“Às nove da manhã, no primeiro dia do ano, tocam à campainha.” Era o carteiro e trazia uma encomenda: um pinguim. No dia seguinte, chegou outro. E todos os dias que se seguiram nesse ano chegou mais um. Foi o caos na casa da família destinatária. “Na segunda-feira, ao pequeno-almoço grande chinfrim sobre os nomes dos pinguins: Alfredo!, Dunga!, Kowalski.”
Os meses foram passando e no dia 10 de Abril já havia 100 pinguins espalhados pela casa. Era preciso dar comida aos animais, entretê-los e arrumá-los. Tudo pretextos para os pequenos leitores fazerem algumas contas. “Para que os pinguins comam bem, multiplicar todos os dias 2,5kg de peixe por cada um”, “a 3€ o quilo”. Resultado: 750€ por dia. Isto é, só num dia, porque logo chegaria mais um pinguim e a conta já tinha de ser alterada para 2,5kgx101.
Um livro muito bem imaginado, não só pelo disfarce da matemática, como pelo alerta ao perigo que algumas espécies correm. O ecologista tio Emílio explica: “O planeta está a aquecer. As calotas derretem-se. Estas aves simpáticas do polo Sul vêem o seu território encolher todos os anos.” Por isso, decidiu dar-lhes um novo lar. Entretanto, já levou os pinguins de volta.
Quando o novo ano começou, eis que chega uma encomenda, consideravelmente maior do que as dos pinguins. Mas não vamos desvendar o que vinha lá dentro. Façam o favor de ler o livro. Vão gostar.
365 Pinguins
Texto: Jean-Luc Fromental
Tradução: Maria Afonso
Ilustração: Joelle Jolivet
Edição: Orfeu Negro
48 págs., 15€
(Texto divulgado na edição do Público de 4 de Janeiro de 2014, na página Crianças.)
Podem ficar a conhecer melhor esta família (com e sem pinguins) através da animação criada por Catarina Sobral. Vejam.