O intruso da tenda 3009

Foto de Enric Vives-Rubio

Acampei uma semana no Parque do Clube de Campismo do Concelho de Almada, na Costa da Caparica. A quem vê de fora, o enorme recinto parece um campo de refugiados, um bairro da lata ou uma penitenciária de alta segurança. Na realidade são duas mil habitações rudimentares pertencentes aos sócios do CCCA, encavalitadas umas em cima das outras num terreno público de 12 hectares, o que muitos consideram um privilégio e um abuso. Para outros é a oportunidade de 11 mil pessoas com poucos recursos terem uma casa na praia. A verdade é que campistas só havia um, no parque de Campismo da Caparica: o repórter.

Entrei na recepção, tirei uma senha, e quando chegou  minha vez disse à jovem no guichê que queria acampar.

“Só com carta de campista”, objectou ela. “É sócio do CCCA?” Se não, teria de fazer-me sócio de outro clube, o Benfica ou o Sporting, sugeriu, para requisitar a Carta de Campista.

“Porque não do próprio CCCA”?, alvitrei. Difícil. Só se um sócio me propusesse, e ele precisaria de me conhecer bem. Depois, a proposta seria afixada 15 dias, durante os quais qualquer sócio teria oportunidade de aduzir objecções à minha entrada no clube. No caso de não haver nenhuma, o requerimento subiria à direcção. Quando houvesse oportunidade, o presidente do Conselho Director reunir-se-ia com o secretário do Conselho, para apreciarem o pedido. A decisão dependeria então de factores como a antiguidade do sócio proponente, a idoneidade e comportamento desse sócio, bem como de uma avaliação das características do candidato. Além de tudo isto, a admissão de sócios está interrompida, por decisão especial da Direcção, de 1 de Julho a 12 de Agosto.

“Vejo que não me querem mesmo como sócio do clube”, concluí.

“O Benfica ou o Sporting”, voltou a aconselhar a funcionária, sem qualquer expressão.

Optei pelo Automóvel Clube de Portugal, através do qual obtive a Carta de Campista. Apresentei-me no Parque da Caparica com o prestigioso documento. Surpresa: não havia vagas. Também não era possível fazer reservas. Era chegar e confiar na sorte. Após várias tentativas, havia finalmente um lugar: o número 800. Fui autorizado a vê-lo, embora o motivo da gentileza da funcionária fosse óbvio:  acreditava que eu odiaria o sítio e iria embora. Afinal era pior: eu realmente odiei aquele cotovelo de areia suja atrofiado entre a casa de banho e três roulotes, mas quando regressei à recepção para dizer que o aceitava, já tinha sido ocupado.

A minha sorte foi ter percebido que um casal de franceses, na única zona realmente reservada a tendas (com capacidade para quatro), se preparava para partir. Falei com eles e fiquei à espera que desmontassem a tenda, em cujo lugar armei a minha, um pequeno iglô de 35 euros. Quando fui registar-me o facto estava consumado. Atribuíram-me o número 3009, mediante o pagamento de duas noites em avanço: uma tenda e um campista, 7 euros e dez cêntimos por noite. Se incluirmos o carro, estacionado à porta da tenda, custa mais 4 euros por noite. Nada mau, para uma residência em cima da praia.

Antes de sair da recepção reparei num pormenor: havia vários impressos disponíveis num placard. Um para a proposta de novo sócio, outros para inscrição nos vários torneios, e um para… pedido de autorização para obras! Obras numa tenda? Decidi não fazer mais perguntas e dirigi-me ao meu alvéolo.

***

O local, na chamada Zona Verde, ficava junto à porta de saída para o areal, já em cima das dunas. O meu primeiro acto como campista foi sair pela porta, apresentando ao guarda o cartão de utente do parque, para ir dar um mergulho ao mar. A água estava morna e transparente, e a multidão de banhistas dispersava-se pelo imenso areal.

Voltei, apresentando o cartão ao guarda, tomei um duche e sentei-me à porta do iglô a observar o parque. O recinto tem uma área de 12 hectares e é cercado por um muro alto, encimado por arame farpado. Ao centro, unindo o que outrora foram dois parques distintos (só em 1980 a Câmara Municipal de Almada cedeu aquele terreno intermédio), há uma larga avenida, com um parque de estacionamento em espinha entre as duas faixas, ladeada por duas filas com 25 enormes bungalows brancos e novos: as Unidades Complementares de Alojamento, designadas Mobil Home.

Para cada um dos lados da avenida (a que os locais chamam a “espinha”), estendem-se os dois mil alvéolos, constituídos por uma roulote e um avançado. São todos idênticos e distam entre si, na maior parte das zonas, cerca de um metro, ou menos. A maioria dos alvéolos, ou “unidades de alojamento”, está cercada por outros alvéolos por todos os lados, ou tem a entrada voltada para um “carreiro”, uma espécie de rua com pouco mais de um metro de largura. Por esse motivo, quando um campista pretende retirar a sua roulote (o que é raro acontecer) a operação tem de ser efectuada com uma grua.

