“A liberdade de expressão tal como a navegação têm de ser aprendidas”, diz o historiador britânico Timothy Garton Ash, numa entrevista hoje publicada pelo Diário de Notícias. A analogia atribuída a Michel Foucault é usada para reclamar uma aprendizagem da navegação nos “mares tempestuosos da Internet”. Para Timothy Garton Ash, nunca aprenderemos se não houver possibilidade de pôr o barco a navegar. Aprender, explica ele na conversa com o jornalista João Céu e Silva, impõe como objectivo saber que em democracia também se pode conviver com os discursos de ódio. “É o que chamo de civilidade na navegação no mar alto”, acrescenta o historiador, defendendo o ensino nas escolas da literacia da Internet e da comunicação social. “Os jovens são invadidos pela informação nos smarthphones e têm de aprender a escrutinar entre o verdadeiro e o falso, o valioso e o lixo”.
Timothy Garton Ash é uma mais uma voz a chamar a atenção para a premência de um empreendimento sempre adiado.
A entrevista – “A Internet é o maior esgoto da história mundial” – foi realizada a propósito da edição portuguesa, pela Temas e Debates, do livro A liberdade de expressão. Dez princípios para um mundo interligado.