a ambos.
O talentoso e sensível Oliver Jeffers desenhou esta história sobre as paisagens do pintor sérvio Alexander Dzigurski, o que torna o livro ainda mais original. Este Alce É Meu foi eleito o melhor título na categoria júnior do Irish Book Award 2012. Mais uma obra adorável do autor.
Este Alce É Meu
Texto e ilustração Oliver Jeffers
Tradução Rui Lopes
Edição Orfeu Negro
40 págs., 14,50€
(Texto divulgado na edição do Público de 10 de Agosto, página Crianças.)
Quem ainda não conhece Oliver Jeffers leve o cursor até à coluna aqui à direita (Livros para Escutar) e clique nas capas de O Incrível Rapaz Que Comia Livros e de O Coração e a Garrafa. Vai gostar. Quem já conhece também.