Tudo Menos Economia

Por

Bagão Félix, Francisco Louçã e Ricardo Cabral

Francisco Louçã

25 de Novembro de 2015, 09:01

Por

E se de repente lhe oferecerem um governo?

Há governo e é um governo moderado. Há ministros e funções, prazos acelerados, contas a fazer, políticas a concretizar, partidos a precisarem as suas estratégias. Disso tratarei amanhã em algum detalhe.

Nota-se entretanto uma contradição evidente entre a percepção social do novo governo e o incómodo de alguns comentadores. Aqui está o meu prognóstico: esse mal estar vai ser enterrado num ápice. E não é difícil antecipar a razão dessa viragem esperada.

Do seu lado, o novo governo venceu esta crise porque país sabe o que sabe. Terminaram os 51 dias de uma crise motivada pela mesquinhez institucional e pela irritação com os resultados das eleições. Terminou o jogo de Cavaco Silva e vamos chegando ao fim do seu mandato, já só basta esperar pela consoada. Como era evidente que não havia nenhuma alternativa, a pura perda de tempo só pode ser entendida pelas pessoas como um fracasso institucional. O alívio é e vai ser evidente.

Entretanto, alguns comentadores, diversos como são, parecem perdidos no nevoeiro em que preferiram mergulhar. João Miguel Tavares exigia ontem ao Presidente que se leve a sério, que fosse duro e constuitisse mesmo o seu governo. E qual seria esse governo tão garboso?

Rui Ramos e a invencível armada do Observador, perplexa e indignada, apelam a que o país se levante contra o golpe. E onde está essa turba que vai esmagar o parlamento?

Manuel Villaverde Cabral, elegantemente, invectiva Costa por causa dos “papeluchos” que assinou com a esquerda, concluindo que “o Presidente tem motivos de sobra para não reconhecer os «papeluchos» assinados por cada um dos partidos de «esquerda» como base de um governo credível e estável na presente conjuntura nacional e internacional”. E Cavaco porque é que não o ouviu?

A conclusão desta revolta é a indignação transformada em boicote. Explica Paulo Rangel: fogo contra o quartel general, será uma “oposição de princípio”. Terra queimada, votamos contra tudo.

Excelente notícia para António Costa. Não podia ser melhor, pois ao fazer um acordo com a esquerda, fora da tradição do PS, arriscou-se a alienar uma parte do eleitorado de centro, que é o lugar que o PS disputa. Mas que dirão essas pessoas se virem o PSD e o CDS perdidos numa política destrambelhada a oporem-se mesmo a decisões com as quais concordam? Jogatana política, desprezo pelo país, partidarite excessiva, uma prenda para o novo primeiro-ministro.

Do outro lado do espectro político, no dia da formação do novo governo Daniel Oliveira prefere queixar-se da sua fragilidade por não incluir o Bloco e o PCP. Oliveira, que se apresentou humildemente há dias como o protagonista histórico desta “revolução tranquila”, mesmo esquecendo com discrição a sua recente participação eleitoral, prefere continuar a responsabilizar a esquerda porque o novo governo não é bem o desenho do criador da “revolução”. Não sei se alguém à esquerda está muito preocupado com esse ajuste de contas no dia em que se vira uma página.

Sei, em contrapartida, que Portugal entrou numa nova política. Sabemos todos, à esquerda e à direita. O passado já passou. Agora, será difícil e vai contar quem olhar para a frente e apresentar soluções.