No momento havia, segundo a direcção, cerca de 7 mil pessoas no parque. Na sua esmagadora maioria, sócios do CCCA, uma vez que só eles têm acesso ao recinto, com excepção da Zona Verde, onde, na prática, como pude confirmar, só há lugar para quatro tendas pequenas. O resto da Zona Verde está ocupado em permanência (durante meses ou anos) por tendas grandes pertencentes a sócios.

Do meu observatório foi desde logo evidente que os campistas cumprem rotinas muito semelhantes: de manhã vão à praia; entre as 12h e as 13h voltam para o almoço, que dura entre 3 e quatro horas e consiste em churrascos de peixe confeccionados no grelhador a carvão que todos têm à porta do alvéolo; a seguir (geralmente) as mulheres vão lavar a loiça (os homens tiveram a cargo o barbecue); praia outra vez, não por muito tempo; às 17h30 é preciso regressar para lavar os caracóis do lanche; à noite, outra vez churrasco, mas agora de carne: febras, costeletas, salsichas ou entrecosto; mais tarde, é a hora dos petiscos e das festas. Tanto ao almoço como ao jantar, é frequente ver dez ou vinte pessoas à mesa, pois os amigos ou familiares convidam-se uns aos outros.

Nos tempos intermédios, há jogos – vólei, basquete ou andebol para os mais novos, cartas, dominó ou malha para os homens mais velhos. As mulheres cuidam das plantas ou frequentam aulas de ginástica rítmica ou dança hip-hop.

Não faltam passatempos num parque que tem dois campos de jogos, um anfitiatro para “fogo de campo”, vários parques infantis, um salão de convívio, salas de bilhar, matrecos e pinguepongue, aulas de ginástica e dança, teatro, bailes, campeonatdos de BTT, torneios de sueca, aulas de informática para idosos, uma biblioteca, um centro de juventude, dois restaurantes, três cafés, três supermercados, um talho, uma peixaria e até uma roulote de farturas. Tudo parece correr bem, todos andam felizes e todos se tratam por “companheiro”.

Reparei no entanto que uma grande quantidade de homens com walky-talkies circula pelo parque. Uns vestem a farda da empresa de segurança Vigiexpert, outros andam à paisana. Mais um pormenor inquietante: à porta das instalações sanitárias dos homens estava afixado um comunicado do Conselho Director: têm sido encontradas nos espelhos das casas de banho, dizia o comunicado, frases inscritas com fezes. Se algum “companheiro” testemunhasse este ou algum outro tipo de vandalismo, deveria denunciar os culpados. Mais tarde vim a saber que, na opinião dos directores, não se tratava de brincadeiras de adolescentes, mas sim de actos de contestação organizados por adultos da “oposição” à direcção.

O tratamento por “companheiro”, porém, não me pareceu um gesto de hipocrisia. A afabilidade, a tolerância e o auxílio entre os campistas são evidentes. Na minha segunda noite resolvi sair, levando o carro. Quando voltei, pouco depois das 22h, havia uma fila interminável à entrada. “Não há lugar para mais carros”, explicou-me um dos homens de walky-talkie.

“Mas eu paguei por um lugar de carro”, protestei.

“Não importa. Quando o limite de carros é atingido [700, vim a saber], não entram mais. É preciso esperar até que saia algum”.

Esperei uma hora e consegui entrar, à tangente. Porque à meia-noite em ponto, quem não entrou, fica fora. Os portões fecham-se e é preciso estacionar na estrada. “Companheiro, lamento, não entra mais ninguém”.

“Ok, companheiro. Até amanhã”. Nem um protesto.

No dia seguinte fui a Lisboa. Dormi em casa e regressei ao parque, não de carro, mas de bicicleta. Entrei alegremente, exibindo o cartão, “boa tarde companheiro”, pedalei em direcção à minha tenda. Passavam cinco minutos das 20h. Ouvi alguém gritar atrás de mim. “Ei! Desmonte! Já passa das oito horas!” Olhei em redor, ostensivamente. Automóveis circulavam em todas as direcções, dentro do parque. Faziam-no permanentemente, até à meia-noite. “Os carros podem circular e as bicicletas não?, balbuciei.

“Ordens!”

Obedeci. Comportei-me sempre como um companheiro exemplar, e por isso não merecia o que me fizeram a seguir.

Como só tinha pago duas noites, ao terceiro dia fui à recepção para liquidar mais cinco. Que não, declarou o funcionário. Pagaria a totalidade no fim. Regressei descansado ao alvéolo, que estava um forno sob a torreira de sol.

“Boa tarde, companheiro”, cantarolei ao porteiro, quando saí para a praia.

“Tenha cuidado. Olhe que vieram aí para lhe desmontar o material”, disse ele. Mas só percebi que falava a sério quando, no regresso, declarou, agora num tom realmente dramático: “Tenho ordens para lhe apreender o cartão”. Deveria dirigir-me imediatamente à secretaria, onde a documentação me seria devolvida. Sem compreender o que se passava, lá obedeci, como sempre. A meio do caminho fiz um desvio para ir à casa de banho. Não tinha dado dez passos quando surgiu atrás de mim um segurança de bicicleta, em pedalada de grande urgência: “É o senhor da tenda 3009?  Tem de dirigir-se imediatamente à recepção!”

