Por António Pedro Dores, sociólogo e presidente da Mesa da Assembleia-Geral da TIAC
Pode ser impressão minha. Mas as notícias sobre os casos judiciais abertos contra corrupção estão a aumentar. Será isso uma boa notícia? Seria, caso a confiança nas instituições não estivesse abaixo da linha de água. Infelizmente o problema é mais fundo.
Portugal foi sempre um local de passagem para outras margens. Os primeiros reis foram cruzados em Al-Andaluz. Os Descobrimentos foram a expansão dessa Fé em nome da reposição do Império. O V Império foi e é a utopia possível para se conjugar com a lenda de D. Sebastião e as dependências impostas pela globalização, a cujos ventos o país sempre esteve sujeito. Politicamente congelado durante meio século sob o salazarismo, ao voltar a abrir as portas ao mundo Portugal, com o 25 de Abril de 1974, voltou a sentir o ar agitado da modernização. Encolheu-se (os demógrafos dizem a população envelheceu – aqui a minha homenagem ao Mário Leston Bandeira que faleceu no dia do trabalhador) e manteve-se das sociedades mais desiguais da Europa.
O meu pai recusou-se a fazer aquilo que o meu avô tinha feito com ele: mexer cordelinhos para arranjar um bom emprego para o filho. Era preciso combater o nepotismo, a discriminação e a corrupção. Estou seguro que muitos portugueses dessa geração fizeram o mesmo. Não por serem moralmente especiais. Mas porque foi assim que viveram esse tempo de esperança. Percebo hoje porque preferiu abandonar o país para trabalhar (por moto próprio). Foi tratado por parvo. Não que ele mo tenha dito. Admito até que não compreendeu o que se passou com ele. Eu mesmo só agora percebi o que aconteceu. Enquanto uns imaginaram mundos melhores, outros organizavam, com os pés assentes na terra, alguma maneira de subirem na vida, mascarando isso com serviço público e bem comum. Como então se dizia, “não é um mal as pessoas na política terem as suas ambições pessoais”.
Um porto, como é afinal Portugal, nunca foi, nem talvez possa algum dia vir a ser, um poço de virtudes. É, como todos sabem, um lugar de desenrasca. Em que cada um troca o que tem, sentindo-se sempre estrangeiro na sua terra – desde sempre foram os estrangeirados quem mandou no país, como continua a ser. Como mostram os inquéritos internacionais com grande clareza, os portugueses limitam-se a desconfiar de tudo e de todos, sobretudo de si próprios. De que vale pensar e estabelecer regras (jurídicas ou morais) se tudo está sempre em grande mudança? Para ser verdadeiro, há que entender que esta versatilidade nacional é fomentada intencionalmente pela direcção do porto: primeiro pelo fascismo (o chamado obscurantismo) e depois pela democracia limitada que vivemos: a nível educativo (onde, apesar dos avanços, continuamos lanterna vermelha isolada), a nível cívico (com taxas de participação cívica igualmente destacadas no fim da linha), a nível judicial (onde se persegue quem sinalize problemas e, ao mesmo tempo, se rejubila pelo número limitado de queixas recebidas) e, necessariamente, a nível da transparência.
Não vale a pena esperar de fora as soluções que precisamos cá dentro. A vitória dos aliados na II Grande Guerra não apeou Salazar; a NATO não conteve o 25 de Abril; a troika não combateu as rendas monopolistas nem as inverdades políticas, que continuam manifestamente a campear. Porém não se pense que basta o povo unido – como esteve em 15 de Setembro de 2012.
Não será à justiça, ela própria corrompida por uma selectividade e incapacidade muito bem estudada, disfarçada de dureza para com os números obscenamente crescentes de prisioneiros pilha-galinhas, a quem devamos recorrer à procura de socorro para lutar contra a corrupção. Recorramos antes à memória dos nossos pais – aqueles que pensaram em aproveitar a revolução para serem melhores. Façamos justiça a todos os que foram derrotados pelo rolo compressor da modernização desertificante – do território, dos que assinalaram as perversidades do regime e do nosso ânimo. Transformemos essas derrotas em vitória.
O Brasil tem todos os recursos necessário para ser um país de primeiro mundo, mas por conta desse políticos safados que não esta deixando o Brasil andar para frente
A INTACTA trabalha com uma Instalação de Rede de Proteção para Gatos específica e projetada para proteger os gatinhos de estimação contra possíveis quedas e acidentes, com o espaçamento entre os ganchos menores para evitar vãos de escape.
Muitas “Empresas” para economizar, deixam os ganchos que fixam as redes na paredes muito distantes, deixando muitas vezes buracos que facilitam acidentes.
Muito bom um site que sempre coloca conteúdos importantes para nos atualizar
O Brasil tem todos os recursos necessário para ser um país de primeiro mundo, mas por conta desse políticos safados que não esta deixando o Brasil andar para frente
muito bom o conteudo , parabens !
As sociedades ocidentais conhecerem “anos de ouro” quando ELAS produziam para ELAS consumirem.
Quando passaram a “produzir” serviços e a produção de bens foi primeiro para o Leste Europeu e depois para a China, iniciou-se a bola de neve que rebentaria breve e com estrondo.
Os aparelhos de estado sobredimensionando-se, as exigências de mais e mais impostos, os financiamentos partidários – nome dado ao enriquecimento ilícito de quase todos os dirigentes que por lá passam – as exigências de qualidade, ambientais e licenciamentos municipais (corrupção generalizada) para tudo e a robotização industrial desenfreada, aceleraram a bola de neve.
Mas o abismo para esta bola, chamou-se banca. Os seus créditos, juros, publicidade enganosa, offshores e “fiat money” afogaram o presente e submergiram definitivamente o futuro económico do ocidente.
Ou se OBRIGA a China a ter padrões de qualidade, ambientais e de segurança social semelhantes aos ocidentais ou o ocidente só emergirá, quando os exageros que agora o enfermam, atacarem a China. E isto, numa DITADURA com 1.300 milhões de habitantes, poderá levar séculos a ocorrer…
A máquina do Estado tem um apetite voraz por impostos e taxas e somado a atuação chinesa fazem um estrago na economia dos países ocidentais. É preciso passar a limpo, enxugar a maquina publica, levantar a moral e peitar a gigante asiatica.