“Shame”

“Shame”/ “Vergonha”. Nada no filme explica o título. Steve McQueen contava, em conferência de imprensa, que foi a palavra que mais apareceu nos relatos dos nova-iorquinos que entrevistou durante a pesquisa para o filme: ou seja, esta para além do visível e do figurado (mas está lá).

É este o poder deste filme sexualmente explícito: preocupado, sobretudo, em criar o tempo interior de uma personagem, um “sex addict”, interpretada por Michael Fassbender. “Shame”, como “Fome”, disse ainda o realizador, é um filme “político”. Bobby Sands, o IRA, antes; a relação com o sexo, com a internet, hoje, que faz com que a personagem de Fassbender possa não nos ser familiar mas ser reconhecível. Somos nós, hoje. E eles, Steve McQueen e Michael Fassbender, são uma “história de amor mútua”. McQueen não imagina fazer um filme sem este actor.

“Shame” é, para já, o melhor do concurso. Fassbender, concorrente contra si próprio com o Carl Jung de “A Dangerous Method”, de Cronenberg, a um prémio de interpretação, é impressionante. Esta história de amor, portanto, só pode dar que falar.

2 comentários a “Shame”

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