“Estou a caminho, mas vou só à casa de banho…”

“Não pode. Há uma casa de banho na recepção. Aliás o senhor [já não era um companheiro] nem devia estar no parque, porque não pagou. Tenho ordens para o levar imediatamente à recepção”.

“Porque me está a tratar dessa maneira? Quem deu essas ordens?”

“Não lhe posso dizer de onde vêm as ordens”, disse o segurança, assumindo um ar de agente secreto. “É que não lhe vou mesmo dizer de onde vêm as ordens”, sublinhou, dando a entender que nem sob tortura revelaria a fonte.

Na recepção foi-me explicado que, como só tinha pago duas noites, não podia estar no parque. Que me tinham procurado, como não me encontraram, tinham dado ordens para desmontar o material. Que o material não podia ficar abandonado, sem o campista lá dentro.

Perguntei se podia abandonar o “material” para ir à praia. Que sim, “mas só se tiver pago todas as noites”. Argumentei que tentara pagar, mas só acreditaram quando o próprio funcionário responsável pela informação errada o veio confirmar.

Lá paguei e ouvi um pirrónico pedido de desculpas, mas se até então era olhado com desconfiança, agora era visto como um intruso.

De início não percebi qual era o meu crime. Mas aos poucos ia ficando claro por que razão era considerado persona non grata: é que, entre as sete mil pessoas daquele parque de campismo, eu era o único campista.

***

A maior parte das famílias do Parque da Caparica é composta por três gerações, sendo que a do meio é a menos representada. Avós e netos constituem os aglomerados típicos, uns reformados e outros estudantes, porque as férias aqui são longas – cinco meses, pelo menos. No resto do ano, um campista admitiu que vem todos os fins-de-semana. Sendo que este começa na quinta-feira e termina na terça. “À quarta vou a casa para ver o correio”.

Há muita gente que fica mesmo aqui o ano inteiro. O carácter permanente da ocupação é visível nos pavimentos das tendas – de tijoleira, azulejos ou soalho flutuante – nos arbustos, heras e mesmo árvores de fruto que adornam muitos alvéolos, na mobília e electrodomésticos que os recheiam.

Todas as tendas têm fogão, forno, micro-ondas, frigorífico, televisão com serviço Meo ou Zon, com antena parabólica, computador com internet wi-fi, aquecedores, ventoinhas, sofás, cómodas, mesas, camas, roupeiros. Em algumas é possível ver mesas de sala em vidro, candeeiros arte-nova, lustres. Tudo atafulhado num espaço exíguo para uma vivenda de férias, ainda que enorme para uma tenda.

Na realidade, cada alvéolo é composto por uma roulote e um avançado de lona, com uma cobertura de pano amarelo sobre o conjunto. Na roulote ficam os quartos, no avançado a sala, funcionando a cozinha numa pequena tenda à parte, sob a mesma cobertura. Mas é frequente haver mais um ou dois quartos no avançado, e na roulote terem sido montados beliches. Aliás, diz-se que alguns campistas escavaram o chão por baixo da tenda, para abrirem mais um piso, reservado a adega, arrumações ou mesmo quarto de dormir. Não consegui confirmar isto. Os directores garantiram-me que é uma lenda.

O que pude observar é que algumas roulotes têm o dobro do tamanho normal. Nalguns casos, é difícil acreditar que sejam roulotes – já não têm rodas, o chão é em soalho ou tijoleira e são grandes como um camião TIR. Em casos como estes, o proprietário pode dar-se ao luxo de abrir parte da lona do avançado, transformando esse espaço numa esplanada. Isto se tem a sorte (ou o privilégio) de ter um alvéolo voltado para uma das ruas. Se estiver encravado entre centenas de outros alvéolos, com uma distância de meio metro entre cada um, a esplanada daria para o quarto do vizinho.

Não obstante, é por vezes nestes “bairros” impenetráveis que a animação é maior. Veja-se a festa do “carreiro” da Alegria.

No parque do CCCA há festas em todas as noites de Verão. Algumas realizam-se nos restaurantes, de súbito transformados em boites, no salão de convívio, nos campos de jogos ou no “fogo de campo”. É necessário pedir licença à direcção do parque, que a concede na condição de não haver duas festas na mesma noite, para evitar concorrência.

Se por exemplo há uma sessão das Noites Tropicais no Pérola do Oceano, o restaurante Parque, atribuído a outro concessionário, no extremo oposto do recinto, não pode dar festa nessa noite. Talvez para compensar os prejuízos resultantes desta política económica de “regulação de Estado”, o Pérola aposta forte no comércio informal. Para se conseguir um recibo é preciso chamar o patrão e ouvir uma descompostura.

Mas na organização da festa ficou de lado a poupança. A banda, constituída por vocalista, baixista e organista, não teme a incongruência do repertório. Salta do tango para o pimba, com um pé na bossa nova e outro num género inovador a que eu chamaria “slow espiritual”.

“Mãe de Deus, tende piedade de nós”, chiava o cantor, enquanto os pares evoluíam em amplexos românticos, barriga contra barriga, antes de saltarem de braços no ar, entoando em coro “Mas quem será o pai da criança? Sei lá, sei lá”.

