A obesidade de crianças e jovens é encarada como um preocupante problema de saúde pública em diversos países ocidentais. Como ela pode ser causada pelo consumo exagerado de produtos com excesso de açúcar, gordura e sal, induzido, frequentemente, pelo marketing e pela publicidade, é compreensível que se olhe com atenção para o modo como se tenta persuadir os mais novos a consumirem o que lhes pode causar dano. No PÚBLICO de hoje, a propósito de um relatório da Organização Mundial de Saúde sobre o assunto, hoje divulgado hoje numa conferência interministerial em Viena, Alexandra Prado Coelho refere como estão a ser explorados novos caminhos para estimular consumos hipercalóricos.
Um deles é o “advergaming”, “a publicidade ligada a jogos de vídeo ou diversões do mesmo tipo”. Outra estratégia, a do marketing viral, passa pela “recomendação pessoal por consumidores, por vezes em troca de pagamentos ou recompensas, e cada vez mais encorajada em sites de redes sociais”. Também se pode verificar “o recurso a celebridades que promovem determinado produto”. Outra forma de chegar aos consumidores, refere Alexandra Prado Coelho, “é através de iniciativas que exigem a participação destes. Um exemplo: os anúncios televisivos que convidam os espectadores a votarem em diferentes sabores de uma marca, cujas variedades vencedoras são depois colocadas no mercado; ou a empresa lança um concurso para criar um anúncio que as pessoas colocam no YouTube”.
Alexandra Prado Coelho lembra que “vários estudos confirmam a correlação entre a exposição a publicidade de produtos com alto teor de gordura, sal e açúcar e a obesidade infantil”. Mais, acrescenta a jornalista, “há indicações de que é nas crianças com problemas de obesidade que esses anúncios têm maior impacto, o que é preocupante tendo em conta os números da Organização Mundial de Saúde que mostram que na Europa uma criança em cada três na faixa dos seis e aos nove anos tem excesso de peso ou é obesa”.
[A imagem reproduz um cartaz de uma campanha da Child Health Foundation]