Este título, Mexe Esse Rabo Gordo, pá! inaugura a colecção Picasso & Van Gogh, um gato e um cão que moram na casa de uma pintora. O felino vive dentro e o canídeo vive fora, no quintal. Apesar das suas diferenças, até que os dois se dão bem.
Nesta primeira aventura, terão de descobrir onde foi parar o quadro que tem a imagem do pai do Picasso. Um gato também com nome de artista, Matisse, e que sempre lhe dizia: “Mexe esse rabo gordo, pá!” Hão-de descobrir o quadro com a ajuda de um mapa do tesouro, deixado em herança a Picasso. Este irá levá-lo a uma arca cheia de biscoitos de salmão, arenque fumado, cinco tipos de queijos diferentes e outras deliciosas iguarias, à luz do gosto do animal.
Mas o mais importante foi a mensagem de Matisse para o bichano. “Meu filho, deixo-te este pequeno tesouro. (Vê lá, não o comas todo de uma vez!) Espero que tenhas uma vida longa e feliz, cheia de aventura. E lembra-te que o maior tesouro é viver (para quem souber viver a vida como deve ser).”
Álvaro Magalhães tem uma forma muito especial de comunicar com o leitor, combinando humor com sentimentos nobres e levando-o a identificar-se com qualquer uma das suas personagens, seja humano ou bicho.
A expressão plástica de Carlos J. Campos adequa-se bem à narrativa e é muito feliz a opção de os Duas Patas (as pessoas) nunca aparecerem completos. Ora se vê os pés, as mãos ou meia silhueta de costas. Quando Picasso descobre a arca, o tesouro já estava estragado. O de comer. Não o de viver.
Mexe Esse Rabo Gordo, pá!
Texto Álvaro Magalhães
Ilustração: Carlos J. Campos
Edição Porto Editora
48 págs., 9,90€
(Texto divulgado na edição do Público de 5 de Abril, página Crianças.)
Primeiras páginas do livro.
O segundo título, também já editado, é este: Parem a Terra Que Eu Quero Sair!
Uma curta biografia de Álvaro Magalhães pode ser lida aqui. De Carlos J. Campos, não encontrámos, mas temos pena. (As editoras ainda não se habituaram a tratar os ilustradores como autores. Também temos pena.)