Este livro nasceu de uma pergunta de criança: “Porque é tão lento o caracol?” Luis Sepúlveda, que na altura não soube responder ao seu neto Daniel, prometeu-lhe no entanto que haveria de encontrar uma explicação. Cá está ela.
Aqui se conta a rebeldia de um caracol que queria ter nome e não percebia a razão por que era tão lento. Pediu ajuda ao mocho de olhos fechados. “Abro-os à noite e vejo tudo o que há; durante o dia fecho-os e assim vejo tudo o que houve.”
Disse-lhe a ave que era lento porque carregava um grande peso. Ela própria carregava lembranças que a impediam de voar. O caracol não se convenceu e seguiu viagem. Lentamente, muito lentamente. Seria um outro animal de igual lentidão, a tartaruga, que lhe daria as respostas certas e as perguntas que lhe faltavam. Foi também ela, que se chamava Memória, que baptizou o caracol com o nome Rebelde.
O autor conta a história numa linguagem poética e o ilustrador ilumina-a com expressividade e imaginação. Um ambiente bucólico percorre o livro, mas Paulo Galindro dá-lhe notas de humor. O caracol há-de voltar a casa, o País do Dente-de-Leão, mais sábio e corajoso. Com ele, os companheiros vão saber finalmente o que é a liberdade. Mas devagarinho.
História de Um Caracol Que Descobriu a Importância da Lentidão
Texto Luis Sepúlveda
Tradução Helena Pitta
Ilustração Paulo Galindro
Edição Porto Editora
112 págs., 13,90€
(Texto divulgado na edição de 17 de Maio do Público, página Crianças.)
No ano passado, em Junho, quando foi lançado o título A História de Um Gato e de Um Rato Que se Tornaram Amigos, falámos com Luis Sepúlveda em Lisboa. Contou-nos um pouco da sua infância e disse acreditar que já foi um gato feliz. Podem ler aqui.
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