Estranhamente – ou talvez não – entraremos em Nagorno Karabakh sem deixar a Arménia. Para ser mais claro, não há um controlo fronteiriço a registar a saída do país. Porquê? A Arménia dá todos os sinais de assumir esta região como parte do seu território…
Objetivamente, existe apenas um controlo. O de entrada em Nagorno Karabakh. Ainda assim, nem por isso precisamos de visto. Tirando-o ou não em Yerevan, temos sempre de ir ao equivalente ao Ministério dos Negócios Estrangeiros, na capital Stepanakert, para validar a nossa entrada. É o que, simpaticamente, nos indicam. Assim sendo, mais vale apenas um “trabalho”.
Na prática, esta é das fronteiras mais simples de cruzar. Quando sairmos do país, será mais surrealista. Na humildade…
Temos umas dezenas de quilómetros até Stepanakert, não sem antes explorarmos Shushi. A histórica capital já foi um dos ex-libris do Cáucaso. Teria mais para ver, porém a guerra deixou fortes cicatrizes. Sobram ruínas. É uma sombra do que foi. Ainda assim, tem uma catedral vistosa. Muito visitada e admirada. Tal como o país, parece recuperar. Em preguiçosa câmara lenta…
Vamos encontrando tanques de guerra transformados em estátuas. Em ícones que não permitem à memória vacilar. E educam as novas gerações. Vamos conduzindo e observando o que nos reserva o “país”…
Não chegamos a parar no hostel que procuramos em Stepanakert. A zona não inspira a confiança desejada e optamos por hotel central. À segunda, a opção ideal. “À patrão”. Apartamento com amplos quartos, wc e uma sala.
Já podemos ir à aventura…
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Rui Barbosa Batista relata no blogue Correr Mundo a sua viagem pela Geórgia, Arménia e Nagorno Karabakh. No site www.bornfreee.com pode aceder a outros relatos e imagens sobre a viagem.