O olhar dos media tem estado amplamente voltado para a eleição do Papa Francisco e os primeiros dias do seu pontificado. É, portanto, normal que, simultaneamente, se observe e avalie essa visão mediática. A Faculdade de Comunicação da Universidade de Navarra, por exemplo, reproduz 200 primeiras páginas de jornais diários sobre a escolha do Conclave, acompanhadas pela análise de quatro professores.
Um deles, Ramón Salaverría, director do Departamento de Projectos Jornalísticos, recordou que “poucas coisas há tão arreigadas como a rivalidade entre brasileiros e argentinos. Para quem não a conhece de perto, poderá dizer-se que é como a que existe entre barcelonistas e madridistas, mas maior, muito maior”. O antagonismo existente entre os dois povos é evocado por “ser curioso que, no dia em que um argentino é eleito Papa, a melhor primeira página do mundo tenha sido brasileira”. Para o director do Departamento de Projectos Jornalísticos, o Correio Braziliense foi o jornal mais competente no resumo da notícia: “A sua primeira página pratica o tipo de jornalismo que todos os diários deveriam fazer neste século XXI”.
“Que sentido tem repetir na primeira página o que toda a gente soube em directo no dia anterior? Que acrescenta repetir dados, matizes, características do novo Papa Francisco, que todos conhecemos no instante da divulgação da sua eleição?”, pergunta Salaverría, que conclui que o que importa é mostrar o fundo do assunto e olhar para o futuro. “E nisto o Correio Braziliense acertou em cheio”.