Homens de manga caveada e fio de ouro, rapazes de camisa justa lilás e brinco, gel e patilha fininha, dançando com raparigas de vestido preto justo e curto e saltos altos, entradões anafados, de calção e chinelo, boné branco de pála para trás, raparigas em grupo à espera nas mesas, crianças a correr, outras de trotinete: é uma autêntica festa de aldeia, que mobiliza a comunidade inteira até às tantas.

Nos bairros, as festas, de carácter esporádico ou regular, têm mais personalidade. É famosa a do Carreiro da Alegria. Trata-se de um desses “becos” onde não se pode abrir os braços sem tocar na tenda do vizinho. O espaço é diminuto, mas os organizadores, que habitam as seis tendas alinhadas de ambos os lados do carreiro, conseguiram montar um sistema de karaoke, colunas de som, duas mesas repletas de comida e um balcão de bebidas. Estavam todos aos saltos no carreiro. “The roof, the roof is on fire”, cantavam. “Somos uns 30, de cinco famílias, o mais velho tem 66 anos e a mais nova 2, que foi feita no parque”, disse Francelina Jacinto, 53 anos, a “matriarca do carreiro”, envergando uma t-shirt e um boné com um smile, o símbolo do carreiro da Alegria.

Ao mesmo tempo decorria outra festa, com comida, bebidas, guitarradas e jogos de cartas, de um clube intitulado “Os Praias”, composto por um grupo de veteranos do futebol de praia. Decidiram formar o clube, há 20 anos, porque acharam possuir um traço distintivo: “Jogávamos à bola, mas com respeito. Quando passava uma criança, ou um idoso, interrompíamos o jogo”. Foi assim que António Macieira, um dos directores, explicou a filosofia que tem presidido à actividade do clube (que hoje em dia consiste em comer e beber). “Somos campistas, não somos ciganos. Isto não é campismo selvagem”.

Os Praias, que também imprimiram t-shirts e todo um conjunto de merchandising, caracterizam-se pela idade avançada e a ausência de mulheres. “Elas não são admitidas porque isto é um grupo de futebolistas”, explicou Victor Loureiro, outro director. “Já viu mulheres a jogar futebol na praia?”

***

O parque de campismo do CCCA existe há 42 anos, e grande parte dos seus utentes está cá desde essa altura. É o caso das famílias Terras e Vargas. Já vão na terceira geração. Compraram tendas junto uns dos outros, e agora constituem um bairro. Os churrascos são feitos alternadamente em casa do casal Terras ou Vargas, ou dos filhos. Nenhum deles pensa alguma vez sair daqui. “Isto é um condomínio privado junto à praia”, explicou Jacinto Terras, 80 anos. A mulher, Manuela, não gosta de praia, mas valoriza o convívio. São famílias que vivem juntas há décadas, como nas aldeias que já não existem. Todos se conhecem. Os mais velhos são compinchas da sueca ou dominó, os jovens deram aqui os primeiros passos, brincam na rua, começam a namorar.

Jacinto Terras e o filho, João, tiveram uma vez uma conversa. “Se nos saísse o Euromilhões, abandonávamos do parque?” Concluíram que não.

É notório que a maioria da população do CCCA pertence à classe média baixa. É barato. Um alvéolo aqui custa, hoje, entre 3 mil e cinco mil euros. Mais o aluguer do terreno, que ronda os 50 euros por mês. O problema é que não se consegue comprar, não se sendo sócio do CCCA. Mesmo para estes é difícil, porque o espaço não se multiplica, como eles.

Quando alguém pretende desistir do seu alvéolo, pode pôr o material à venda. Mas o comprador não fica com direito ao terreno, que é colocado numa espécie de concurso, no qual o critério de preferência é a antiguidade do sócio. Ou o grau de amizade com os directores, dizem as más línguas.

Quem pretende comprar é colocado numa lista de espera. Quando surgem as oportunidades, o primeiro da lista pode optar. Se não lhe agradar a unidade à venda, por estar por exemplo num aglomerado irrespirável, pode declinar. Tem um ano para escolher, após o que perde o direito.

São regras complicadas, que permitem muitas discussões e conflitos. David Carneiro, 35 anos, e Cristina Dias, 32, com uma filha de 4 meses, compraram agora um bonito alvéolo, depois de anos a “viver” no dos pais dele. Aproveitei para perguntar a Cristina como poderia eu comprar também um alvéolo.

“Isso não é possível”, disse ela. “Nós só conseguimos porque o David é da direcção e amigo de pessoas…”

David corrigiu logo: “Estou em lista de espera há dois anos. Aliás inscrevi-me para que não dissessem que foi por cunha”.

A pressão para comprar os espaços é tão grande, que a direcção não consegue fazer o que devia: dar baixa dos alvéolos que vão sendo abandonados, para fazer diminuir a densidade de tendas no parque.

