A história de um pequeno rapaz que tudo faz para ser notado pela bela Inês. “Quando a viu, pôs-se em bicos de pés para parecer mais alto e respirou muito fundo para parecer mais largo. Mas ela passou-lhe ao lado sem sequer reparar nele.” E foram várias as tentativas de Carlitos, “que um dia seria grande e chamar-se-ia Carlos como o pai”.
A grande esperança surgiu-lhe quando a menina disse que ia passar a usar uns “óculos de ver”. Mas ficou tudo na mesma. A mudança dá-se quando ele próprio, com a ajuda de uns óculos, olha para o lado certo.
De uma forma engraçada, o livro lembra aquilo que os adultos já sabem, que muitas vezes o que interessa está “mesmo à frente do nariz”. As ilustrações são divertidas e sem grande ruído visual, a fazer lembrar nalgumas páginas os livros do Menino Nicolau, de R. Goscinny e Jean-Jacques Sempé.
De uma editora que chega agora a Portugal, este livro enquadra-se numa aposta editorial interessante, que, segundo os responsáveis, pretende, “baseada na capacidade da linguagem verbal e visual, ultrapassar as fronteiras e forjar uma comunicação universal”. O livro é aconselhado amaiores de quatro anos. Ainda bem que já ultrapássamos essa idade.
Os Óculos de Ver
Texto: Margarida de Mazo
Tradução: Ana Sofia Henrique
Ilustrações: Guridi
Edição: La Fragatina
32 págs., 14,50€
(Texto divulgado na edição do Público de 27 de Fevereiro, página Crianças.)
Aqui fica a página completa, com várias sugestões de actividades culturais para toda a família. No Guia do Lazer, há mais.