Comentários

  1. F, o primeiro dia do primeiro governo que têm apoio da esquerda no parlamento desde 1975. A direita desenvolveu um discurso coerente com o seu espíritu, não vejo que ele seja para impedir o que acabou por acontecer, excepto pela posição do Presidente ACS, ele serve fundamentalmente para juntar as ostes, levantar a barricada, blindar os seus lideres. A derrota deveria ter criado problemas políticos aos partidos coligados, mas não, estão ali vivinhos da silva como se não tivessem feito uma politica que colocou a grande maioria dos portugueses contra ela. Foi, na minha opinião uma boa maneira de sobreviver neste momento, desde a golpada à incoerência do acordo, da traição do PS à insuficiência do acordo, do oportunismo do Costa a precriedade do acordo. Com isso colocou a todos os comentadores, opinolólogos e dirigentes dos PF em unísono, a contestar a formação do governo que não podiam impedir de ser formado e apoiado por toda a esquerda. Em todo este periodo não houve um momento de discussão politica sobre os problemas do pais, a PAf passa do governo à oposição de forma inmaculada, ate criticam que a concertação social não seja o lugar onde se negoceia e fixa o salário mínimo, mesmo que eles se oponham a essa progressão, permitiram o aumento este ano no desespero de não perder por muitos e tornam-se os voceiros anticipados da resistência contra, o exercício do cinismo na polítca é uma arte, o único que de facto têm para dizer é que o acordo junta os europeistas com os antieuropeistas, os partidários da Nato e e os que são contra, os que ate ontem defendiam o mundo livre e os heredeiros dos bolcheviques e o estalinsimo, criticam, os mais informados, o despesismo acelerado que as medidas que emergem dos acordos com a esquerda radical, que tudo põe em causa da boa governação de Passos e Portas. Ninguêm se deu o trabalho de vir a perguntar aos portugueses que achavam de todo isto, tantas sondagens feitas antes, porque não umas quantas depois. Eleições antecipadas resolveriam o impasse, com reforma contitucional. Se esta política deliverada da direita serveu a si própria ou não, serveu para coesionar o apoio à formação do novo governo, o povo comum que votou esquerda estive sempre inmune à narrativa do desespero da direita, que gritou ….o PS radicalizado esqueceu a sua vocação europeista, de centro, responsável, agora via ser negado a sal e a agua, que se vire quando senta as facadas vindas do BE e do PCP, que obviamente exigirão a saída do Euro, da Nato, e sobretudo a renegociação da dívida de modo unilateral. Mas quem aposta na recomposição do centro sabe que não é assim, para o que vão ter que livrar-se de Passos Coelho e os talibans, por enquanto esta protegido pela cortina de fumo da traição socialista.

  2. Cada vez vejo mais preocupaçao na quantidad de gente que nao quer ver,o que qualquer cego vê/lê…mesmo sem braille,com ouvir chega lhe.Esta coligaçao é a salvaçao dos Portugueses,os do trabalho…um país onde a maioria das crianças vao a escola sem tomar um simples copo de leite,tinha que tomar a iniciativa.Acabar com o massacre as classes mais desfavorecidas,era super prioritario.O empresariado Português nao evoluiu,siguem sendo patriotas de Lata de Flandres,(sucateiros vamos)¡¡¡
    Os liberais europeus,por costume…o que dao sao migalhas e cartoes de credito,tipo caramelo as crianças,depois veem os grandes negocios para os amigos,e para eles claro..ou nao terminam nos Conselhos de Administraçao das grande empresas…,depois de aprovarem medidas/leis que eles proprios se vao beneficiar?
    O que quero,é uma boa vigilancia do PC/BE…Força Catarina,Força Jeronimo.

  3. Há algum tempo que sigo atentamente este seu blog. Tenho o Sr. Dr. Louçã em elevada consideração e estima pois reconheço-lhe o pensamento livre e sóbrio e além disso, mas menos importante, concordo com quase tudo o que expõe e critica.
    Como não faz parte do meu feitio empreender em debates anónimos, muitas vezes demagogos e cobardes, tal como os que aqui se podem constatar em muitos dos comentários que lhe são feitos, nem ambiciono o tradicional debate político partidário, interessando-me apenas pelo esgrimir de idéias, nunca comentei fosse o que fosse. No entanto, ao deparar-me com esta crescente selvajaria anti-libertária (muitas vezes mal educada) que denota uma afeição à censura de todos os que exprimem opiniões contrárias às suas, senti que não posso deixar de lhe comunicar os meus sinceros parabéns e agradecimentos. Bem sei que não precisa, porque é um homem de convicções, mas aqui o deixo expresso:

    Um grande bem haja pela inspiração e elevação intelectual que reflete para quem o queira ler, livre de preconceitos.
    Viva a Liberdade de expressão e a tolerância! Viva a Democracia!

    1. Agradeço a sua cordialidade. Neste blog estimam-se todas as opiniões, concordantes ou discordantes, e valoriza-se o argumento acima de tudo. Isso é o respeito pela liberdade, que partilhamos com gosto.

  4. Caro Dr. Francisco Louçã, a hipocrisia deste artigo é tão gritante que tive de comentar. Se há algum grupo de políticos que tem seguido o caminho da “terra queimada” como refere é a esquerda radical que nas últimas décadas mais nada fez do que contestar, paralisar, boicotar. Perdeu-se conta ao número de moções de censura apresentadas incluindo ao PS, o PCP até já tem por tradição pedir a demissão do governo a seguir às eleições. Mas enfim, neste artigo desmascara-se a si próprio e dá razão aos comentadores que aqui critica. Só a esquerda se pode indignar. Só a esquerda pode criticar, pois não encontro outra razão para escrever este artigo se não a estranheza e o repúdio ao mesmo.

