Dizia a minha professora de massagem balinesa que, originalmente, a massagem balinesa se destinava a “healing and beautification”. (Insisto que voltes, Jane Austen.) Com a explosão do turismo, eram precisas coisas para vender (não falta artesanato) e serviços. Embora houvesse tradição de massagens, não eram “vendáveis” a ocidentais. Diluíram a massagem balinesa original com técnicas da ayurvédica, sueca e lomi-lomi para terem um serviço aprazível para vender. A curiosidade dá cabo de gatos e de turistas (não sei porque se fala menos nestes últimos). Já tinha o contacto dum “healer” tradicional em Ubud. Estava em Borobudur, chovia, ouço alguém falar em massagens e perguntei o que havia. Tradicional e spa.
Mandei então vir o “tradicional” ao hotel. Directamente dos campos de arroz para o top 3 da minha tabela de sofrimento , entre o Wat Po de Banguecoque e um spa manhoso de Petra jordana.
A massagem é feita essencialmente com o polegar e indicador a fazer de tenaz para espremer tudo o que agarra da maneira mais dolorosa possível, alternando com trabalho de polegar a esmagar o que for possível contra osso, com movimentos rítmicos. O sujeito não diz uma palavra de inglês e acha graça quando eu grito.
Acabada a rápida escalada para o top 3 da malvada tabela, pareço um inválido a mexer-me. Os gémeos (que toda a gente tem obsessão em separar dolorosamente) doem que mal posso andar. Mas uma coisa tenho de dizer do homem: magoa igualmente por todo o lado. Até a massagem na cabeça foi extremamente dolorosa.
A partir de agora é mais festinhas.
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Fernando Santos passa um mês em Bali, Indonésia, entre um curso de massagem e muitos passeios. E relata aqui as suas impressões