Olaj estava aborrecido e resolveu caminhar. É preciso dizer que vivia num “planeta muito, muito pequeno, numa casa muito, muito grande”. Pelo caminho, encontrou vários animais que se lhe foram juntando.
“Olaj caminhou, caminhou, e o peixe de aquário com a cauda ao contrário encontrou. — Queres vir comigo? — perguntou, e como ele não se negou…” A seguir, virá o cavalo alado, o tigre arco-íris e o elefante elegante, o pássaro que sabia falar e muitos outros animais, míticos e imaginários.
Juntos aventuraram-se na noite, até que o pirilampo, que se uniu ao já enorme grupo, fez o mundo clarear. A caminhada há-de terminar no exacto ponto de partida. Mas numa casa que deixou de ser “muito, muito grande”.
Uma história acumulativa e repetitiva que remete para as lengalengas da tradição oral, com as suas rimas e circularidade na estrutura. A descoberta, a amizade e a busca de companhia são aqui exploradas de uma forma delicada e sem recurso a explicações. As cores garridas, mas não berrantes, e as formas geométricas, mas não estáticas, fazem de A Viagem de Olaj uma pequena galeria de arte.
Martín León Barreto (Montevideu, 1973) é designer gráfico e ilustrador. Com este livro, ganhou, em 2011, o IV Prémio Internacional Compostela para Álbuns Ilustrados. Foi merecido.
A Viagem de Olaj
Texto e ilustração: Martín León Barreto
Tradução: Elisabete Ramos
Edição: Kalandraka
48 págs., 12,5€
(Texto divulgado na edição de 24 de Outubro do Público, página Crianças.)
Esta é a ilustração que inspirou a capa. (Original, não? Letra pequena adora as pernas imensas de Olaj, com joelheiras a imitar os seus olhos.)
Para conhecer melhor Martín León Barreto, só tem de caminhar… até aqui.