O músico e compositor Bernardo Sassetti morreu hoje aos 41 anos. Para além da sua obra editada, foi também autor de música para teatro e dança. Segundo a base de dados do Centro de Estudos de Teatro, trabalhou em O grande porto do sul (encenação de Rui Madeira, Companhia de Teatro de Braga, 2002), A Casa de Bernarda Alba (encenação de Diogo Infante e coreografia de Benvindo Fonseca, São Luiz, 2005), Frei Luís de Sousa (Leituras encenadas) (direcção cénica de Ricardo Pais, Teatro Nacional São João, 2006), Dúvida, (encenação de Ana Luísa Guimarães, Maria Matos, 2007), A bicicleta de Faulkner (encenação de Rita Lello, A Barraca, 2009) e Azul Longe nas Colinas (Teatro Nacional D. Maria II, 2011) e Sangue Jovem (Centro Cultural de Belém, 2011), ambas encenadas pela sua mulher, Beatriz Batarda, com quem tinha também feito um espectáculo a partir do livro de Sophia de Mello Breyner, A Menina e o Mar. Em dança colaborou com a Companhia Nacional de Bailado, compondo e interpretando a música de Uma coisa em forma de assim, peça assinada por 9 coreógrafos, entre eles Rui Lopes Graça que, num depoimento ao PÚBLICO dizia que Bernardo Sassetti tinha uma “rara genialidade artística, a capacidade de diálogo e a generosidade”. “[Uma coisa em forma de assim] Foi um espectáculo marcante, pelos coreógrafos envolvidos e pela possibilidade de trabalhar com Bernardo Sassetti, que colaborou de forma extraordinária.” “Foi uma enorme surpresa. A sua morte deixa uma grande mágoa porque era uma pessoa de grande generosidade e de uma rara genialidade que desaparece de forma prematura.”

Também Luísa Taveira, directora artística da CNB, em declarações ao PÚBLICO, acrescentava: “A forma como se entregava às coisas, o empenho que punha em tudo o que fazia, levava as pessoas a disponibilizarem-se para qualquer coisa. Sempre que ele tocava, nos ensaios ou nas dezenas de espectáculos que fizemos pelo país, nunca senti que estivesse ausente ou distraído. Estava todo lá.”

Uma coisa em forma de assim (Companhia Nacional de Bailado, 2011)