Na Casa da Comida com os Lavradores de Feitoria

Conhecia a Casa da Comida do tempo do Jorge Vale (que chegou a ser actor num dos filmes do meu padrasto, Lauro António, O Vestido Cor de Fogo), e voltei lá  no final de 2012 para conhecer o trabalho do novo chefe, Miguel Carvalho, na casa que, depois da morte de Jorge Vale, em 2005, ficou com os seus sobrinhos, Salomé e Rogério Alcântara.

Agora regressei mais uma vez, a convite dos Lavradores de Feitoria (cuja responsável, Olga Martins, acaba de ser escolhida como Executiva do Ano 2013 pela Máxima e o Jornal de Negócios), para uma apresentação dos vinhos e uma harmonização com alguns pratos. Com pena minha, perdi a primeira parte, com uma prova vertical de Meruge Tinto e Quinta da Costa dirigida por Manuel Moreira.

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Foto 1: Charuto de coelho

Mas cheguei a tempo do almoço, que começou com um “charuto de coelho” – coelho fumado em zimbro sobre salada de erva-benta e amêndoa. O prato vinha literalmente com fumo, mantido dentro de um copo virado ao contrário e levantado no momento em que era servido. A seguir, num menu que foi elaborado com sugestões de Manuel Moreira, procurando o sempre tão ambicionado equilíbrio perfeito entre comida e vinho, chegou à mesa um peixe galo panado com açorda de ovas e um gratin de legumes (este destinado a introduzir alguns sabores mais fortes, que “aguentassem” bem o Meruge Tinto de 2010).

O prato de carne, para harmonizar com Quinta da Costa 2010, é um clássico da casa e tem também sabores fortes: leitão em terrina com rosti de alho francês e um delicioso guisadinho de favas. A refeição terminou com uma poderosa sobremesa de chocolate, limão e gengibre, baptizada pelo chefe como TNT de chocolate.

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Foto 2: Terrina de leitão com rosti de alho francês e guisadinho de favas

A impressão com que fiquei desta segunda refeição no Estórias na Casa da Comida (é este o nome actual do restaurante, embora me pareça que esta mudança de nome introduz alguma confusão para quem se habituou a chamar-lhe apenas Casa da Comida) foi que, discretamente, sem espalhafato, Miguel Carvalho está a fazer um bom trabalho, com uma cozinha sólida, confortável, saborosa. A casa, que é (sempre foi) um espaço muito agradável com o seu pátio interior, conta ainda com Ricardo Morais, que foi Escanção do Ano distinguido pela Revista de Vinhos.

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