Usando uma imagem empresarial, os actuais contribuintes são os “accionistas” do Estado e os futuros contribuintes por via da dívida pública são os detentores de “obrigações subordinadas”.
Ora, mandaria a regra da transparência e da clareza que assuntos como o BPN e agora o BES não deixassem qualquer margem de dúvida. Tudo bem cristalino.
Mas, o que acontece é uma enorme confusão. Quase todos os dias temos dados novos, contraditórios, parciais, incompletos. É impossível chegar-se à verdade. Sobretudo da factura que nos vai ser apresentada no fim de (e das) contas.
No BPN, mais números vieram à baila por via do Tribunal de Contas. A seguir, fala-se dos empréstimos (?) da CGD aos veículos ligados à liquidação do Banco. Diferentes de outros. Afinal, quanto é que vai ser o custo total e final (sem disfarces contabilísticos) deste triste caso?
Ainda o BES vai no adro, e a confusão já é muita. Ontem, por via não oficial, souberam-se dados sobre o apoio do banco central no valor de 3,5 milhões. A fronteira entre o banco bom e o banco mau é tudo menos clara. A ministra das Finanças tem certezas incertas como a de que nada será assacado aos contribuintes. Esquece até que o maior banco do Fundo de Resolução é 100% público, a CGD. As autoridades de supervisão defendem-se e trocam galhardetes. O Banco PT (perdão, a Portugal Telecom) financiou incestuosamente o GES em 900 milhões e quase ninguém sabia ou se recorda.
Enfim, usando um frequente oxímoro, tudo é de uma “obscura claridade”. Ou de uma “clara obscuridade”. O Governo tem o dever (intransmissível) de tudo clarificar. Agora e para a frente. Sem eufemismos literários ou contabilísticos. Assim exige o bem comum e o respeito pelos que pagam o Estado.
Se acabassem de vez com a promiscuidade entre a Banca e o poder Politico, Imponha regras á banca, se são empresas ,deveriam ir á falência como outra qualquer, todas as teorias economicistas designadas de ” Engenharias
Financeiras” são meras tretas, para um positivista ou uma pessoa minimamente sensata sabe a MÁXIMA clássica : Quem deve mais do que aquilo que tem, não tem nada.
Caro BF. Concordo no geral com o seu artigo. A confusao é muita e só pode ter uma de duas causas ou ainda ambas (o mais provavel) :
1) Os decisores do BdP (em concordancia com o Governo) foram e continuam a ser extremamente negligentes e incompetentes na resolucao do problema. Assim sendo, estamos a ver o resultado do desnorte que se passa todos os dias no BdP, com solucoes preparadas “em cima dos joelhos”.
2) Esta a ser implementada uma estrategia de comunicacao faseada, com factos contraditorios e incompletos de modo a que a maioria das pessoas nao consigam entender o que na realidade se esta a fazer e que apos algum tempo se fartem e voltem a falar do campeonato de futebol e dos incendios
A grande pergunta é, porque razao nao quer o Governo e BdP que haja clareza em relacao a este assunto? Sera que afinal vao ter de ser os contribuintes a pagar o buraco do BES (directa ou indirectamente)? Sera que afinal o Novo Banco nao tem os activos que se pensavam existir e portanto é na realidade um castelo de cartas? Ou será que estamos todos paranoicos?
Permita – me remeter para o comentário que deixei com Ricardo Cabral, relativo à confusão em torno dos juros que a Sr.ª Albuquerque resolveu lançar, nomeadamente pela justificação apresentada para o empréstimo (do fundo de recapitalização da troika) ser feito com um prémio de apenas 0,15%, quando o Estado (i.e nós, os contribuintes) pagamos cerca de 3,3% por esse capital. Mas afinal qual é a lógica subjacente a tamanho disparate? Custa a perceber como, durante três anos, vilipendiaram Sócrates e a solução aplicada ao BPN, para agora sermos confrontados com declarações públicas que logo em seguida são desmentidas por revelações de escritórios de advogados; empréstimos escondidos que ninguém explica; e uma inacreditável – e célere – auditoria aos activos de um banco (?) que ora está falido, ora é saudável e recomendável. Um PR disse um dia que havia vida para além do défice, mas Coelho anda completamente perdido neste “País das Maravilhas”. E já sabemos quem vai ter de pagar a factura de tanto desnorte.
o dr.felix têm muitas duvidas sobre este caso de policia(caso BES ou BPN),agora imagine o que sente o cidadão comum,que não têm acesso aos “bastidores da politica” e que não tem os conhecimentos de economia destes comentadores.sim,falo de pessoas desempregadas,zangadas com esta “casta de politicos” ,com os jornais(tipo pasquim CM) que passam a vida a provocar as pessoas com “sensacionalismos cor de rosa”.Dr.felix,o que as pessoas dizem é:estamos fartos de tanto ladrão de “colarinho branco”
Acho que não uma boa linha de argumentação falar mal dos políticos, quando quem os lá pôs fomos nós os eleitores!
Finalmente a opinião que era preciso. Há muito tempo!
È que de “opinion makers” comprados a preço de ouro, está o inferno cheio!
Bem hajam e por favor, continuem.