    1. ESteja à vontade, o João Alves também pode comentar, mesmo que se intitule “incompetente”.

    2. Estava mesmo agora a ouvi-lo na SICN quando me lembrei de ver se tinha respondido à minha pequena crítica. Não me desapontou. Uso o nome que tenho porque sou apenas um cidadão anónimo não-partidário e tenho direito ao anonimato, o Público parece pensar da mesma maneira já que decide ocultar os mails, já o Dr. Francisco Louçã achou por bem revelar o meu verdadeiro nome numa tentativa mais ou menos inteligente de fugir ao que eu disse sem contra argumentar ou debater.

  5. É sempre com prazer e interesse que leio esta sua coluna, Francisco Louçã. Quando a análise e debate politico se fazem , seja em que palco for, com a inteligência, elegância , substância e também fina ironia e humor com que o faz nestas linhas e nas respostas aos comentários dos seus leitores, todos ficamos a ganhar, mesmo que possamos no todo em parte divergir em ideias e convicções.

  6. Aprecio a dimensão estratégica e os sucessivos recados de calma dizendo à esquerda que a direita vai radicalizar e com isso vai arder – uma natural resposta à radicalização da direita. Mas não terão os senhores já a casa a arder? Sempre se pode usar o fumo e lançar para a opinião pública – esperando que a indignação do outro lado, que é tão somente a representação do sentimento legítimo de muitos portugueses se transforme em mais radicalização e suicídio da direita. Isso, a ser uma verdadeira estratégia, nunca seria revelada publicamente. Pois eu acho que os senhores deviam considerar outros fenómenos, nomeadamente a migração do centro para os pólos. Aproveito o espaço de opinião que me é concedido, para paternalisticamente – como gostam de repudiar, mas que no fundo gostam de fazer – vos dizer para observarem os fenómenos sociológicos. Uma sociedade politicamente fraturada para algum lado há-de cair. Já agora, parece-me que o PCP não vai para o poder, porque no fundo não é um partido vocacionado para o tacho, tem uma identidade ideológica muito profunda. E o bloco não vai para o poder por duas razões, a primeira é que o PCP não vai e depois porque o aparelho partidário não está preparado para isso.

    1. E quem criou essa sociedade politicamente fraturada, José Soares? Quem fez tábua rasa dos mais elementares princípios de educação e convivência política, culminando hoje mesmo com a publicitação dos putativos ministros antes de os nomes serem comunicados ao Presidente da República? Cegueira, meu caro!

  7. Dr. Francisco Louça

    Um comentário muito interessante para quem integrou objectivamente a Comissão de Honra da Candidatura Presidencial do Sr.Cavaco Silva ao viabilizar a sua eleição e se assumir objectiva e politicamente como membro honorário da Direita portuguesa no ataque com ódio e sem limites ao governo do Eng José Sócrates. De facto, há que reconhecer que os seus comentários melhoraram de qualidade e acerto quando abandonou a liderança do Bloco de Esquerda (num momento de rara lucidez?).
    Pergunto-me se, olhando para o passado, a sua consciência não lhe prescreve o ostracismo, impondo-lhe o silêncio? será que estarei a colocar a fasquia muito alta, supondo a existência de uma coerência que não tem ? será que os seus inúmeros comentários, tantas vezes ao lado dos do Dr. Bagão Félix (coincidências?) supõem uma remuneração variável em função do timing e das posições assumidas?
    Se dependesse de mim, nunca lhe abriria as portas da Esquerda, porque as desculpas (se as houvesse) não se pedem, evitam-se.
    Com os melhores cumprimentos
    AR

    1. O ressabiamento é tão feio, Roberto. Vive mal com a diferença de opinião.
      Mas registo a sua simpatia de propor o “ostracismo” e o “silêncio”. Mas precisa de uma ditadurazinha para conseguir isso.

    2. Louçã tão paternalista… E quem vive mal com a diferença de opinião, quem é? O povo não esquece o ódio que emana das suas palavras, camarada.

