Tudo Menos Economia

Por

Bagão Félix, Francisco Louçã e Ricardo Cabral

António Bagão Félix

25 de Julho de 2014, 19:04

Por

Obiang e o Acordo Ortográfico

Durante a Cimeira em Dili da CPLP, o presidente Obiang da Guiné Equatorial terá balbuciado três palavras em português: sim, sim e sim. O país, entretanto, anunciou a sua adesão à Comunidade de Países de Língua Oficial Portuguesa, na página oficial do seu Governo na Internet em três línguas: espanhol, inglês e francês. Parece que a ausência da língua portuguesa se deveu a uma dúvida metódica do ditador: a de se deveria ou não utilizar o chamado Acordo Ortográfico. Compreensível, não acham? É que, por exemplo, Obiang queria escrever já em escrita acordistaA partir de agora, ninguém para a Guiné Equatorial!”. Mas alguém lhe terá explicado que em versão não acordista o que ele queria anunciar se escreve “A partir de agora, ninguém pára a Guiné Equatorial!”. Uma mera questão de um acento que muda. Ou será de um assento que, para Teodoro, não muda desde o longínquo ano de 1979?

Comentários

  1. Que coincidência! O Chefe de Estado do novo membro está no seu assento há tanto tempo como o Chefe da Estado de um membro antigo: José Eduardo dos Santos, em Angola.

    1. Desculpa mas tenho que discordar, o presidente Obiang Nguema tem mais 6 semanas de presidência que José Eduardo dos Santos…

  2. Ah! Ah! Exceto pelo facto de escrever, como se a tirasse da sua cabeça, uma piadinha muito antiga, tem carradas de piada. E força, camarada, na sua luta para retomar o acento de pêlo, cára, sára e tára!

  3. As vistas curtas dos defensores deste (por assim dizer) acordo ortográfico não lhes permitiram antecipar o dano que irão causar ao português falado em Portugal. Suprimir caracteres que têm função fonética no Brasil ou em Portugal não é a mesma coisa. A nossa tendência vocalicida fará com que, num futuro breve, ado(p)ção soe como adução, rece(p)ção como recessão… os exemplos são inúmeros. Para além do surgimento de uma bolha de homófonas, assistiremos ao emudecimento do “e” ou do “a” em palavras como infeção ou inação. Far-nos-emos entender cada vez pior.

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