Legalmente, a distância mínima entre as tendas seria de dois metros. Aqui, segundo o próprio presidente do Conselho Director, Luis Filipe Ramos, dois terços do parque não cumprem essa regra. A concentração de tendas e de materiais, aliada ao facto de todas terem um grelhador em funcionamento diário, leva o risco de incêndio a um nível extremo. Todos os anos, aliás, tem havido fogos no parque, e apesar dos muitos extintores, vive-se à espera de uma catástrofe.

A desculpa que a direcção tem apresentado é a de que, como o parque poderá ter de sair deste local, instalando-se nuns terrenos designados por Pinhal do Inglês, longe da praia, não faz sentido iniciar as obras antes que uma decisão seja tomada.

Com efeito, segundo o projecto Polis para a zona, os três parques de campismo junto à praia terão de ser deslocalizados. Além dos danos causados à zona de dunas e à arriba fóssil da Caparica, multiplicam-se as queixas contra os privilégios dos mais de 11 mil sócios do CCCA sobre toda aquela zona de terrenos públicos à beira da praia.

João Terras e Luís Filipe Ramos, que pertencem a uma direcção eleita por quatro vezes seguidas, dizem ser um erro tirar dali os parques. “Nós fizemos crescer a Costa da Caparica”, alegou Luís Filipe Ramos. “Isto não é uma região de hotéis. As pessoas ou têm cá casa, ou vêm e vão de Lisboa todos os dias. Não estamos em Miami Beach. Aqui a água é fria e os areais estão a diminuir”, desvalorizou ele, para concluir que, se afastarem os sócios do CCCA, mais ninguém viria para aqui.

“Sem os parques, muita gente não poderia fazer férias na praia”, explicou o presidente. A missão dele é defender esse direito, para os 11 mil sócios do clube. Pouco lhe importa que aquela área imensa fique vedada ao resto da população. “Temos de defender os nossos sócios. São eles que pagam as quotas”.

Ou que a actividade do clube seja menos campismo do que proporcionar casas de praia a uma multidão de pessoas que não são ricas.

“Dantes era horrível, era uma trabalheira, ter de montar e desmontar as tendas”, recordou Francisco Mateus, outro dos membros do clã Vargas. “Não havia electricidade. Tínhamos de acender um petromax”.

E que tal abrir mais algum espaço para verdadeiros campistas, perguntei ao presidente.

“O que temos é pouco para os nossos sócios”.

E criar regras para impedir que as tendas estejam vazias a maior parte do ano?

“Quanto mais tempo estiverem vazias, mais rentável é para o parque, que recebe a mensalidade e não tem gastos em electricidade, água e gás”, respondeu João Terras.

Um sócio pode estar meses ou anos sem ocupar a tenda, que nunca é desalojado. Mesmo que deixe de pagar, é, segundo Terras, “muito difícil que lhe desmontem o material. Só depois de muitos avisos, muitas reuniões da direcção”.

Já a tenda 3009, pertencente ao único campista do parque, ia ser desmontada porque o utente se ausentou por umas horas.

Para os directores, “o campismo de tenda às costas “não é um modelo de negócio viável para os parques”. Já “não há disso em lugar nenhum”. O modelo do parque do CCCA representa “o campismo do futuro”.

17 comentários a O intruso da tenda 3009

  1. Eu comecei a frequentar o parque quando tinha apenas alguns meses,os meus avos foram dos primeiros campistas do parque, comecaram a frequentar a zona ainda quando so se acampava directamente na praia e nada era privado. Frequentei o parque por 20 anos e estou bastante informado do que aquilo costumava ser…e pelo que entendi nao mudou para melhor…

    Eu gosto mesmo de acampar,e’ uma oportunidade unica para estarmos mais proximos da natureza , e tambem compreendermos certas verdades inerentes a’ nossa propria natureza humana que ja foram esquecidas e adormecidas numa era em que a gratificacao imediata domina o dia a dia, e o conforto e’ visto como uma lei e uma arma numa disputa insaciavel pelo “Status” perdido , num mundo imaginario no qual me recuso a participar.
    Devo dizer que ja acampei em varias partes do mundo, nas Highlands escocesas, nos vales entre as montanhas na Eslovenia onde a agua azul corre desde o cume, em ambas as costas italianas, do Adriatico e do mediterraneo…entre muitos outros lugares , ate’ me “atrevo ” a dizer que sou um verdadeiro campista,entre muitas outras coisas 😉
    Felizmente,sei montar uma tenta,pois sou do tempo em que montavam e desmontavam tendas,todos os anos no ccca e consegui aprender essa “arte” que me foi bastante util quando o acampamento nas Highlands foi atingido por um furacao e a minha tenda foi a unica que ficou de pe’.
    Quando os campistas ja nao teem que montar tendas para acampar suspeita-se que algo esta errado.

    Vivemos numa era em que a civilizacao atingiu uma etapa em que as leis do Estado exigem que se respeitem as minorias. Devo dizer que me senti discriminado quando a minha familia atingiu o status de minoria quando continuou a uzar uma tenda para acampar. Eramos olhados com obvio desdem quando iamos montar uma “simples” tenda no inicio da epoca balnear,ja viram o nosso descaramento 😉

    Nao sei quem esta na direccao do parque hoje em dia, mas na epoca parecia um genero de ditadura do ultramar, em que os mais velhos queriam dominar os mais novos e inclusive um amigo meu que se vestia de uma forma mais “alternativa” chegou a dizer-me que levou um tareao numa zona escura encostada ao parque por dois dos ditos cujos.