  8. Caro professor, quero também lembrar um particular pormenor tendo em conta o 25 de Novembro de 75. Lembro-me de ter perguntado há um par de anos ao Mário Tomé, o que era para ele a “Muralha de Aço”, a que seria erguida a Vasco Gonçalves pelo povo e para parar a direita. Mário Tomé respondeu-me com uma pergunta “Sim, e onde estava a muralha de aço ?”, à qual eu respondi humildemente “Não estava …”. E ele ripostou “Pois não, nunca foi erguida” . Pensando nas palavras do Major Tomé, creio que foi erguida desta vez pela esquerda mas num outro panorama político. A direita também tenta uma muralha, por exemplo, através de intervenções, como a do Observador. 40 anos depois, o que pedem, é uma muralha inexistente. Ela já foi erguida do outro lado.

  9. Antes de mais, um breve enquadramento para os mais esquecidos. Poucas vezes terá havido uma derrota eleitoral tão vergonhosa como a de Costa. Perante um governo firme, em condições piores que nunca, necessariamente contido nas múltiplas benesses exigidas pelas sanguessugas do costume e que, de certo modo conseguiu controlar o “regabofe” socrático, Costa não foi capaz de vencer as eleições. Mais, averbou uma estrondosa derrota que, para um político sério, o deveria levar à demissão, tanto mais que foi isso que cobrou a Seguro por ter “vencido por poucochinho”. Mas ele, Costa, perdeu por muitos!
    O espertalhão metia dó no dia das eleições, a cabeça no cepo, imaginando o seu negro futuro. Eis senão quando o PC lhe segreda a canalhice! (segue dentro de momentos) …

    1. Mas se a direita ganhou as eleições, porque é que não forma governo e segue vitoriosamente a governar?

    2. A derrota de Costa foi igual a’ de Pasos Coelho em 2011. Que so’ ganhou, quando se coligou, apos as eleicoes. Exatamente como o Costa.Mas com uma diferena- com a pluralidade de politicas, que representam os partidos desta coligacao, esta’ lancado o debate de ideias, para procurar o melhor para Portugal. Nao, so’ para meia duzia de capangas, que enriqueceram a’ custa da miseria generalizada, destes ultimos 4 anos.

    3. O Louçã tem o topete de dizer: ” Se a direita ganhou as eleições…”. Isto tem algum rigor inteletual? Mas a direita foi a votos? Quem autoriza o Louça e dizer quem é direita e quem é esquerda? E então ele tem dúvidas de que a coligação ganhou as eleições? Caro Louça, você tem muito a aprender quanto à seriedade que se exige a um universitário. É a primeira vez que entro nestes comentários, logo me calhou o Louçã, mas fiquei satisfeito por, logo na primeira vez, desmontar a sua encenação. Toda a sua intervenção é paupérrima, desde o título do artigo ao seu conteúdo, tudo completado pelos seus indigentes e ressabiados comentários. Mas percebe-se bem que agora pretende fazer-se de cordeirinho para não assustar as tropas. Ainda vai engolir muitos mais sapos, camarada, mas não se assuste que a agregação está garantida nesta universidade que temos…
      Lembram-se da história de um tipo genial chamado Zeinal Bava? Pois o Louçã também é só fumaça, como nesta triste opereta ficou bem claro.

  10. Ffx sabe taaaaaao bem nao viver em Ptgal, n pagar impostos a esses xulos. Mas doi, mesmo assim, ver esse varizo assaltar o poder executivo tendo perdido claramente umas eleicoes q estavam no bolso. Mas n espanta, olhando p a ignorancia e parvoice q voces (todos voces) tem nessas cabecas. É da televisao… mta Teresa Guilherme… TOSCOS, BORREGOS!!!

  11. Eu penso que o país necessita da mudança. Quando o Lula foi eleito no Brasil disseram que seria o fim do mundo… mas afinal o Brasil entrou num ciclo de desenvolvimento sem paralelo. Espero que em Portugal aconteça o mesmo, mas receio que o facto de os lideres de todos os partidos não estarem no governo possa levar a alguns problemas. Se os lideres da CDU e do BE estivessem no governo estariam mais comprometidos com esta solução, controlariam melhor o que se vai passar, e ganhariam uma valiosa experiência governativa.

  12. Dr Francisco Louca: Nao acho que o Governo do Dr Antonio Costa seja politicamente legitimo. Nao foi um processo transparente, de facto. Falei com varias pessoas humildes (com pouco instrucao) e todos, mesmo votando no PS, acharam o process esquisito. E acho que e o sentimento de masi de 50% dos Portugueses. Porque motivo nao protestam estas pessoas? E uma boa pergunta. Na minha opiniao deve-se ao facto de as pessoas sentirem que nao vale a pena. No fundo a vida nao vai piorar muito (ja) e ate pode melhorar um pouco (por enquanto). Mas eu sinto que o sentimento de que isto foi um pouco esquisito ficou retido na consciencia de mais de 50% dos Portugueses. E eles terao a palavra, mais cedo ou mais tarde. Vamos ver como corre. Desejo tudo de bom a todos, mas se nao correr bem eu, como muitos, estamos ca para avaliar o Dr Antonio Costa. Por agora sinto que e apenas um politico esperto. E nao gosto, nunca gostei de espertos. Prefiro pessoas inteligentes.

