O "plano do Governo" e o que diz Cavaco


(Crónica da edição de 21 de Março de 2010)

Enquanto se aguarda o início dos trabalhos da comissão parlamentar de inquérito que irá tentar apurar se houve ou não envolvimento do Governo na frustrada intenção da PT de adquirir uma posição na empresa proprietária da TVI, a opinião pública continua a ser bombardeada com mensagens contraditórias sobre o alegado plano governamental para “condicionar” órgãos de comunicação social, o que torna especialmente sensível a exigência de equilíbrio na cobertura noticiosa dos sucessivos episódios deste caso.

O leitor A. Torres Castanheira achou que faltava esse equilíbrio ao PÚBLICO na edição do passado dia 10, que informava sobre duas audições ocorridas na véspera na Comissão Parlamentar de Ética. Nessa data, os deputados tinham ouvido do ex-director da TVI, José Eduardo Moniz, e do chairman da PT, Henrique Granadeiro, declarações contraditórias sobre a questão essencial em debate: o primeiro mostrou-se convicto da existência do tal plano atribuído ao Governo ou ao primeiro-ministro, o segundo disse ver nisso uma “pura fantasia” e negou ter recebido quaisquer indicações governamentais para realizar o negócio.

O PÚBLICO escolheu para título de capa “Moniz diz que havia plano para controlar media”. No interior do jornal, as notícias sobre as duas audições ocupavam em conjunto uma página, com um arranjo gráfico que destacava claramente as declarações do ex-director da TVI, com o título a tornar-se mais concreto: “Moniz acredita que Governo tinha plano para controlar os media”. Sob um título-chapéu que envolvia as duas notícias, voltando a privilegiar as afirmações de Moniz, a peça sobre a audição de Granadeiro, paginada a uma coluna, realçava o facto de o PS querer ouvir na comissão o ex-ministro do PSD Morais Sarmento, que o líder da PT colocara na berlinda ao responsabilizá-lo por pressões de que teria sido alvo há alguns anos para demitir directores de jornais, quando presidia ao grupo Lusomundo Media.

Para o leitor, estas opções editoriais fugiram ao equilíbrio desejável, na medida em que “quem quase se limitar aos títulos, quer na primeira página, quer no corpo do jornal (é o que faz muita gente) não tem dúvidas (…): a notícia é a de que, segundo o sr. J.E.Moniz, havia um plano para controlar a comunicação social” e “a mensagem a passar, enfaticamente, ao leitor é essa”. Mas, argumenta, “podia ser o contrário: porque não a notícia ser a de que, segundo o sr. H. Granadeiro, não houve qualquer plano?”.

A jornalista autora das notícias, Maria Lopes, discorda. Viu mais valor noticioso nas revelações de Moniz, que relatou na comissão “as várias abordagens dos diversos accionistas acerca do incómodo do poder em relação ao conteúdo editorial da TVI e também as diversas tentativas de o afastar da liderança” da estação. E salienta uma diferença quantitativa nas audições de 9 de Março, no que toca à teoria do alegado “plano do Governo”: “Moniz falou bem mais sobre o assunto”; Granadeiro limitou-se a arrumá-lo como “pura fantasia”.

A editora da secção Política/Portugal, Leonete Botelho, acrescenta o argumento da actualidade política: o que está no centro das audições parlamentares (saber se houve ou não “plano do Governo”) é uma questão decisiva (“são os próprios partidos que o admitem”) para o presente e o futuro próximo. Em contrapartida, sustenta, “as declarações de Henrique Granadeiro referem-se sobretudo ao passado” e não trouxeram “revelações novas”.

Por isso, e tal como o director-adjunto Nuno Pacheco, defende a escolha editorial que foi feita. E lembra que “jornalismo é escolher, é medir importância e novidade, não é medir a cronómetro ou a caracter”.