    Eu na brincadeira com os meus amigos costumavamos dizer que estavamos num campo de concentracao 😉
    Uma das varias regras estranhas era quando nos iamos sentar em alguma zona publica, despois da “Hora do silencio” que era as 22.00 , apareciam os segurancas a pedir identificacao e a apontar as lanternas as nossas caras,

    Sempre achei incrivel como isto ainda era possivel de acontecer na nossa epoca,mas e’ uma triste realidade.

    Enquanto as pessoas nao se recusarem a viver debaixo da aprovacao do rebanho e nao pensarem por si mesmos vao todos ser victimas deste tipo de “guerra do Status” em que todos tentam ser melhores que outros , a luta para ver quem tem mais bens materiais e quem acumula mais bens ao longo da vida , e julgam-se uns aos outros de acordo com a exibicao dos mesmos bens.

    Pois meus caros,o facto de eu acampar com uma tenda ou ter um alveolo coberto, com sofa’ e televisao , e’ uma escolha minha, nao me sinto em nada diminuido, nem tao pouco que alguem tenha o direito de me julgar por isso . E’ com alivio que digo que ja nao sou nem vou mais ser um dos “companheiros” , alias, gosto muito da minha privacidade e nunca fui de andar a falar e cumprimentar todos os que me aparecem a’ frente no caminho para a casa de banho. Apenas gosto de acampar , nao ir de ferias para um aldeamento neo salazarista.

    Responder
  2. Visitem-no hoje e verão um autentico ‘campo’ de refugiados cercado por um tapume verde assente numa base de betão em plena zona dunar.

    Claro que tudo será negado pelos condóminos (a maioria dos comentadores que aqui escrevem) de 20 e 30 anos de permanência no parque

    Responder
  3. A sua ignorância sobre parques de campismo e a escolha deste em particular só demonstra que o que escreveu sobre ele só pode ser a soldo de alguém com interesses obscuros e que lhe devem ter pago bem.
    Vendido!

    Responder
  4. Sr Paulo Moura
    Quanto mais leio o seu artigo mais o acho ridículo e que você empregou mal o seu tempo, visto que em Portugal há muita matéria que lhe dava bons artigos, mas talvez que a sua capacidade seja muito tacanha. O que é que interessa, seja em que contexto for, a que horas os utentes do CCCA vão para a praia, quando vêm, o que almoçam, como se vestem, como dançam!!!!!!.Eu sou septuagenária e utente do CCCA há 36 anos. Sou daquelas que “vai a casa ver o correio á quarta”.Passo férias sim no CCCA por vontade própria. E você? na republica dominicana? onde (segundo me disseram) metem uma pulseira e não podem sair do hotel? Ou será que vai para Cuba para se sentir um princepe em ralação à miséria dos cubanos? Nós Utentes do CCCA somos cidadãos de 1ª e dinamizamos a economia local. Os da charneca não nos querem lá, mas nós tambem não queremos ir, mas se fôssemos era ver proliferar o pequeno e quicá o grande comércio, porque seria para eles a galinha dos ovos de ouro.Temos TV e os electrodomésticos necessários e computadores!!!! e depois? Somos gente altamente informada, pacífica, ordeira.Não é o seu artigo ridículo que vai mudar nada.Vamos continuar a comer as sardinhas o entrecosto, os caracóis e tudo a que pudermos ter acesso, sim porque, você classificou-nos de ” classe média baixa”. Não sei como chegou a esse rótulo, mas também é-nos indiferente.

    Responder
  5. Caro Sr. Jornalista,

    Li com interesse a reportagem que fez sobre o parque onde passei férias durante mais de trinta anos. Embora a descrição inicial esteja correcta, creio que exagerou nas críticas que teceu aos “companheiros” que alegremente o acolheram na Caparica e que, se necessário, lhe dariam a «camisa».

    Com efeito este parque privilegia outro tipo de campismo, que não o da «tenda às costas».

    Goste-se ou não desta opção, foi um caminho que o parque decidiu seguir em assembleias gerais com a votação e aprovação dos sócios. E refiro isto porque a maioria dos sócios (como refere e bem) estão no parque há gerações…

    No meu caso pessoal, passava férias naquele parque desde que nasci, visitando-o com regularidade. Aliás, só não passo férias actualmente porque casei e o alvéolo dos meus pais tornou-se pequeno para todos …. (bem, não adoptámos a ideia do bunker subterrâneo…ehehehe.).

    Todos temos o direito à informação, desde que esclarecida e informada mas a fronteira entre o esclarecer, por um lado e o denegrir, escarnear e maldizer, não pode ficar à distância de uma mera toalha de praia.

    Na próxima vez que decidir visitar um parque, anuncie-se na recepção. Diga que é jornalista e o que pretende. Creio que não lhe irão só mostrar o que vem nas revistas.

