Mas… e o filme? A visão pessimista, cínica, da política é coisa escolar como a presença do cartaz, no filme, a rimar com aquele de Obama por Shephard Fairey. Se calhar “The Ides of March”, o filme de abertura da 68 edição do Festival de Veneza, com um “cast” que é um “bouquet” (Clooney, Philip Seymour Hoffman, Paul Giamatti, Marisa Tomei, Evan Rachel Wood e Ryan Gosling como o idealista secretário de campanha presidencial que se inicia no jogo sujo), é isso: claro, evidente, mas liso como um poster. Ou seja, Clooney, realizador, como aprendiz de Sidney Lumet ou Alan Pakula. E Gosling como “ersatz” de Warren Beatty e Robert Redford. Os 70s, claro.
O cartaz de Obama, de Shepard Fairey:
como é que devemos olhar para o filme? em que é que ele contribui ou não para o enriquecimento do espectador? eu percebo a necessidade quase compulsiva de comparar tudo com tudo e todos (é o pão nosso da crítica em Portugal) , mas isso é muito descritivo e introspectivo, o que é que lhe provocou o filme e refiro-me ao Vasco Câmara, “inscreveu-lhe” alguma coisa de novo, ou é apenas perca de tempo??? É isso que eu gostaria de saber…
A crítica, Carlos Abreu, não serve para nos dizer “como olhar para o filme”. Aquilo que descreve como “descritivo e introspectivo” (ou seja, conteúdo…) é o que faz a crítica- as palavras são importantes, como diz o Moretti. Alguma coisa de novo seria um comentário pertinente do Carlos, mas isso tarda em chegar.
o que eu procuro nas críticas é a opinião pessoal desse crítico, ou seja, se este filme fez-me pensar nisto ou naquilo de modo diferente… descrições, eu sou capaz de as fazer… ou qualquer um as faz… comparações também… não queremos a prova que o crítico é uma enciclopédia, mas sim que ele é um espectador e que se transforma ou não, porque o cinema pode ser uma perda de tempo…
a “opiniao pessoal”? Que tal isto: um filme “claro, evidente, mas liso como um poster.”? Ou entao isto: “A visão pessimista, cínica, da política é coisa escolar…”. Falta saber ler. assim os comentarios sao uma perda de tempo