O lobo nem sempre é mau

Uma História Cheia de Lobos
Texto Roberto Aliaga
Tradução Elisabete Ramos
Ilustração Roger Olmos
Edição OQO Editora
40 págs., 13,50 euros

Quase sempre ferozes e maus, os lobos entram em muitas histórias. Mas normalmente só um de cada vez. Aqui não. Todos os tipos de lobos que se possa imaginar estão juntos numa história que pouco tem de assustadora. Isto porque os animais surgem coloridos e até com alguma sensibilidade, apesar de estarem famintos. O Lobo Comilão deu o alerta para a falta de comida, “os outros lobos deixaram o que estavam a fazer e ’bora: foram procurar comida pela história fora”. Original nesta obra é o facto de o narrador assumir que as suas personagens estão nas páginas de um livro e de as pôr a interagir com os seus elementos gráficos, chegando uma delas a comer um número de página. O leitor pode também encontrar frases invulgares como estas: “O Lobo Comilão ficou sozinho na página 9” ou “como era comilão e comia por vinte, saltou para a página seguinte”. O ilustrador catalão Roger Olmos fala do seu trabalho: Uma vez lida e relida a história, observei que não havia qualquer tipo de elemento espácio-temporal que localizasse este conto cheio de lobos. Perfeito para mim.” Sem essas limitações, o ilustrador criou uma atmosfera urbana e futurista pouco relacionada com os lobos das histórias tradicionais. Embora também acabem por assustar uma menina. Sem capuchinho.

(Texto divulgado na edição de 29 de Setembro  de 2012 do jornal Público, na página Crianças.)

Festa do Outono em Serralves

 

Esta foi a escolha de Helena Melo.

Mais uma edição da Festa do Outono, a quarta, uma iniciativa que celebra a chegada da estação e algumas das tradições a ela associadas. Ao longo do dia, destaque para o espectáculo teatral Quase Nada, em língua portuguesa e língua gestual portuguesa (amanhã, comemora-se o Dia Internacional do Surdo), uma criação da companhia PELE que conta com um grupo de oito performers surdos, dois actores ouvintes e três músicos (às 11h30, no Prado). E também para a actuação da F.R.I.C.S., Fanfarra Recreativa e Improvisada Colher de Sopa, um grupo que junta músicos provenientes de diversas áreas (às 13h45, em forma de percurso e com partida no Octógono, junto ao Prado), o concerto com o quarteto Danças Ocultas (às 15h30) e o espectáculo participativo O Baile, de Aldara Bizarro, já apresentado no Serralves em Festa deste ano e inspirado no filme O Baile, de Ettore Scola (1983), e na memória dos bailes de bairro e das aldeias portuguesas (17h30, no Prado). Há ainda oficinas para famílias e uma “burroteca”, uma biblioteca ambulante que tem o burro como parceiro. Em 2011 passaram pela Festa do Outono mais de 23 mil pessoas.

Fundação de Serralves (R. D. João de Castro, 210).

(Fotografia de Filipe Braga.)

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