    1. Há sem dúvida uma surpresa. Mas não seria esquisito continuar um governo que foi chumbado pelo parlamento e que não tem maioria nas eleições?

    2. Dr Francisco louca: o ponto nao e ser esquisito que um governo rejeitado no parlamento pudesse continuar em funcoes. Obviamento que sendo rejeitado deve cessar funcoes o quanto antes. Mas o meu ponto e que o Dr Antonio costa nao informou claramente os Portugueses de que se a coligacao nao tivesse maioria derrubaria o Governo da PaF. Se o tivesse feito, tinha toda a legitimidade para rejeitar o governo da PaF e fazer uma coligacao com a esquerda. Como nao o fez. eu tenho o sentimento, como muitos Portugueses, de que se tratou de uma esperteza politica. E nao gosto deste tipo de esperteza.

    3. Caro Afa:
      Vou-lhe contar uma breve historia(veridica):
      Ha’ dias estava a falar com um amigo do peito e a conversa encaminhou-se para a situacao politica depois das eleicoes. O meu amigo dizia – e’ uma pouca vergonha, o PS com estas tramoscas, a tentar tudo para constituir governo, aliando-se a’ esquerda Leninista, Marxista e todos os istas que se pode desenterrar, do tempo da guerra fria.
      Ai, respondi-lhe – eu votei Bloco de Esquerda, pela primeira vez na minha vida pois, ja’ nao confio no PSD, PP e no PS, para conduzir os destinos do Pais pois estes, entregaram-se ao poder economico que por acaso, esta’ consagrado na Contituicao, que nao deve acontever. Os partidos de esquerda desta hipotetica coligacao, irao relancar a vertente social, invertendo a politica da PaF de, quem nao tiver dinheiro, que morra. E esperemos nos que, promova a meritocracia e igualdade de oportunidades, como fator primordial para o relancamento da Economia.
      Vai dai, responde o meu amigo – mas eu tambem votei Bloco.(!!!)
      O Afa percebe porque?
      A minha interpretacao e’: apesar das pessoas votarem em plena consciencia, a imprensa injeta-os com o que elas devem pensar. Mesmo isto, sendo contraditorio, com elas mesmo.

  13. «Terminaram os 51 dias de uma crise motivada pela mesquinhez institucional e pela irritação com os resultados das eleições.»

    Incluiu na conta, Francisco Louçã, os trinta dias que duraram as negociações entre o PS, o PCP e o seu partido? Claro que não, porque tudo vale e vale tudo para acusar Cavaco e Passos Coelho de uma crise que não existe e nunca existiu. Talvez ache, à semelhança da sua camarada Catarina Martins, que indigitar um Governo, legítimo porque vencedor nas urnas, e submete-lo ao escrutínio do Parlamento, onde chumbou também legitimamente, era «uma perda de tempo». Que grande respeito tem esta gente pelo Parlamento! Enfim, respeito, só quando lhes convém. Acho que há alguma má fé quando diz que os 50 dias de espera se devem a Cavaco porque não pode desconhecer certamente o demorado que foram as negociações da Frente de Esquerda. Ou queria que o Governo fosse entregue de bandeja ao Poucochinho, sem qualquer obediências pelos preceitos constitucionais? É possível…

    1. Ainda bem que o José Manuel Ferreira exibe o seu respeito pelo parlamento. Isso resolve tudo, certo?

  14. Parece-me uma análise sensata (o caro Louçã tem vindo a percorrer o caminho da moderação, ainda bem, só nele se consegue pensar razoalvelmente), mas não comungo do seu optimismo, creio extremamente difícil que o PCP queira desaparecer do mapa político (e isso é demasiado previsível se o PS implementar a sua governação com os votos a favor da bancada comunista).

