A Colômbia, o realismo mágico, o ceviche, os mariscos, o coco e a banana-da-terra

Nos últimos tempos, as gastronomias peruana e brasileira explodiram no mundo e as atenções concentraram-se nelas.  Mas a América Latina tem outras gastronomias, e a Colômbia quer agora mostrar a sua em Lisboa.

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Serão dois jantares, quarta e quinta-feira desta semana, no Hotel D. Pedro, preparados por dois chefes colombianos, Isa Londoño e Luis Otoya – tudo integrado numa grande campanha para a promoção turística da Colômbia, que até trouxe a Portugal o “embaixador desportivo” Carlos Valderrama, antigo jogador de futebol conhecido como El Pibe, e que animou a sala do Hotel D. Pedro com a sua extraordinária cabeleira de caracóis loiros.

Mas, distracções à parte, a ideia era conhecer melhor o que se come e o que se cozinha na Colômbia. O menu de apresentação começou com um prato mais associado ao Peru, o ceviche, mas que, explicou depois o chefe Luis Otoya, tinha aqui um toque colombiano, com o “suero”, uma espécie de natas azedas nas quais o peixe é mergulhado após a rápida cozedura no limão, para depois ser servido dentro de uma metade de coco e com pedacinhos de banana. Esta entrada (na foto) trazia ainda finas fatias de banana-da-terra crocantes.

O prato principal foram lagostins com um arroz cremoso feito com leite de coco e um molho tradicional colombiano elaborado com as cascas dos mariscos e com várias ervas locais e tomate. A sobremesa era, resumiu Luis Otoya, uma versão de cheesecake da Colômbia, com coalhada, uma farinha da região de Huila, doce de leite e goiabada.

Na quarta e quinta-feira, os menus serão diferentes. Apesar de o forte continuarem a ser os peixes e mariscos, haverá, por exemplo, na quinta, um prato de carne, peito de frango e legumes em folha de bananeira, para entrada, à qual se seguirá um guisado de garoupa e marisco do Pacífico colombiano com arroz de coco, banana-da-terra e abacate. Na quarta-feira, a entrada será um creme de feijão tradicional, e o prato principal um camarão em crocante de coco com molho de tamarindo e puré de abóbora. Cada refeição (há dois jantares por noite, um às 19h30 e outro às 21h30) custa 25 euros, sem bebidas.

Quem quiser conhecer (ainda) melhor o que se come na Colômbia terá que viajar até lá (há voos da TAP) e aproveitar para perceber o que se passou com o país que há uns anos toda a gente associava à  violência e ao narcotráfico e que hoje apresenta a maior taxa de crescimento do turismo na região. A sua campanha de promoção inicial, que tinha o bem-humorado slogan “O risco é que queiras ficar”, foi já substituída esta que está a ser lançada, onde a palavra “risco” desapareceu, e foi substituída simplesmente por: “Colômbia é realismo mágico”. A Colômbia está a mudar, portanto.

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