As imagens, sobretudo televisivas, sobre acontecimentos trágicos são, como se sabe, susceptíveis de impressionar as crianças. E a comoção é maior se as ocorrências, como a tragédia hoje ocorrida nos Estados Unidos da América, na escola primária de Sandy Hook, no Connecticut, onde foram assassinados vinte meninos e meninas e seis adultos, vitimarem crianças como elas. É por isso que importa lembrar que as famílias e a escola devem proporcionar momentos em que seja possível conversar sobre esses acontecimentos.
Falar é um meio eficaz para alguém se desfazer de um acontecimento traumático, insistem muitos especialistas que acompanham psicologicamente os mais novos. Eles julgam que, se uma criança estiver inquieta, é melhor conversar para acalmar a sua ansiedade. Claro que se não houver sinal de preocupação, é preferível não dizer nada.
“As imagens não são apenas um meio pelo qual assistimos ao acontecimento, elas são um acontecimento, tal como a própria actualidade de que pretendem dar conta”, explica Serge Tisseron, psicanalista e psiquiatra infantil. Convém, portanto, prestar também atenção às imagens a que as crianças se encontram expostas.