“Já quase ninguém se lembra, mas houve um tempo, quando as manhãs eram mais cristalinas e os prados mais verdejantes, em que os elefantes eram os únicos animais voadores à face da terra.” Assim começa a prosa de Sérgio Almeida, que não poderia adivinhar, quando a escreveu, que a actualidade iria falar mais de vacas… voadoras do que de elefantes no céu.
Nesta história, conta-se que “os elefantes abraçavam a lua, conversavam longas horas com as estrelas e, nos dias de maior frio, até se aproximavam do sol para se aquecerem um pouco”. As suas orelhas serviam de asas, até que a traição de um dos seus, o jovem Sacha, iria mudar as suas vidas.
Num pacto com a morsa, fez com que nascesse a todos os elefantes uma gigante tromba. E quando quis voar já não conseguiu. Embora os seus amigos continuassem a poder elevar-se no ar, todos acabariam por desistir de voar. O conto termina a lembrar que muitos elefantes continuam com a cabeça nas nuvens… Por isso “não se assustem se porventura virem, nas noites mais tranquilas, um vulto orelhudo a cruzar os céus”.
Uma história sobre a amizade, a ambição, a vida em grupo e o perdão, muito bem acompanhada pelas ilustrações felizes e coloridas de Alberto Faria. Pelo sonho é que vamos. E voamos.
O Elefante Que Não
Sabia Voar
Texto: Sérgio Almeida
Ilustração: Alberto Faria
Edição: Caminho das Palavras
32 págs., 11,95€
(Texto divulgado na edição do Público de 11 de Junho, na página Crianças.)
Aqui fica a página completa, com sugestões para ocupação das férias das crianças. (As sortudas já não têm aulas.)