    Responder
    • Caro Pedro
      Obrigado pelo seu comentário. Deixe-me informá-lo sobre a forma como procedi. Apresentei-me no parque como campista, como relato no texto, e não como jornalista. Fiquei uns dias, apenas observando. Quando por fim pedi para fazer uma reportagem, como jornalista, a resposta imediata foi Não. Só quando expliquei ao presidente do Conselho Director que já lá estava acampado há uma semana, é que ele, visivelmente preocupado, acabou por autorizar a minha entrada com um fotógrafo, na condição de só visitar o que me quisessem mostrar, só entrevistar quem me apresentassem. Não me foi permitida a presença livre no parque nem por um minuto.
      Dito isto, tenho a acrescentar que todos os utentes do parque com quem falei foram muito simpáticos e cooperantes.
      Mas não teria sido possível, caro Pedro, fazer qualquer trabalho independente e sério se me tivesse apresentado como jornalista desde o início. No entanto, toda a informação, todas as entrevistas (designadamente com os directores, foram recolhidas depois de me ter apresentado como jornalista.
      Um abraço
      Paulo Moura

      Responder
  6. A “felicidade dos companheiros”.Bah… Era eu estudante universitário, fui mais uns amigos a esse fantástico parque de campismo. Fiquei na altura admirado porque de tendas aquilo nada tinha.A “tenda” tinha electrodomesticos, existiam uma espécie de fundações em cimento tudo exactamente como o reporter refere. Na verdade acho lamentável que exista algo assim na Costa e não, não são os parques de campismo que levam a costa para a frente ou a mantêm.A costa está em decadência porque não atrai visitantes nem tem uma oferta de lazer ou turismo de qualidade. A imagem de marca da Costa são os parques de campismo, para os portugueses adeptos do low cost terem uma “casa de praia” e as casas ilegais do outro lado da estrada que nos fazem ir para a Praia por uma paisagem deprimente, com tendas e pseudocasas de um lado e casas de extremo mau gosto e barracos do outro. Num país onde as pessoas são contra as praias exclusivas os parques nada mais são que ocupantes legais do que devia ser de todos. Agora o pessoal da Charneca e da Aroeira não tem como se pode ver grande interesse em receber esses parques. Nem o pessoal dos parques quer sair do areal. E aqui temos mais uma mostra da grande democracia potuguesa. Uma linha fantástica de praias que poucos têm com grande parte ocupada por um grupo. Se fossem os ricaços dos Campalimoud e dos Salgado tinhamos gritos de escândalo. Como é o pelotão da febra e da sardinha… está tudo bem.

    Responder
  7. A reportagem talvez esteja um pouco folclorizada, mas a realidade está-lhe próxima. Lembro uma reportagem, há alguns anos, no Expresso, onde essa realidade aparecia espelhada em fotografias, chegando mesmo a ver-se galinhas e toda a parafrenália que pretendia replicar as condições de habitações. E era esta vergonha, multiplicada pelos parques do CCL e da SFUAP que queriam transplantar para a Charneca de Caparica. Espero que nunca o consigam.

    Responder
  8. Estou chocada. Agora percebo o medo com que muita gente da Charneca reagiu quando se disse que poderiam ir esses “campistas” para a zona da Aroeira. Deviam deitar isso tudo abaixo.Alias basta ver no google maps comoa quilo é…

    Responder
  9. A inveja é uma coisa muito feia…estas reportagens encomendadas vê-se bem para que servem! Força…façam da Costa mais uma zona balnear à qual só os ricos têm acesso! A classe média baixa que tome banho no poliban lá de casa! Só não se esqueçam que é essa classe que fez nascer e tem mantido a Costa viva! Temos pena que a felicidade e alegria dos companheiros provoque tanta dor de cotovelo a quem acha que a qualidade só existe onde se esbanjam centenas de euros em fogos de vista…mas porque é que o calção e o chinelo incomodam tanta gente?

    Responder
  10. Boa tarde.

    Li a sua reportagem na revista do Publico e gostaria de lhe colocar algumas questões.
    A primeira é que gostava de saber onde é q o Sr. viu “(…) três supermercados”. Dois restaurantes, 3 cafés, sim, sendo q 2 deles fazem parte do mesmo concessionário, tudo bem, agora gostava q me dissesse onde se encontra o 3º supermercado.
    A segunda, o Sr. questionou os “(…) outros andam à paisana.”? Acredito que não, porque esse à paisana como lhe chama pertencem à Direcção.
    A terceira, o Sr. leu o regulamento do parque ? Também acredito que não, porque se o tivesse lido saberia que as bicicletas só podem circular até as 20h. E uma bicicleta não terá os faróis de um carro para poder ver uma criança caso a rua esteja sem luz.

