O destaque da página Crianças do Público de hoje vai para vários espectáculos que irão acontecer no Centro Cultural de Belém. Uma escolha de Helena Melo.
O 1.º Festival Europeu de Música e Aventura para Crianças, uma iniciativa que para além do Centro Cultural de Belém envolve os parceiros Zonzo Compagnie (Bélgica), Stavanger Konserthus (Noruega), Ópera de Lille (França) e Millenaris (Hungria), começa dentro de dias em Lisboa. Na sexta-feira, os concertos, instalações sonoras e oficinas são para escolas; no sábado, para famílias com crianças dos 4 aos 12. Ao longo dos dois dias há concertos que contam histórias de bichinhos esquisitos e de olhos arregalados (Banjazz – Um Bichinho Esquisito, de Xico Zé Henriques, com Maria Morbey e banda), performances sem palavras com a pianista francesa Sophie Agnel (Le Piano-marteau), viagens musicais inspiradas pelo planeta Terra (Às Cavalitas do Vento, de Etienne Lamaison e Sylvain Pecker) ou actuações da maior orquestra de percussão tradicional portuguesa, os Tocá Rufar. Todo o programa em www.ccb.pt.
Lisboa Centro Cultural de Belém (Praça do Império). Tel.: 707303000. Dias 8 e 9 de Outubro das 11h às 19h. Bilhetes de 1 a 3 (dia 8 ) e de 2 a 5 euros (dia 9)
Os livros que propusemos foram os que se seguem.
Sete histórias sobre a efeméride que se assinala na próxima terça-feira, 5 de Outubro: os cem anos da implantação da República. Com originalidade, Margarida Fonseca Santos dá voz aos protagonistas do momento histórico de 1910. Em narrativas contadas na primeira pessoa, os jovens leitores vão ficar a conhecer o Mapa Cor-de-Rosa (que pretendia “unir Angola a Moçambique, fazendo nossas as terras que iam de uma à outra”), a Bala (“vi-me em frente ao cano, apontado ao corpo daquele homem que, tendo pensado que a revolução fora um fracasso, decidira que a sua vida já não tinha significado”), a Bandeira Branca, a Coroa Real, o Navio de Guerra, o Iate Real Dona Amélia, a Varanda (“tenho um enorme orgulho em ser a varanda mais importante da Câmara Municipal de Lisboa!”). As ilustrações e design de Inês do Carmo estão igualmente de parabéns, embora a capa possa afastar alguns leitores mais crescidos. Os que não gostam de bandeiras.
Texto Margarida Fonseca Santos
Ilustração Inês do Carmo
Edição Gailivro
40 págs., 8,98 euros
O livro começa logo com uma pergunta difícil: “Pai, de que é feito um herói?” Fica assim lançado o pretexto para que um adulto se comprometa a contar a uma criança a história de Machado dos Santos. “Na madrugada do dia 4 de Outubro de 1910, António Maria Machado dos Santos chegava à Rotunda com algumas centenas de homens, entre militares e civis, e entrincheirava-se para defender uma posição que seria decisiva para a o triunfo ou para a derrota de uma revolução que tinha como objectivo derrubar a monarquia.” Tinha 35 anos e era comissário naval. “Herói da Rotunda”, “herói da República” e “antes quebrar que torcer” são expressões que ficaram associadas a esta figura histórica portuguesa. Uma narrativa bem contada por José Jorge Letria e onde Afonso Cruz volta a mostrar o seu talento para a ilustração.
Machado dos Santos, O Herói da Rotunda
Texto José Jorge Letria
Ilustração Afonso Cruz
Edição Texto Editores
32 págs., 12,99 euros
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