Depois da Índia, África. Seguindo o exemplo do site criado para denunciar casos de suborno na Índia, ativistas no Quénia, Nigéria e África do Sul estão a replicar o modelo, como relata a CNN. São iniciativas que partem da sociedade civil para romper o silêncio em torno da corrupção, dando aos cidadãos o poder de denunciar situações em que foram forçados a pagar subornos para aceder a serviços públicos a que têm direito.
“A corrupção é um enorme problema: é tão endémica e o pior de tudo é que se tornou uma forma de vida”, explica à CNN o ativista queniano Antony Ragui, que criou o site de denúncia I Paid a Bribe. “O que tento fazer com este site é essencialmente levar as pessoas a criar uma rede de cidadãos anti-corrupção – pessoas que sintam que isto tem de acabar e que temos de fazer a diferença”.
Na Nigéria, onde Leonard Raphael criou o site Bribe Nigeria, o sentimento repete-se. “A corrupção é uma doença endémica que engoliu todas as faces da sociedade nigeriana”, explica este ativista. “Assim que conseguirmos controlar a corrupção na Nigéria, todo o trabalho de desenvolvimento sustentável pode finalmente progredir”.
Importa acompanhar estas iniciativas com atenção. O poder da Internet e das redes sociais é o de unir as pessoas em torno de causas comuns. Na luta contra a corrupção, esta união é a melhor arma contra a cultura de favorecimento e abuso dos poderosos. A multiplicação de iniciativas deste género diz-nos que algo está a mudar em África.