A busca por um pão-de-ló emblemático (para um trabalho para a Fugas) levou-me até uma terra muito ligada à minha infância: Alfeizerão.
Nunca lá passei muito tempo, não mais do que uma hora de cada vez. Mas Alfeizerão era sempre uma paragem obrigatória nas férias grandes, quando ia a caminho, ou vinha de, São Martinho do Porto.
Parávamos na Casa do Pão-de-Ló, ao lado da bomba de gasolina. E foi para aí que me dirigi, vinte e cinco anos depois de ter deixado de passar férias em São Martinho. Mas há coisas que não mudam e é bom que seja assim.
Encontrei a Casa do Pão-de-Ló igualzinha à memória que tinha dela, uma espécie de casinha de brincar, com dois bonecos pretos de madeira à porta a receber-nos, e os azulejos pintados com paisagens de Portugal na sala de chá.
Mas desta vez entrei onde nunca tinha entrado: a cozinha onde se fazem os célebres pães-de-ló. E ainda bem que, nas mãos de Helena e Luís Monteiro de Castro, a casa continua fiel a si mesma, com os bolos a serem feitos de forma tradicional e artesanal (e até a mudança que fizeram nas caixas foi feita com bom senso e bom gosto).
Às quartas feiras, podem-se fazer visitas para conhecer o processo de fabrico, por isso, se passarem por Alfeizerão, não deixem de ir lá. Garanto que, pelo que se vê e pelo que se prova, vale a pena.
Eu conheço a casa do Pão de Ló de Alfeizerão e, sem dúvida que este bolinho é uma autêntica delicia.
Kiss