O FITEI apresentou hoje a sua programação à imprensa. O Festival Internacional de Teatro de Expressão ibérica, na sua 35ª edição, reduz em número de dias – 7 dias em vez das duas semanas habituais -, em número de espectáculos, mas abre-se em extensões. Começa a 26 de Maio com um prólogo em Guimarães onde os Kinoa (Espanha) montam uma box de Fórmula 1 no meio da rua, enquanto os Xirriquiteula Teatre, também, de Espanha fazem passear girafas pelo Largo do Toural. Este primeiro dia completa-se com a Companhia São Jorge de Variedades (Brasil), que, no Espaço Oficina, apresenta “Quem não sabe mais quem é, o que é e onde está, precisa de se mexer”, a partir do universo de Heiner Müller.
Só no dia 28 o FITEI chega ao Porto, em parceria estreita com o Teatro Nacional S. João, onde os Footsbarn Theatre, que têm estado em residência em Guimarães na sua tenda multicultural, apresentam a sua leitura de A Tempestade, de Shakespeare, intitulado Indian Tempest (na imagem). Na sua colaboração com o TNSJ, o FITEI tem duas das suas estreias absolutas, com os Ensemble (Portugal) de regresso a Molière para apresentarem “O doente imaginário”, encenado por Rogério de Carvalho e “As intermitências da morte”, com o grupo brasileiro Ítaca Teatro e os portugueses Trigo Limpo e Quinta Parede, a partir do texto de José Saramago e com encenação de José Caldas.
“As lágrimas amargas de Petra von Kant” são pretexto para duas visões diferentes, uma mais de acordo com o texto original, a do Teatro do Bolhão (Portugal) e outra num espetáculo de teatro e dança pelo grupo Sol Picó (Espanha) que apresenta “Petra, la Mujer Araña y el puton de abeja Maya”.
Segundo a agência LUSA, o orçamento do festival para este ano é de 220 mil euros, contra uma estimativa inicial de 380 mil euros, enquanto em 2011 foi de 315 mil euros. Em declarações na conferência de imprensa, o director Mário Moutinho disse que “o FITEI, bem como outras estruturas das artes cénicas em Portugal, sofreram um corte brutal de 38 por cento”. Com menos dinheiro do Estado, que representava cerca de 50 por cento do orçamento, o festival também fica com capacidade mais reduzida para encontrar a outra metade do dinheiro. “Os próprios mecenas estão com alguma dificuldade para apoiar o festival e dizem-nos que se é um festival mais pequeno é mais difícil apoiarem”, afirmou Mário Moutinho, cotado pela LUSA.
Esta edição conta com extensões a Felgueiras, Faro, Viseu e Guarda e ainda dois espectáculos fora de portas em Coimbra e Santa Maria da Feira, em parceria com o Teatrão e o Imaginarius.
com LUSA