Michael Pollan pergunta o que andamos nós a comer, em entrevista hoje no Ípsilon

Michael Pollan é um dos mais interessantes autores a escrever actualmente sobre comida. É polémico, mas isso é bom, claro. A sua frase mais famosa parece uma evidência.

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Foto por Fran Collin

Diz ele: “Comam comida. Não em excesso. Sobretudo vegetais”. Mas o que ela implica é muito mais profundo do que parece, sobretudo num país como os Estados Unidos, no qual as pessoas se têm vindo a afastar da verdadeira comida, ao mesmo tempo que comem cada vez mais.

Pollan defende que há uma relação de certa forma doentia dos americanos com a comida, que em parte pode ser explicada por não existir nos EUA uma dieta tradicional que sirva como referência. Mas há também uma espécie de puritanismo relativamente ao prazer que levou os americanos a cada vez mais encararem a colocar a alimentação no universo da saúde, reduzindo os alimentos a uma soma de nutrientes e calorias, retirando-a Omnívorodo universo do prazer.

Foi sobre isto, e cookedvárias outras coisas, que conversei com ele por telefone há umas semanas. A entrevista é publicada hoje no Ípsilon, o suplemento de cultura do PÚBLICO, a pretexto de Pollan ser um dos autores convidados da Festa Literária de Paraty, no Brasil. Podem aceder a ela aqui.

Para quem quiser saber mais sobre o pensamento de Pollan, o site do autor é excelente. E há vários livros traduzidos em português: O Dilema do Omnívoro (onde, entre outras coisas, investiga a omnipresença do milho nos alimentos processados), Em Defesa da Comida, e Saber Comer: as 64 Regras de Ouro.

O seu livro mais recente ainda não está traduzido, chama-se Cooked, e é um relato das suas explorações sobre as técnicas básicas de cozinha a partir dos elementos: água, ar. fogo e terra. É, também, um apelo a que voltemos para a cozinha, aprendamos a cozinhar, e recuperemos o poder, que fomos perdendo, sobre algo de tão essencial nas nossas vidas: a nossa alimentação. Há quem não concorde, claro, mas é um debate que vale a pena ter.

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