Não é, de facto. E a escolha do PÚBLICO é defensável. Embora convenha salientar que não é a única defensável. Até porque o argumento da actualidade política pode conduzir à conclusão contrária. Se se entender — e é provável que muitos o entendam ou venham a entender nas próximas semanas — que o depoimento de Granadeiro no Parlamento pode ser visto como decisivo para fragilizar, salvo prova em contrário, a tese sobre o “plano do Governo”, então ele terá sido igualmente decisivo para o presente e o futuro próximo.

Em suma, as audições parlamentares do passado dia 9 foram correctamente noticiadas e, se o conteúdo dos títulos e o destaque dado a cada notícia podia naturalmente ter sido diferente (e foi isso, afinal, que levou o leitor a temer, como diz na sua carta, “uma certa deriva”), a verdade é que o equilíbrio com que o jornal tem tratado ou irá tratar este caso — que já conduziu à situação inédita de um primeiro-ministro chamado a responder a uma comissão de inquérito —, não pode ser aferido pelas incontornáveis escolhas editoriais e gráficas feitas numa edição concreta.

A relevância e sensibilidade do caso PT/TVI terão contribuído para levar outro leitor, Fernando Monteiro, a questionar a manchete da edição seguinte à que me ocupou até aqui. No passado dia 11, o principal título de capa informava que “Cavaco Silva acredita que Governo sabia do negócio entre a PT e a TVI”. “Não aceitando de todo que se confunda informação com opinião”, este leitor afirma: “Ouvi atentamente o discurso do sr. Presidente da República e o que ele disse foi que quando era primeiro-ministro a PT era uma empresa pública, com capital exclusivamente pertencente ao Estado, e por esse motivo teria de saber de um tal negócio”, sobre o qual “lhe competiria tomar a decisão”.

Percebe-se, com esta premissa, o raciocínio que está por trás da crítica: Cavaco teria dito que, quando era primeiro-ministro e a PT pertencia ao Estado, teria necessariamente sabido do negócio; sendo agora diferente a natureza da empresa, não poderia inferir-se que achasse que Sócrates teria de saber. Logo, o título citado não teria fundamento sério.

Procurei tirar o caso a limpo e concluí pela existência de um equívoco. A declaração de Cavaco Silva citada pelo leitor foi de facto feita na entrevista [e não discurso] que deu à RTP no passado dia 10, embora não conste, infelizmente, da notícia que sustenta a manchete do dia 11. E, se fosse só isso que tivesse dito acerca do tema, estaria a crítica mais que justificada.

Acontece que não foi só isso, nem principalmente isso, que Cavaco disse sobre o tema. Num momento importante (e anterior) da entrevista, que terá escapado ao leitor mas consta do relato do PÚBLICO, o presidente, “questionado sobre se era possível que um primeiro-ministro não soubesse da intenção de uma empresa como a PT em adquirir um canal de televisão privado como a TVI”, respondeu com “um inequívoco ‘penso que não’ [PÚBLICO, 11 de Março, pág. 6]”. Face à insistência da entrevistadora, esclareceu porque pensava que não, afirmando que “numa sociedade democrática a compra de uma estação de televisão não pode deixar de ser uma operação absolutamente transparente”, o que tornaria impensável que fosse feita “não só sem o conhecimento prévio do Governo, mas sem o conhecimento prévio da opinião pública”.

Nisto se baseou a manchete, não na frase citada pelo leitor. O director-adjunto Nuno Pacheco explica que o título escolhido quis “deixar claro que aquele ‘penso que não’ nos pareceu peremptório”. Acrescenta que “a um jornal cabe, mais do que reproduzir o discurso de um político, descodificá-lo”, e que, “neste caso, Cavaco Silva não deixou dúvidas sobre o que pensava”.