    1. Se o PS quiser que o PCP “desapareça”, então o governo estaria perdido. Um acordo é entre partes diferentes.

  15. Já era sem tempo,fascismo governando..nunca mais¡¡¡
    O que foi feito agora á istorico,a aritemetica nao falha,para os mortais,o iluminados é que contam que 1+1 podem ser 4,ou 14 segundo o que necessitem…Agora só quero ver os submarinos virem á tôna,e o Feirante no Xelindró…
    Não tenho a minima dúvida que vai haver muito rabo escondido,não só de coelho…

    1. Observador, não me parece que o Aristides seja intelectualmente desonesto. O discurso tem lógica e apoia-se em pressupostos com lógica. Por outro lado, se atendermos a um texto do Paulo Rangel que sugeriu que a prisão de Sócrates teve a ver com o governo da coligação …

  16. Em Portugal tudo é legitimo até um derrotado governar o país. Eu só gostaria de saber que interesses moveram António Costa para levar acabo esta coligação, em que todos vão pertencer ao saco da mesma farinha. Se o caminho traçado pelo PS for o de voltar às linhas de Socrates vamos pagar muito caro esta coligação. Já agora, se esta coligação fosse proposta antes das eleições teria uma derrota monumental. Na política também tem que haver decoro, não vale tudo.

    1. Por não valer tudo é que o governo chumbado nas eleições e no parlamento não devia continuar a governar. Assim aconteceu.

    2. Admito o facto de ter sido chumbado no parlamento por uma maioria que nunca se entendeu mas, não fico convencido que era esta a solução que os portugueses pretendiam. Isto fica por demonstrar. Talvez nas próximas eleições a separação de águas seja mais clara e veremos os resultados.

    3. Francisco Louçã: «Um Governo chumbado nas eleições»? Não queira reescrever as coisas. O Governo foi chumbado no parlamento, legitimamente, não o nego, mas não nas eleições. Não queira reescrever os factos. A força mais votada nas eleições foi a Paf, obteve 107 deputados, a um passo da maioria absoluta. Dizer que a generalidade dos portugueses estava descontente com o Governo PSD- CDS, é uma mentira, como de resto o provaram os resultados eleitorais. Acho que o seu sectarismo o cega quando faz essa afirmações.

    4. Pois é.Mas não tem votos para formar governo, perdeu a votação no parlamento e o presidente empossou outro governo. Ou seja, perdeu as eleições. Se tivesse ganho, estava a governar.

  17. Quero e desejo de verdade que Antonio Costa tenha sucesso como primeiro ministro deste país pequeno, lindo e desenvolvido em infraestruturas e com a melhor geraçao jovem formada de sempre, muito difetente do Portugal de 24 de Abril onde não havia nada, nem mesmo pontes e estradas de jeito onde ir ao do Porto a Coimbra demorava tres horas ir ao algarve umas 7 horas. Quero que Antonio Costa me faça esquecer os últimos quatro anos de governaçao que para mim foram do pior possivel só comparável aos governo do antigamente (antes do 25 de Abril), quero que Antonio Costa consiga trazer muitos jovens que emigraram de volta ao país. Não sou nem de extrema esquerda nem votei PS. Já não suportava a incompetência dos outros, então boa sorte Antonio Costa, que me parece ser simples, honesto, verdadeiro, sincero e positivo.

  18. Não sei o que é mais ingénuo.

    Se acreditar que Costa irá apresentar alguma medida estruturante com o qual a direita possa minimamente concordar, ou

    Se dizer que a direita só perderá por votar contra pelo contra, quando a esquerda (mormente o PS, mas não só) passou a grande parte da legislatura anterior a votar contra tudo porque sim, mesmo que muitas das coisas tenham sido assinadas pelo PS no memorando, ou

    Se acreditar que Costa e a esquerda sairá beneficiada com o contra da direita, quebrando a tradição que vem desde 2002, ou seja, desde a entrada no euro que proibiu que se imprimisse mais uns trocos na casa da moeda para fazer uma ou duas autoestradas para manter o proletariado satisfeito, tradição que diz que governo nenhum teve mais votos na eleição seguinte do que na que o elegeu.

    Sobretudo tendo em conta que não é preciso um doutoramento de economia para verificar que
    A) crescimento baseado no consumo e no crédito fácil não funcionam e
    B) do programa do PS nada se retira a não ser aumento de despesa e diminuição de receita, ao mesmo tempo que proclamam a nosso senhor tratado orçamental, que se vai cumprir o deficit de 3%. Alias, ficará abaixo.

    Mas convêm à esquerda que assim seja. Portugal tem das taxas mais baixas de literacia financeira da Europa, com uma percentagem de adultos com conhecimento básico financeiro abaixo de toda a Europa ocidental, segundo um estudo recente do WEF. Por isso não vai ser com papas e bolos que se enganam os tolos, mas sim com 80 cêntimos por mês na reforma. Deve chegar.

