A ética da banca e a ética da informação

A Ética da Banca e

a Ética da Informação

 

A fragilidade do sistema financeiro e bancário português que os seus responsáveis estão a crer criar para este sector uma plataforma de informação muito específica e resguardada. As regras de sigilo e confidencialidade sobre a informação bancária e financeira estão munidas legalmente de fortes penalizações se infringem essas regras. É mais fácil, e menos riscoso, proceder a uma investigação jornalística sobre os “Panamá Papers” que publicar uma lista organizada de quem são os “senhores” que constituem o grande quinhão do crédito malparado. É verdade que montões de devedores resultaram da crise a que com que foram fustigados por não possibilidade de pagar rendas de casa, impostos, segurança, saúde, obrigações escolares, etc. Mas esses são sempre envolvidos nas listas escondidas de créditos concedido sem o estudo de uma avaliação correcta às garantias a

Um sinal destas regras tão apertadas foi esta semana revelado: os presidentes dos bancos nacionais o Conselho da Europa tem poderes superiores aos dos seus próprios governos e não podem comunicar medidas que estão para ser tomadas. Foi o caso do BANIF.  Aqui o que funciona é a toda poderosa DG Comp. Esta semana fiquei muito admirado de assisti a um painel organizado pela TVI, que pretendia abrir uma discussão sobre as responsabilidades a assacar a TVI sobre a notícia que dera de uma próxima falência do Banif, notícia essa com alguns elementos alarmantes, tais como os não levantamentos superiores a 100 mil euros. É óbvio que uma notícia a propalar que tal banco vai à falência, com um mínimo de justificação e, sobretudo, dando força a informações que já grassam no mercado provoca facilmente esse desmoronamento de um banco. Todavia, parece-me a mim, que esta factor notícia foi um alibi bem conseguido para disfarçar os verdadeiros truques e informações que durante mais de sete meses se foram contando sobre esta história. Admirei -me. por isso, como alguns deputados ali presentes que, efectivamente, são dos mais hábeis e bem preparados declararam que não estavam ali para discutir a noticia da TVI ou os seus efeitos catastróficos, mas para avaliar como vai decorrendo o inquérito parlamentar. Julgo que para levar a efeito os bons resultados destes inquéritos parlamentares é indispensável cruzar, com inteligência e tacto, estas três plataformas: inquérito parlamentar, informação verídica sobre os factos apurados e colaboração interconexa com a investigação policial.

Sem pôr em dúvida a pertinácia e o saber dos principais deputados interlocutores neste inquérito, e aliás a experiência adquirida nos inquéritos anteriores, quere-me parecer que o modo de decorrência deste inquérito está pouco um pouco diferente. Pressente-se um querer tirar dividendos de quem mais culpas tem neste desfecho: o arrastar do governo anterior para deixar esta «bomba» bem artilhada ou a mal calculada decisão à pressa do governo da «gerigonça» com os irremediáveis estragos. No meio disto tudo há um sintoma que não deveria deixar de ser alarmante e muito comprometedor: O silêncio dos banqueiros. Nada será com eles.

É evidente que, nestes entreactos, que para os gestores responsáveis merecem toda a atenção são fáceis e repetíveis os apelos aos jornalistas, particulares e privilegiados praticantes de uma ética como fundamento da actividade jornalística que os não deve fazer ultrapassar os deveres de respeito pelo sigilo e privacidade a que devem estar sujeitos nestas matérias. Mas também será profundamente ético e deontológico que os jornalistas conhecedores do estado em que está o nosso sistema financeiro e bancário não se acobertem no confronto de não deixarem que, em nome do sigilo e privacidade são proclamados num sector que vai minando o nosso de uma maneira tão destrutiva o nosso estado de vida. O confronto entre profissionais providos de ética é positivo.

Um comentário a A ética da banca e a ética da informação

  1. Este comentário refere-se ao artigo hoje saído no Público (9.Maio.2016) “Um diferendo entre duas jornalistas”:

    Admitindo que o Provedor tenha cometido um engano (amplamente reconhecido pelo próprio), julgo que fez bem em não ajuizar as queixas e defesas das pessoas em causa. Creio que não estava em causa o “interesse dos leitores”.
    João Freire

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