Claro que poderá sempre argumentar-se que o realmente peremptório “penso que não” do presidente se refere não ao que ele acha que Sócrates saberia, mas ao que ele acha que Sócrates não deveria deixar de saber. E concluir que o título do PÚBLICO foi além das declarações em que se sustenta. Lá ir foi, mas penso que foi bem. Trata-se de um título interpretativo, com que o jornal correu o risco de procurar a informação realmente relevante, para lá das subtilezas e meias palavras do discurso político. Concorde-se ou não com a opção, o risco não se revelou excessivo, como parece poder concluir-se do facto de o que se escreveu não ter sido desmentido pela única pessoa que, em consciência, poderia fazê-lo.

http://blogs.publico.pt/provedor

Encontra-se já activo o meu blogue de provedor do leitor, a que se pode aceder através da página de acolhimento da edição on line do PÚBLICO ou do endereço http://blogs.publico.pt/provedor. Nele serão arquivados os meus textos aqui publicados aos domingos, esperando-se que possam suscitar reacções.

Mas o blogue destina-se sobretudo a alargar a comunicação com os leitores, face às naturais limitações de espaço da edição em papel. Nele poderão ser colocados, por exemplo, documentos e mensagens trocadas sobre casos analisados nesta coluna, que aqui não tenha sido possível citar, ou citar na íntegra.

Sendo necessário limitar-me, na edição em papel, às questões de maior relevância ou às que se apresentem como mais típicas das preocupações que me chegam dos leitores, utilizarei também o blogue para me pronunciar, quando se justifique, sobre casos não abordados no jornal. Espero ainda vir a acolher intervenções dos leitores, embora não possa comprometer-me a discutir todas as questões que forem suscitadas.

A correspondência que me é dirigida — queixas, reclamações, chamadas de atenção sobre conteúdos editoriais do PÚBLICO — deve ser enviada para o endereço electrónico provedor@publico.pt.. Cartas à directora, textos de opinião, informações de agenda, sugestões à redacção, queixas sobre a distribuição do jornal devem ser enviadas para os endereços próprios ou para os respectivos departamentos.
José Queirós

Documentação complementar

Troca de correspondência relativa ao modo como foram noticiadas, na edição de 10 de Março de 2010, as audições a José Eduardo Moniz e a Henrique Granadeiro na Comissão de Ética da Assembleia da República:

Primeira mensagem do leitor A. Torres Castanheira

Sr. Provedor,
Gostaria que visse como foram tratados, no seu jornal, os depoimentos de J. E. Moniz e H. Granadeiro perante a Comissão de Ética na AR.
Pelos vistos, não é preciso pressões para que haja uma posição inequívoca (unívoca?) do PÚBLICO.
A. Torres C.

Resposta ao leitor

Caro leitor:
Para poder eventualmente tratar o caso que refere, seria útil que pudesse ser mais explícito sobre a razão que o leva a considerar ter havido “uma posição inequívoca (unívoca?) do PÚBLICO”.
Li os textos sobre os depoimentos de J.E. Moniz e H. Granadeiro na AR, e admito que a sua chamada de atenção tenha a ver com o diferente destaque que lhes é dado, mas não estou seguro de estar a interpretá-lo correctamente, pelo que um esclarecimento da sua parte seria bem-vindo.
José Queirós
Provedor do Leitor

Segunda mensagem do leitor A. Torres Castanhaira

Não é normal da minha parte, escrever para os jornais (nem para os senhores provedores).
Neste caso, pareceu-me importante porque, em relação aos dois depoimentos, eu ouvi (em vários meios) opiniões do sr. José Eduardo Moniz e, ainda que em forma de invocação subjectiva, ouvi factos do sr. Henrique Granadeiro.
Mas quem quase se limitar aos títulos, quer na primeira página, quer no corpo do jornal, (é o que faz muita gente) não tem dúvidas sobre qual é a notícia: a notícia é a de que, segundo o sr. J. E. Moniz, havia um plano para controlar a comunicação social. O resto é secundário. A mensagem a passar, enfaticamente, ao leitor é essa. Ora, podia ser o contrário: porque não a notícia ser a de que, segundo o sr. H. Granadeiro, não houve qualquer plano e ser o depoimento do sr. J.E. Moniz secundário?
É só disso que eu falo, porque no corpo da notícia, há um tratamento relativamente equilibrado do assunto. Muito relativamente uma vez que, como refere, o destaque dado a cada um dos depoimentos é muito diferente, mesmo não conseguindo eu discernir porquê – e não vou desenvolver argumentário sobre a razão porque o sr. J. E. Moniz não me parece mais credível do que o sr. H. Granadeiro.
O sr. Provedor sabe, certamente, onde incide a minha crítica. Eu, leitor de sempre do PÚBLICO, esperei que uma certa “deriva” (perdoe-me o termo), estivesse a desaparecer… e até acho que está. Se calhar é só uma pequena recaída.
Faço, aliás, justiça, ao PÚBLICO esclarecendo que, em alguns media, o depoimento do sr. H Granadeiro apenas foi referido a propósito do seu desmentido pelo sr. N.M. Sarmento.
A. Torres C.

