O Jardim de Babaï
Texto e ilustração: Mandana Sadat
Tradução: Dora Batalim e T. Sadat
Edição: Bruaá Editora
32 págs., 14€ euros
Um livro bilingue: português e persa. Mas as duas versões não são exactamente iguais. Logo no princípio da obra explica-se: “Este livro propõe uma leitura em português e uma leitura em persa em sentido contrário. Assim, o início do conto em português corresponde ao final do conto em persa.” Mas não é preciso dominar o farsi para se ficar a conhecer a versão lida “de trás para a frente”. E as ilustrações, lindas, não precisam de tradução.
Sem querer desvendar muito a(s) história(s), o livro leva-nos para o universo oriental através de um tapete persa e com a ajuda de um pequeno cordeirinho, Babaï. Esta é uma palavra infantil iraniana que corresponderá ao nosso “memé”. “Babaï, o cordeirinho, vivia nas montanhas desertas do Irão. Como ali não havia muita vida, Babaï aborrecia-se. Até que um dia tomou uma grande decisão: faria um jardim, um frondoso jardim.”
Remetendo para a simplicidade e fluidez dos contos de tradicão oral, O Jardim de Babaï enriquece-se pelo exercício das duas leituras, para o que contribui a estranheza própria (para um ocidental) de ler da contracapa para a capa. A percepção de que a mesma imagem, orientada por um texto diferente, se torna outra diferente é uma bela lição de interpretação. Para as crianças e para os que nasceram antes.
(Texto divulgado na edição de 1 de Junho do Público, página Crianças.)
Pode folheá-lo (em parte) aqui.