Joana Gorjão Henriques, jornalista
Quando se parte para uma reportagem há vários métodos para encontrar as pessoas com os perfis adequados à história que queremos contar. É normal perguntar aos nossos círculos mais próximos se conhecem alguém com o perfil X ou Y, fazermos um apelo nas nossas redes sociais ou então enviarmos um email geral para os colegas da redacção.
Ao pesquisar informação para a reportagem sobre o que significa exactamente mudar de classe social, subir ou descer na escada social, percebi que se usasse os meus círculos habituais iria ter um constrangimento: a probabilidade de os entrevistados pertencerem a um grupo social próximo do meu – e acabar com um leque de pessoas homogéneo – seria muito grande. Tratando-se de um tema em que o objectivo é, justamente, ter representada a diversidade social pareceu-me que seria mais eficaz desafiar os leitores do PÚBLICO on-line a participar e contarem a sua história.
O resultado superou todas as expectativas: de repente apareceram pessoas com perfis muito diferentes e às quais eu nunca teria tido acesso de outra forma. Apareceram leitores que vivem em Inglaterra, no Porto, nos Açores, na Madeira, em Lisboa, com profissões e percursos sociais muito diferentes uns dos outros – e histórias incríveis para contar.
Pode criticar-se o método dizendo que a escolha é condicionada ao universo de leitores do PÚBLICO. Mas porque não fazer às vezes dos nossos leitores os protagonistas das histórias que estamos a contar se afinal é para eles que escrevemos? O trabalho sai na revista 2 deste domingo e é o primeiro de uma série sobre as classes médias. Depois de Portugal, a revista passa pelo Brasil, China, Espanha e Estados Unidos.
Parece ser uma boa forma de “encontrar temas” e “pessoas”.
Já agora que tal verificar em:
http://www.amena.tcpnsa.com/Comunidade/Historie, a missiva que o Exmo. Sr. Minstro da Saúde e também o Exmo. Sr. Minsitro da Educação receberam.