Marionetas à solta em Lisboa

A página Crianças desta semana no Público destaca o FIMFA Lx – Festival Internacional de Marionetas e Formas Animadas. Uma escolha de Helena Melo (e Letra pequena concorda). 
Já começou o FIMFA Lx – Festival Internacional de Marionetas e Formas Animadas, que este ano chega à sua 11.ª edição. E neste fim-de-semana há espectáculos de entrada livre em vários espaços da cidade. No claustro do Museu da Marioneta, o grupo britânico Whalley Range All Stars apresenta Brain Wave, uma “espreitadela” para o que se passa no interior da cabeça de cada um (maiores de 6). No Jardim de São Pedro de Alcântara (amanhã às 11h30) e no Jardim da Estrela (amanhã às 16h30 e 17h30) a Limite Zero apresenta, para todas as idades, Teatro Dom Roberto. No Largo do Chiado – Rua Garrett passeiam-se Hodman Dodmanott e Sally Forth, um casal de viajantes curiosos (hoje às 11h30 e 17h, pelo grupo inglês The Flying Buttresses). E no Teatro Maria Matos, o FIMFA prossegue dias 17 e 18 com o espectáculo-instalação-concerto, sem palavras, Le Chronophone: Concert Mécanique à Contretemps, pelos franceses Jéranium & Man’hu (maiores de 8). Todo o programa em http://fimfalx.blogspot.com.
Lisboa Museu da Marioneta – Convento das Bernardas (R. da Esperança, 146). Tel.: 213942815; Hoje às 16h, 20h30 e 22h. Gratuito
Lisboa Maria Matos Teatro Municipal (Av. Frei Miguel Contreiras, 52). Tel.: 218438801; Dias 17 e 18 de Maio às 21h30. Bilhetes a 6 e 12 euros
As nossas sugestões de leitura são estas
A Mala Assombrada
Texto David Machado
Ilustração João M.P. Lemos
Edição Presença
70 págs., 12,50 euros
Dois irmãos. Um medroso (o mais velho) e um destemido. O primeiro quer assustar o segundo e inventa um fantasma fechado numa mala que encontrou em cima do muro de um casarão. O plano sai-lhe ao contrário. O irmão mais novo não só abre a mala, como o convence de que o fantasma, agora à solta, o persegue por toda a casa. Chega até a entrar nos canos. “Se estiveres calado, consegues ouvir os barulhos que o fantasma faz dentro das paredes.” Não é apenas uma história sobre os medos, invocando o sobrenatural (grato aos pequenos leitores), é também sobre a cumplicidade, a competição e a brincadeira entre irmãos. David Machado criou uma bela história. O talento de João M. P. Lemos consegue brilhar mesmo nas ilustrações mais sombrias… e as imagens vão bastante além da narrativa. Um aplauso especial para as páginas de fundo (quase sempre) escuro, cujos elementos surgem apenas em contorno. Sintetizam de forma exemplar as ideias a transmitir.
O Coração do Alfaiate
Texto Txabi Arnal
Ilustração Cecilia Varela
Tradução Ângela Barroqueiro
Edição OQO Editora
36 págs., 14,90 euros
Um velho alfaiate cansou-se de coser as vestes de luxo dos habitantes do palácio. Isto porque, “apesar de as suas mãos terem costurado as peças mais bonitas do reino, nunca havia posto nelas o seu coração”. E partiu à procura de “sentir que dentro do seu peito um músculo fazia pum-pum”. Na viagem, costurou mocassins para crianças descalças, coseu as margens de um rio que sempre as extravasava e também as bocas dos generais para que não pudessem gritar: “Ao ataque!” Retalhos dourados foram pendurados num céu nocturno para guiar jovens perdidos. O texto de Txabi Arnal, autor basco, é muito delicado e terno, e faz-se acompanhar num registo idêntico pelas imagens da argentina Cecilia Varela. Vale a pena o leitor deter-se nos pormenores dos diferentes tecidos. E ficar atento à forma “gráfica” do próprio alfaiate (que acabou por descobrir um músculo a palpitar no peito).
A página completa (da edição de sábado)

Outras actividades aqui.

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