A exploração botânica de Angola teve início na primeira década do século XIX com a colheita de plantas em Luanda.
No que diz respeito a colectores e naturalistas com ligações directas à Universidade de Coimbra, a história do estudo da vegetação e da flora deste país é inseparável de nomes como John Gossweiler, Friedrich Welwitsch, Francisco Ascensão Mendonça e Luis Wittnich Carrisso, entre outros.
Todos contribuíram profundamente herborizando em diversas zonas do país e organizando extensas compilações botânicas que constituem hoje colecções relevantes dos mais importantes e emblemáticos herbários europeus.
Entre os nomes dos exploradores que se ocuparam do território angolano figura o de Maria Garcia Chaves, a única mulher portuguesa de que há registo a realizar colheitas nesta antiga colónia portuguesa. Por isso aproveitamos este post para a destacar.
Sobre esta figura existem apenas dados residuais. De acordo com o Arquivo da Administração Civil de Boma (Congo), Maria Chaves e o seu marido, que se sabe ter sido funcionário superior de uma casa comercial holandesa em Banana e Boma, eram ambos naturais do Porto.
As referências a material botânico que colheu aparecem apenas em publicações posteriores a 1906, data a partir da qual as plantas que enviou foram submetidas a estudo. As cerca de duas dezenas de exemplares, datados de 1886 a 1889, integram o Herbário da Universidade de Coimbra. As localidades que constam nas fichas indicam que a recolha de plantas foi efectuada na zona do litoral, entre o estuário do Zaire e a fronteira do “Território de Cabinda”, ou seja, numa zona que corresponde actualmente ao Congo Belga.
De seguida, com algum detalhe, vamos conhecer alguns dos protagonistas cujos percursos a nossa equipa vai trilhar já em Maio!