Resposta da jornalista autora do texto, Maria Lopes

1. José Eduardo Moniz esteve 11 anos à frente da TVI e sempre foi muito reservado acerca da sua relação com os accionistas da empresa, recusando-se a comentar as divergências nas poucas entrevistas que foi aceitando dar. E depois de sair da TVI não tinha falado ainda sobre o assunto Eram, por isso, importantes as revelações que fez na Comissão de Ética acerca do seu relacionamento com os accionistas Pais do Amaral e a Prisa.

2. Pelo contrário, Henrique Granadeiro já comentara publicamente e por diversas vezes os contornos do negócio PT/TVI, incluindo ao PÚBLICO. Voltou a fazê-lo na sua audição, e manteve algumas incongruências sobre as quais os deputados o questionaram sem respostas concretas. Mas não fez propriamente revelações novas – até o caso da sua demissão em 2006 por alegadas pressões foi na altura discutido publicamente nos jornais.

3. A análise de que um deixou “opiniões” e outro “factos” não cabe à jornalista, que não a subscreve: ambos fizeram declarações, que se tentaram transcrever na medida da sua novidade e importância.

4. Sobre o alegado “plano do Governo”, a quantidade de declarações dos dois protagonistas foi bem diferente: Moniz falou bem mais sobre o assunto do que Henrique Granadeiro, que se limitou a classificar a teoria como “pura fantasia”. Moniz referiu as várias abordagens dos diversos accionistas acerca do incómodo do poder em relação ao conteúdo editorial da TVI e também as diversas tentativas de o afastar da liderança da televisão que há muito merece fortes críticas do Governo.

Resposta da editora da secção Política/Portugal, Leonete Botelho

1 – Aquilo que está no centro das atenções nestas audições – o alegado plano do Governo para controlar os media – já motivou uma comissão de inquérito, a qual, por sua vez, pode conduzir a uma moção de censura e no limite fazer cair o Governo. Isto não são especulações, são os próprios partidos que o admitem. Portanto, é o presente e o futuro que estão em causa.

2 – Ao contrário, as declarações de Henrique Granadeiro referem-se sobretudo ao passado, a casos já muito debatidos na opinião pública e sobejamente conhecidos, tanto na altura como ao longo do tempo. Não havia revelações novas, em nenhum dos casos relatados.
Por fim, entendo que jornalismo é escolher, é medir importância e novidade, não é medir a cronómetro ou a caracteres.

Mais documentação complementar

Acerca da questão tratada na crónica de 21.03.2010, suscitada pela manchete da edição de 11 de Março, transcrevem-se a carta do leitor Fernando Monteiro, os comentários da editora Leonete Botelho e do director-adjunto Nuno Pacheco, e ainda o comentário entretanto chegado da leitora Maria José Abranches.

Carta do leitor

Sou leitor regular e atento do vosso jornal (há 20 anos, precisamente) e dou-vos, em geral, bom crédito, embora vos leia sempre com espírito crítico e não aceitando de todo que se confunda informação com opinião. Na capa de hoje (11 de Março) podia ler-se ” Cavaco Silva acredita que Governo sabia do negócio entre a PT e a TVI”.

No sou simpatizante do actual primeiro-ministro, mas o ponto importante é que o que se diz na capa não é correcto. Acresce que ainda hoje um vosso jornalista repetiu esta “incorrecção” (chamemos-lhe assim) na SIC Notícias.

