Sem saber o que levar para um piquenique?

A ideia de fazer um piquenique é sempre tentadora. Até tenho (não o comprei, foi oferecido) um cesto especial para isso, daqueles em que pratos e talheres vão muito bem presos com fitas, por entre a a toalha de quadrados vermelhos e brancos. Mas, apesar do aparato, a última vez que tentei organizar um piquenique foi uma frustração. A comida (parte dela comprada no café do bairro, é preciso confessá-lo) não tinha o mesmo encanto que os adereços, e tudo ficava muito longe daquelas cenas dos filmes em que, da cesta de verga, saem coisas deliciosas, por entre morangos e garrafas de champanhe.

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É por isso que acho uma boa ideia a da Isabel Zibaia Rafael – autora do blogue Cinco Quartos de Laranja, e do livro Cozinha para Dias Felizes (também de receitas) – de fazer um novo livro com receitas para comer ao ar livre (nem todas serão ideais para um piquenique, mas muitas delas são) a que chamou Delicioso Piquenique. Já não temos muitas desculpas para a falta de imaginação e criatividade da próxima vez que pensarmos em encher o cesto de verga e levar comida para a praia ou para o campo.

Entre as sugestões da Isabel estão, por exemplo, queques de linguiça com queijo feta, bolinhos de queijo com chouriço ou bolinhos salgados de curgete. Ou então (mais difíceis de transportar, mas com muito bom aspecto nas fotos do livro) sandes abertas (um conceito muito nórdico) com pasta de favas e queijo mozzarrella, ou requeijão com abóbora assada. E se os primeiros ainda podem dar algum trabalho, estas dão muito pouco.

Há ainda várias ideias de bebidas, do chá gelado de hortelã-pimenta e flor de sabugueiro ao mais alimentício batido de mirtilos com framboesas e linhaça (e quanto a estes não há desculpa, são mesmo simples). Um outro capítulo é dedicado aos bolos à fatia – por exemplo o bolo de iogurte com toranja e sementes de papoila, inspirado por uma viagem aos EUA.

delicioso piquenique

Outro aspecto das nossas vidas em que a falta de imaginação se manifesta de forma gritante é a agora omnipresente marmita do almoço. Também para nos poupar ao embaraço de pelo quinto dia consecutivo apresentarmos aos nossos colegas uma ementa de grão com atum, Isabel dá várias ideias, de sopas a massas, passando por pratos cozinhados (alguns não são tão práticos para levar para o trabalho porque implicam coisas feitas na hora, como os ovos escalfados ou estrelados, por exemplo), mas no capítulo seguinte surgem várias saladas que nem sequer implicam o uso do micro-ondas.

E (mais uma ajuda preciosa) para evitar que cheguemos a uma festa em que nos pediram para levar alguma coisa com uns bolinhos do café ao lado, tristes figuras junto das exóticas saladas e sobremesas que encontramos em cima da mesa, o livro tem várias ideias para levar para festas, do tradicional guacamole a um muito simples queijo de cabra marinado com azeitonas e tomilho.

É verdade que há muitos livros de receitas por aí, vários deles de profissionais (e alguns úteis mesmo para principiantes, por explicarem com clareza as técnicas básicas), mas geralmente não escrevo sobre eles, porque um livro de receitas é… um livro de receitas. No entanto, tenho acompanhado o trabalho da Isabel e visto o empenho, dedicação e entusiasmo que ela coloca no que faz nesta área, que não é a sua profissão, e o sucesso que tem tido, e acho que merece todo o encorajamento.

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