  19. Caro dr. Louçã, em primeiro lugar gostaria de lhe pedir desculpa por, até aqui, o ter tratado por “Loução” e não “Louçã”.
    Falha minha, ou não, já lhe explico porquê mas antes disso devo dizer-lhe que já li este seu artigo e, nada de novo, mais do mesmo.

    Quanto à “confusão” no nome deve-se a um facto passado nos idos anos 60 (bons tempos), ainda eu era um jovem e vivia em terras Africanas onde havia um caçador profissional de jacarés, chamado Loução, que apregoou aos sete ventos que tinha descoberto a cura para o cancro usando “óleo de jacaré”!

    Na altura a notícia correu mundo mas afinal estava era a vender “banha da cobra”!

    Daí a minha confusão como seu nome.
    Mas mais uma vez as minhas sinceras desculpas.

    Cordiais cumprimentos,
    João Albuquerque

    1. Historieta e graçola deselegante, mas não é defeito, é feitio, não é, João Albuquerque?

    2. Caro dr. Louça não é historieta e graçola nenhuma, são factos verdadeiros.
      Menos, muito menos deselegante do que o senhor tem sido para o Presidente da República Portuguesa.

      Cordiais cumprimentos,
      João Albuquerque

  20. Uma coisa é certa Sr. Prof. Louçã. embora legitimo e com aparente maioria no parlamento há muitas diferenças e a promessa que todos partidos do centro esquerda até à sua esquerda de que nunca, jamais, se juntariam tal era a dissonância…
    O problema é mesmo ainda alguém ouvir a classe politica, maior problema é acreditar. Acho que foi bem jogado tal como um ftobolista quando simula um penalti… enfim mais um logro, mas já nos habituamos, senão veja-se o seu colega Sr. Tsipras com as sua politicas de direita, deve ter sido muito difícil para ele ficar no poleiro depois de ter sido obrigado a maltratar o seu povo… enfim… (suspiro)…

  21. Quando é que a relação simbiótica PS/BE/CDU vai terminar ? Quanto tempo vai durar até ser considerada uma relação parasitária ? Parasitária no sentido de “desgraça alheia”…

  22. Pena que esta palhaçada vá acabar num novo resgate e mais não sei quantos mil milhões de divida….
    Fora de qualquer tipo de brincadeira… Francisco tu acreditas minimamente nas baboseiras que tu e os teus semelhantes dizem? ou apenas querem o vosso taxinho e o resto que se fo…?

  23. Eu também teria preferido ver militantes do BE e do PCP no Governo. Antes de tudo para os respetivos Partidos sofrerem solidariamente o desgaste inevitável que resulta da prática governativa (o PS vai seguramente cometer muitos erros). Mas compreendo inteiramente que BE e PCP não participem num Governo quando não se reveem em muitas das políticas que o PS defende (Tratado Orçamental, Moeda Única, NATO, etc). Para aqueles que me dizem que isto é uma coligação contra-natura, chamo a atenção que é assim que as coisas funcionam na Dinamarca (que deve é um dos menos corruptos e mais transparentes Países do Mundo). No caso de Governo anterior, resultado da coligação entre Radicais de Esquerda (de Centro-Direita!), Social-Democratas e Socialistas (que abandonaram o Governo por discordarem da política seguida, mas que o continuaram a apoiar no Parlamento) a Lista Unitária, de Extrema-Esquerda, apoiou o Governo com base no mesmo tipo de entendimento que o BE e PCP/Verdes celebraram com o PS. E o Governo durou 4 anos… Mas vejo uma vantagem clara da não-participação do BE e do PCP/Verdes no Governo, porque serão capazes de fiscalizar com mais independência um Governo que apesar de tudo apoiam. O que está mal em Portugal não são só as políticas, mas também a prática política, que permite o enquistamento do Centrão na máquina do Estado e a dúbia transumância entre o público e o privado que tem caracterizado a ‘coligação’ PS+PSD+CDS. O BE e o PCP/Verdes devem ser inflexíveis a exigir uma mudança dessa prática aos Socialistas. Por último, como eu em tempos insisti com o Professor Louçã que uma tal convergência era necessária, se calhar também tenho, qual Daniel Oliveira, que reclamar parte da paternidade da solução atual. Presunção e água benta…

  24. Eu gostaria de alertar Francisco Louçã, que Cavaco Silva só deixará de mandar em Portugal em Março do ano que vem.

    Até lá tudo é possível.

