Sete anos após o seu encerramento para obras de reabilitação e de renovação, o Museu Regional do Dundo (Angola) abre novamente as portas ao público.
A intervenção de fundo foi feita ao abrigo das políticas de revitalização e valorização do património cultural nacional do executivo angolano, e teve particular incidência na reabilitação da estrutura interna e externa do seu edifício central, com realce para a renovação e modernização das salas de exposição, colocação de novas vitrinas, tendo em vista uma conservação apropriada das peças aí expostas.
O Ministério da Cultura angolano envidou também esforços para a total e correcta a inventariação e classificação das peças expostas, assim como a criação de um novo enquadramento arquitectónico capaz de proporcionar aos seus visitantes um ambiente mais agradável e apelativo.
Trata-se de uma instituição museológica moderna e multidisciplinar, comportando sobretudo a área etnográfica mas que conta também com um laboratório de Biologia e uma biblioteca interna, que possui um total de 35 mil livros ligados às áreas de etnografia, arqueologia, filosofia, biologia e literatura da história universal; uma sala multimédia, para que os visitantes possam obter mais informações sobre a valorização, divulgação e produção científica da instituição e dos habitantes do Leste de Angola.
No que ao acervo etnográfico diz respeito, o Museu Regional do Dundo está organizado em diferentes áreas que descrevem o mosaico político e social e a vida quotidiana e doméstica da cultura dos Lunda Tchowe, com destaque para a caça e para a máscara Muquixe.
Pioneiro do género em Angola, foi criado em 1936 pela então denominada Companhia de Diamantes de Angola – Diamang. Em 1942 adopta a designação de Museu Etnológico, e assume como principais objectivos a recolha e classificação de peças que retratam os hábitos e costumes da região.
Em 1946 inicia-se a edição desta colecção com a especial participação de José Redinha (curador do Museu – etnólogo e estudioso dos povos de Angola) e de inúmeros autores nacionais e estrangeiros.
A reabertura do desta importante instituição reveste-se de enorme importância e expectativa, em particular entre os estudantes, agentes culturais artísticos, a julgar pela sua dimensão social, no contexto da preservação e divulgação dos hábitos e costumes da região Leste.
O Museu do Dundo é também apontado como uma mola impulsionadora do crescimento e diversificação da económica da província, pelo seu contributo no relançamento do sector turístico local, abrindo assim caminho para que a cidade do Dundo e outras circunscrições da Lunda-Norte, venham a ser visitadas por cidadãos nacionais e estrangeiros atraídos pela cultura Lunda tchokwe.
Outro destaque relacionado com a reabertura da instituição recai no incentivo a ser dado aos criadores locais, em especial os de artesanato, cujo esforço vai ser valorizado, no quadro da promoção do turismo cultural, com a exposição de peças por eles produzidas.