Ouvi atentamente o discurso do Sr. Presidente da República e o que ele disse
foi que quando era primeiro-ministro a Portugal Telecom era uma empresa pública, com capital exclusivamente pertencente ao Estado, e por esse motivo teria de saber de um tal negócio. Obviamente teria não só de ter conhecimento
como lhe competiria tomar a decisão de um eventual negócio.

Fernando Monteiro
Carcavelos

Resposta da editora de Política/Portugal, Leonete Botelho

(…) Se o Presidente quisesse deixar claro que há uma grande diferença quanto à possibilidade de o Governo desconhecer o negócio entre o tempo em que ele próprio foi primeiro-ministro e a PT era uma empresa de capitais exclusivamente públicos e a situação actual, dizia-o claramente e repetia-o, como fez ao longo de toda a entrevista em relação às mensagens que quis passar. Mas, neste capítulo, e questionado três vezes sobre se estava esclarecido, Cavaco Silva não respondeu nem deixou que a jornalista tirasse conclusões.
Pelo contrário, a sua mensagem – aquela que repetiu – foi a de que não seria possível, não só o Governo desconhecer o negócio, como não seria possível que toda a opinião pública o desconhecesse. A ideia que repetiu foi a da necessidade de transparência, e pelo meio ainda falou duas vezes da ética dos negócios. “Uma aquisição de um canal de televisão deve ser uma operação muito transparente, que seja entendida pela generalidade da população”, disse.
Acresce que, se hoje a PT não é uma empresa exclusivamente pública, o Estado detém nela uma golden share que lhe permitiu travar o negócio. Recordo que quem apareceu a dizer que o negócio não se concretizava foi o próprio primeiro-ministro.
Em nossa defesa penso ainda que o que se espera de um jornal é que faça alguma contextualização, e não repita apenas aquilo que foi dito por alguém num determinado momento. Para isso não eram precisos jornalistas, bastavam as máquinas.

Resposta do director-adjunto Nuno Pacheco

A um jornal cabe, mais do que reproduzir o discurso de um político, descodificá-lo. É o que o PÚBLICO tem feito, em múltiplas ocasiões. Isso não pode significar, no entanto, distorcer o seu pensamento. Neste caso, Cavaco Silva não deixou dúvidas sobre o que pensava. O que está escrito no texto é isto: “Quando questionado sobre se era possível que um primeiro-ministro não soubesse da intenção de uma empresa como a PT em adquirir um canal de televisão privado como a TVI, Cavaco começa por afirmar um inequívoco ‘penso que não’”. Perante isto, o título do texto no interior do jornal e o da manchete quiseram transmitir essa ideia, o primeiro pela negativa (“Cavaco Silva não acredita que o Governo desconhecia negócio entre PT e TVI”) e o segundo pela positiva (“Cavaco Silva acredita que Governo sabia do negócio entre a PT e a TVI”). Mais nada. Não houve a intenção de acrescentar à resposta do PR nada que lá não estivesse, mas apenas deixar claro que aquele “penso que não” nos pareceu peremptório.

Comentário de uma leitora

A propósito da entrevista do Presidente da República e da reclamação do leitor Fernando Monteiro, analisada em “O ‘plano do Governo’ e o que diz Cavaco”, devo dizer que também eu, que igualmente ouvi atentamente a referida entrevista, fiquei “chocada” com a falta de rigor – que me parece intencional – com que os media em geral noticiaram e comentaram o assunto. Todos se “esqueceram” de salientar que o Presidente tinha destacado o diferente estatuto da empresa na altura em que era primeiro-ministro. E isso faz toda a diferença, quer queiram quer não. E é por isso que cada vez mais um simples cidadão se sente desrespeitado e manipulado pelos media. Sou professora de Português e Francês (reformada) e sei a importância das palavras e das questões ligadas ao “estilo”! Nada é inocente nestas matérias…

22 de Março de 2010
Maria José Abranches

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