    Estejam atentos e alertas.

    Obrigado.

    1. Sim, sim! Até depois de março! Verifiquei que a estreia da refilmagem de “A Múmia” está prevista para o dia 24 de julho de 2016! Até lá tudo é possível!

  25. Isto não é um governo é um golpe de estado. Uma vergonha que orgulha Salazar e Chavez.

    Até na Argentina há mais democracia que em Portugal, onde a direita responsável e séria irá tentar recuperar um país completamente desgraçado por políticas de esquerda / bloco / socialista.

    1. Tem toda a razão. Espero que o Conselho de Segurança reuna depressa para mandar tropas para salvar Portugal deste sinistro golpe de Estado orquestrado pelo parlamento e com a vergonhosa cumplicidade do Presidente.

    2. Ó Louçã, esqueceste-te do povo: 63 por cento votaram contra a coligação, isto é, alinharam no golpe. É preocupante. Como é que se pode ser presidente de um povo assim?

    3. Ó Capitalista! V. Exa. tem toda a razão! Acabo de ver Salazar e Chavez abraçados no Cm Jornal e fiquei revoltado! Aquelas expressões de orgulho envergonham qualquer um! E agradeço-lhe que nos tenha informado que o bloco só vai governar Portugal porque já largou a Argentina. Há muitos portugueses que ignoram que Catarina Martins era, até ontem, ministra das finanças, do plano, da economia, do exército, da marinha, da força aérea, dos barbeiros, dos padeiros, dos condutores de “tuc tuc”, dos bailarinos de tango e dos Capitalistas em geral. Até que enfim que os argentinos acordaram! Agora estão desgraçados mas conscientes! Deo gratias! Amén!

    4. Estranha conceção a sua, onde democracia=direita. Na Argentina se vai passar de um governo progressista a um de direita e não por isso vai haver um golpe de estado. A mesma coisa acontece (mas de direita a esquerda) em Portugal.

      Tal vez o Capitalista o ignore, mas nos não votamos primeiro ministro, nos votamos “deputados” para que nos representem. E são esses deputados que deram maioria a Costa. Pode não gostar do sistema de representação indireta, e está no seu direito, mas nesse caso, peça aos seus representantes que lutem para mudar a constituição. Até lá, aceite a constituição portuguesa ou emigre … tal vez tenha sorte com Donald Trump.

    5. E já agora, Macri ganou em 2da volta na Argentina, mas não tinha sido o ganhador da primeira. Com a sua lógica devia ter sido indigitado Scioli.

    1. Acho muito desagradável essa sua azeda crítica ao presidente traidor e ao parlamento maioritário, que lhe “impuseram à força” o novo governo. Venham a revolta, as barricadas, o protesto enérgico, os mercados em colapso, a indignação das boas almas, caro Rui Pires. Vamos a ver essa força contra a indigna “burla eleitoral”.

    2. Ó Rui Pires!! Como estou solidário consigo! Como poderá um cidadão impoluto como o senhor carregar 17 ministros e 41 secretários de estado, todos vindos do “reviralho”? Realmente foi um presente envenenado! É pena que não se consiga facilmente reconhecer o burlão no meio de 2.940.000 eleitores, mais coisa menos coisa…

  26. Não sei se a “oposição radical” futura do PáF que fez plóff não será encenação para títulos de jornais e sound-bytes televisivos. Porque pese embora as bombardas pesadas de Montenegro, o PSD já abriu “brechas” na sua bancada, aprovando “medidas” propostas pela “esquerda”. Assim como Cavaco teve de com azia “enterrar” o machado de guerra – em nome do “interesse nacional” – também o PSD e o CDS – passadas as águas revoltas – se acalmarão para a salvaguarda do essencial dos interesses dos “negócios do centrão”. Os verdadeiros pesos pesados têm estado em significativo silêncio, deixando a agitação e o esbracejar à arraia miúda.

  27. Felicidades para António Costa. Todos sabemos que quem ganha por poucochinho só pode fazer poucochinho. Quem perde só pode fazer o que for autorizado por quem segurar a trela. Desejo a António Costa boa sorte porque a trela dos comunistas parece que vai ser curta.

    Aproveito para celebrar a liberdade. Há 40 anos, os militares defensores da liberdade, o Partido Socialista e os outros partidos democráticos libertaram Portugal da ditadura comunista.

    1. Às vezes, quem ganha por poucochinho pode fazer mais – ou tem que fazer mais – do que quem ganha por muito. A História tem peripécias surpreendentes.

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