    “Estou a caminho, mas vou só à casa de banho…” “Não pode. Há uma casa de banho na recepção (…) – isto meu caro Sr. é uma perfeita mentira, porque na recepção não há casa de banho. E mais o informo que não andam atrás de NINGUEM para desmontar material nenhum como o senhor afirma quando diz “Olhe que vieram aí para lhe desmontar o material”. Quer mais uma mentira ? Ora ca vai, dito por si “Que o material não podia ficar abandonado, sem o campista lá dentro.”. O material não fica abandonado ou acha que todos os companheiros passam o verão todo 24 por 24h dentro das tendas ?! Poupe-me!
    Esclareça-me uma coisa de “entre as sete mil pessoas daquele parque de campismo, eu era o único campista.” Porque é que você é que era o único ?? Já visitou mais parques de campismo por acaso ?! O campismo tanto pode ser uma tenda grande com camas de casal lá dentro como uma tenda pequena sem luz. Tal como o mundo evolui o campismo também não fica atrás e evolui também.
    Deixe-me que lhe diga mas a sua mentalidade é que é um espaço exiguo onde tudo se encontra atafulhado, dai só dizer disparates naquela reportagem (se é que assim se pode chamar. Para mim aquilo não é jornalismo) O Sr. nunca deve ter ido ver uma feira da Nauticampo, senão iria ver tendas de todos os tamanhos e feitios.

    “Aliás, diz-se que alguns campistas escavaram o chão por baixo da tenda, para abrirem mais um piso, reservado a adega, arrumações ou mesmo quarto de dormir. Não consegui confirmar isto. Os directores garantiram-me que é uma lenda.” – lá está, se não conseguiu confirmar porque é que fala ? Gostaria de saber com quantas pessoas é que o senhor falou e inclusive se conheceu o parque de uma ponta à outra. DUVIDO !!!

    “Não obstante, é por vezes nestes “bairros” impenetráveis”, bairros impenetraveis ? Gostaria que me explicasse esta expressão. Incrível como você fala do que não sabe. Tudo o que senhor disse até agora não é de campista, não percebo como é que se considerou como tal.

    “Nos bairros, as festas, de carácter esporádico ou regular, têm mais personalidade”, a minha questão é: onde é que o Sr. vê ali um bairro ?? No meu bairro é cada um por si, ninguém se ajuda nem pede nada emprestado porque muito possivelmente não vai ter de volta o que emprestou. No campismo isso não acontece, muito pelo contrário, pede-se e no minuto seguinte entrega-se. E não sei se teve oportunidade de reparar ou não, mas nós Companheiros à hora da refeição perguntamos sempre aos Companheiros do lado “são servidos?!”. Acredito que essa sua mentalidade pequenina não tenha captado essas pequenas coisas que fazem sempre a diferença.

    “Trata-se de um desses “becos” onde não se pode abrir os braços sem tocar na tenda do vizinho”, o Sr deve ter braços enormes…
    “Compraram tendas junto uns dos outros, e agora constituem um bairro.” – ignorância e falta de companheirismo é o que tenho a dizer em relação a esta afirmação.

    Com esta sua afirmação “a direcção não consegue fazer o que devia: dar baixa dos alvéolos que vão sendo abandonados, para fazer diminuir a densidade de tendas no parque” logo se vê que eles não andam por ai a desmontar os materiais, como você diz. Você mente !

    “(…) vive-se à espera de uma catástrofe”, isso é o que o Projecto Polis espera à imenso tempo que aconteça.

    ” Mesmo que deixe de pagar, é, segundo Terras, “muito difícil que lhe desmontem o material. Só depois de muitos avisos, muitas reuniões da direcção”. Como vê não andam atrás das pessoas para elas pagarem e muito menos atrás delas para lhes desmontar o material. Continuo dizendo, você mente !

    “Já a tenda 3009, pertencente ao único campista do parque(…)”, eu considero-o tudo menos campista. Considero-o um MENTIROSO que só quer denegrir a imagem do Parque.

    Perante tal reportagem mais lhe digo que o Sr. não tem espírito nenhum de companheirismo, por não se integrar e não compreender o que é ser CAMPISTA. Quando tiver humildade suficiente tire umas ferias num parque de campismo na Costa e aprenda como é ser Companheiro e Campista.

    Responder
    • “E uma bici­cleta não terá os faróis de um carro para poder ver uma cri­ança caso a rua esteja sem luz.”

      Esta é a argumentação mais idiota que alguma vez li. Nem saberia por onde começar. Esclareço a “companheira” de que – espanto, choque! – existem de facto luzes para as bicicletas circularem à noite em segurança.

      Responder
  11. Boa tarde.O “tom”da escrita desta sua reportagem, faz crer, para quem não conheça, que o senhor esteve numa zona de “gangues”, máfia ou coisas similares…..Para sua informação,e se calhar devia ter-se informado antes, todos os parques de clubes,funcionam assim, e na Costa da Caparica, tem CCL-1,CCL-2, SFUAPiedense….Porque não escolheu um desses para confirmar ?Vou para o CCCA desde os meus 14 anos ( tenho 49..), e só quem já passou por lá todos estes anos é que consegue dar valor a tudo isso.Investige as casas clandestinas que existem entre o parque e o campo dos pescadores, para ver se tudo aquilo é primeira habitação…….Isso ,sim ,era uma grande reportagem.
    Cumptos.

    Responder

Deixar um comentário

O seu email nunca será publicado ou partilhado.Os campos obrigatórios estão assinalados *

Podes usar estas tags e atributos de HTML:
<a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <s> <strike> <strong>